Valorização de resíduos e restauração florestal ampliam sustentabilidade no setor de celulose e papel

A Ambipar atua como parceira-chave para que empresas do setor de celulose e papel alcancem o reaproveitamento de 98% dos resíduos sólidos gerados, impulsionando práticas de economia circular e inovação ambiental

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Drones diferenciados: todo o sistema de encapsulamento e dispersão foi patenteado pela Ambipar, que utilizou materiais como policarbonato e impressão 3D para criar peças resistentes às exigências do relevo e do clima
Drones diferenciados: todo o sistema de encapsulamento e dispersão foi patenteado pela Ambipar, que utilizou materiais como policarbonato e impressão 3D para criar peças resistentes às exigências do relevo e do clima Foto: Divulgação

Atualmente, o Brasil produz cerca de 81 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, dos quais 33,6% têm potencial reciclável. No entanto, apenas entre 2,4% e 8,3% desse volume é efetivamente reaproveitado, gerando uma perda econômica estimada em R$ 14 bilhões anuais. Com o aumento da capacidade das fábricas e, consequentemente, do volume de resíduos gerados pela indústria de celulose e papel, a gestão ambientalmente correta desses materiais tornou-se um desafio estratégico.

Nesse cenário, a Ambipar tem se destacado pela oferta de soluções inovadoras que transformam passivos ambientais em produtos com valor agregado, como biofertilizantes, sub-bases para estradas e até biocápsulas para reflorestamento. Como resultado, empresas da indústria de celulose e papel atendidas pela companhia já alcançaram taxas de reaproveitamento de resíduos sólidos na ordem de 98%.

Atendendo gigantes como Klabin, CMPC, Bracell, Smurfit Westrock e Sylvamo, para citar algumas, a empresa vem ampliando sua atuação em estados como Paraná, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul, com tecnologias que promovem a circularidade, geram créditos de carbono e abrem novas frentes de negócios sustentáveis.

Segundo Luiz Gustavo Alves, key account de Celulose e Papel da Ambipar, foi nesse contexto que a empresa desenvolveu tecnologias como o Ecosolo, que é um adubo orgânico produzido a partir de lodos gerados pela indústria, e a Ecobase, sub-base para estradas criada a partir de minerais que antes iriam para aterros. As chamadas biocápsulas, por sua vez, surgiram como resposta às demandas de reflorestamento em áreas degradadas, utilizando adubos de origem orgânica provenientes da indústria.

“No caso do Ecosolo, a formulação, rica em matéria orgânica, melhora a estrutura do solo, aumenta a retenção de água e potencializa a absorção de nutrientes pelas plantas. Essa abordagem não apenas promove a sustentabilidade ao reutilizar materiais que seriam descartados, mas também contribui para a melhoria da fertilidade do solo”, indica Alves.

O executivo acrescenta ainda que estudos realizados pelo Instituto Federal de São Paulo demonstraram que, na cultura do milho safrinha, a aplicação de 3,5 toneladas de Ecosolo por hectare elevou a produtividade de 2.700,5 kg/ha para 3.890,2 kg/ha.

“O Ecosolo contribui para o sequestro de carbono atmosférico, fixando carbono orgânico no solo. Esse processo foi reconhecido internacionalmente com o registro do projeto na certificadora Verra, fortalecendo a geração de créditos de carbono pela Ambipar”, aponta Alves, como mais uma vantagem do produto.

Já a Ecobase traz diversos impactos positivos ao meio ambiente, entre eles: a redução da exploração de recursos minerais, a permeabilização da água no solo e a diminuição da geração de poeira, que pode afetar a saúde da população do entorno.

Tudo isso só é possível por meio do gerenciamento de resíduos como lodos primários, secundários e terciários, cascas de eucalipto e pinus, dregs e grits.

Um dos cases emblemáticos, conforme conta Alves, é a parceria com a Klabin, voltada à produção de biofertilizantes a partir de resíduos industriais. O que antes era descartado passou a ser um insumo valioso para a agricultura. Após a aquisição dos ativos florestais da Arauco pela Klabin, a Ambipar identificou uma oportunidade de expandir sua produção de fertilizantes orgânicos.

“Em 2023, aumentamos essa produção em 25%, alcançando 500 mil toneladas”, destaca Alves. Para fortalecer ainda mais esse segmento, a Ambipar também está investindo na construção de uma fábrica no Paraná, voltada à produção de fertilizantes organominerais. Essa unidade irá incorporar minerais ao fertilizante orgânico, tornando-o ainda mais eficiente para os agricultores.

Além disso, com uma abordagem pautada no conceito de Aterro Zero, a Ambipar reintegra resíduos em outras cadeias produtivas por meio de tecnologias que transformam materiais não recicláveis em energia. A compostagem, a geração de energia e o uso agrícola, como no caso do Ecosolo, são os destinos mais comuns adotados por seus clientes.

Apesar dos avanços, o key account de celulose e papel da Ambipar destaca desafios significativos, como a falta de incentivos fiscais para produtos reciclados, o custo ainda elevado de certas tecnologias e a necessidade de investimentos em infraestrutura e educação ambiental.

“A indústria de gestão de resíduos no Brasil tem potencial para criar entre 197 mil e 244 mil empregos, segundo relatório elaborado pela Fundação Dom Cabral e o Instituto Atmos. No entanto, o mesmo levantamento alerta para a necessidade de investimentos para impulsionar o setor. Com uma cadeia de reciclagem forte e bem estruturada, estima-se que o setor possa gerar R$ 10 bilhões na economia”, contextualiza Alves.

O estudo ainda destaca diversas medidas para fomentar a separação correta e o reaproveitamento de resíduos, incluindo a expansão da infraestrutura, a implementação de novas tecnologias e o desenvolvimento de iniciativas culturais e educacionais.

(…) CONTINUA

LEIA AQUI O PDF DA MATÉRIA NA ÍNTEGRA PUBLICADA NA EDIÇÃO DE MAIO DA O PAPEL