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Setor comprometido com o marco global da biodiversidade

Indústria de árvores plantadas destaca projetos e ações sustentáveis para cumprir as 23 metas do Marco Global da Biodiversidade até 2030

POR PATRÍCIA MACHADO* – Em 21 de outubro, iniciou-se a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP16), que acontece neste ano em Cali, na Colômbia. Carregado de expectativas, o encontro é a primeira edição desde que aprovado, em 2022, o Marco Global de Kunming-Montreal, um plano assinado por 196 nações, que estabeleceu 23 metas a serem atingidas até 2030 para conservação e uso sustentável da biodiversidade, além de acesso e repartição justa e equitativa dos benefícios oriundos da utilização dos recursos genéticos e do conhecimento tradicional associado a eles.

Para o setor de árvores plantadas, esta também é uma COP notória: uma indústria presente de forma recorde, com representantes de 13 empresas no evento, além da IBÁ. Em parceria com o PEFC Internacional e o WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), realizamos um evento paralelo, a fim de jogar luz sobre projetos inovadores que contribuem para a agenda da biodiversidade, tendo como ponto central o manejo florestal sustentável. Na ocasião, a IBÁ apresentou às stakeholders, de todo o mundo, o caderno “Biodiversidade: um compromisso do setor brasileiro de árvores cultivadas”, um documento de 55 páginas que traz ações efetivas e em andamento das empresas associadas no atendimento das 23 metas do Marco Global.

Referência mundial em manejo florestal responsável e cuidado com as pessoas, há décadas o setor de árvores cultivadas zela pela biodiversidade presente em suas áreas de cultivo e de preservação. Foram registradas mais de 8.310 espécies nessas áreas, incluindo da flora, mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, invertebrados e fungos. Essas espécies estão distribuídas em cinco biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa. Dentre elas, 335 foram consideradas ameaçadas de extinção. Nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, 26, incluindo aves, mamíferos e flora, foram classificadas como bioindicadores, termo utilizado para espécies muito sensíveis às modificações no ambiente e que, por isso, são consideradas indicadores de qualidade ambiental. Nesses mesmos biomas, sete espécies da flora e 14 da fauna foram classificadas como raras.

A publicação levada por nós à COP evidencia justamente os esforços do setor para zelar por essa diversidade e garantir o futuro do planeta, alinhados às metas internacionais para a biodiversidade. O documento mostra como, por exemplo, a Dexco caracterizou uma de suas áreas em Minas Gerais como Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC), após identificar na região o anfíbio Bokermannohyla sazimai, espécie endêmica do Triângulo Mineiro. Classificar uma área de tal forma significa determinar ambientes que possuem valores ambientais ou sociais de caráter excepcional ou de importância crítica, que têm, portanto, especial significado para a conservação e exigem maiores medidas de cuidado. Monitoramentos mais recentes realizados na região identificaram ao menos 25 indivíduos adultos do Bokermannohyla sazimai, além de girinos e indivíduos jovens, indicando que a espécie está em condições adequadas para sua reprodução. A ação está alinhada à Meta 1 do marco, sobre planejamento e gestão territorial.

Outro exemplo do caderno é o Projeto Indaiá, também localizado em Minas Gerais, que desde 2005 é apoiado pela Cenibra e contribui na geração de emprego e renda para a comunidade local. A empresa permite o acesso a suas áreas de manejo florestal para coleta da palha da palmeira indaiá, além de oferecer capacitação, treinamentos e patrocínio para participação em feiras e exposições regionais e nacionais. A iniciativa visa a comercialização e a promoção do artesanato, prática tricentenária no município de Antônio Dias. A ação dialoga com a Meta 5, que trata da coleta e comércio sustentável de espécies silvestres.

A própria IBÁ, presente, junto a empresas brasileiras do setor de árvores cultivadas, participa ativamente das discussões promovidas pelo Governo, a partir de consultas públicas, reuniões e diferentes iniciativas, como estabelecido pela Meta 14, que visa a integração das ações governamentais com o reconhecimento e a inserção da diversidade biológica no processo de tomada de decisão. Um bom exemplo disso é o processo de atualização da Estratégia e Plano de Ação Nacionais para a Biodiversidade (EPANB), uma ferramenta de gestão integrada das ações nacionais que visam a conservar a biodiversidade e um instrumento de monitoramento do progresso das ações brasileiras que constam no Plano de Ação para a Biodiversidade.

Esses são apenas alguns dos registros da publicação, que traz também ações em prol da biodiversidade da Veracel, CMPC, TTG Brasil, Bracell, Melhoramentos, Suzano, Klabin, Eldorado Brasil, Eucatex, Norflor, Irani, TRC, Sylvamo e Gerdau. Vale ressaltar que os esforços de cada companhia não se limitam às ações e aos projetos apresentados de maneira mais detalhada – a própria publicação cita as outras metas com as quais cada empresa contribui diretamente.

O material, disponível on-line no site da IBÁ (iba.org), é prova do comprometimento de décadas da indústria com o meio ambiente e a sustentabilidade. Com ele, pretendemos evidenciar de modo prático e concreto que as empresas do setor já estão comprometidas com o alcance das metas. A transformação de objetivos em ações é justamente o que o mundo precisa para o combate à crise do clima e da biodiversidade. Acreditamos ser necessária a mobilização dos setores da economia global em benefício da viabilidade e da qualidade da vida no planeta. Seguimos na construção de caminhos viáveis e factíveis para tornar realidade o futuro preconizado pelo Marco Global.

*Gerente de Assuntos Florestais da
IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores

LEIA AQUI O PDF DA COLUNA IBÁ

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