A Smurfit Westrock, líder global em embalagens à base de papel, reforça o potencial competitivo das 10 fábricas que dispõe no Brasil ao anunciar um investimento de US$ 150 milhões. Já aprovado e em curso, o aporte está sendo direcionado a diferentes frentes estratégicas e áreas da empresa, incluindo incrementos tecnológicos das operações e melhorias de rendimento da base florestal.
De acordo com o detalhamento de Manuel Alcalá, CEO da Smurfit Westrock Brasil, o investimento contempla otimizações de processos fabris, aumento dos volumes de produção, expansão do uso de Inteligência Artificial nos parques e incremento do nível de serviço e satisfação dos clientes, com atendimento à demanda crescente por alta qualidade de impressão e precisão.
“Também estamos promovendo melhorias florestais que irão resultar em um aumento de 30% na produtividade do nosso próximo ciclo de plantio”, elencou Alcalá ao Newspulpaper, durante uma visita presencial à unidade de Três Barras (SC).
O montante total do investimento inclui cerca de US$ 30 milhões exclusivamente destinados a otimizações da fábrica de Três Barras. Ali Ayoub, vice-presidente de Papel da empresa, informou que as atualizações previstas pelo projeto serão focadas na modernização do sistema de caustificação da planta, que permitirá um aumento de 6% a 10% na produção de papelão ondulado da fábrica.
A unidade fabril catarinense destaca-se como o único site integrado que a fabricante de embalagens de papelão ondulado detém no Brasil e atua como um pilar estratégico na América Latina. Referência em produtividade florestal e fabricação de papel kraftliner, a unidade soma 54 mil hectares de florestas plantadas de pínus e eucalipto e apresenta uma capacidade instalada de 600 mil toneladas de papel por ano.
A unidade de Três Barras ainda traz à companhia a vantagem competitiva de agregar papelão ondulado feito a partir de fibra virgem própria às unidades fabris que usam aparas na fabricação do portfólio de embalagens, fato que é resultado da fusão entre a irlandesa Smurfit Kappa e a norte-americana Westrock, ocorrida no último ano. “O papel kraft nos permite entrar em segmentos que precisam conter fibras virgens na composição de seus produtos, abrindo espaço para que as nossas fábricas que utilizam fibras recicladas foquem nos segmentos que melhor performam”, esclareceu Alcalá.
Eficiência operacional aliada a práticas sustentáveis
A sustentabilidade desponta como valor intrínseco ao modelo de negócio da Smurfit Westrock. Partindo do uso de fontes renováveis, a companhia expande a abordagem circular a todas as demais frentes de trabalho, priorizando a redução de resíduos e o reaproveitamento de subprodutos industriais.
A unidade de Três Barras está entre as fábricas da empresa que usam subprodutos do processo de papel para gerar vapor e eletricidade. Atualmente, a fábrica tem uma autossuficiência de 85% de energia, graças ao uso de biomassa e licor negro como combustíveis. Além disso, reutiliza 95% de seus resíduos em projetos como hortas escolares e fabricação de móveis. A fábrica também está implantando um difusor subaquático, com investimento de US$ 2 milhões, para aprimorar a dispersão de efluentes tratados nos rios locais.
No âmbito florestal, os 54 mil hectares de florestas próprias no Brasil apresentam as certificações internacionais FSC® e PEFC, que garantem o manejo responsável, rastreável e de alto desempenho ambiental. Heuzer Guimarães, vice-presidente Florestal e Fibras Recicladas da Smurfit Westrock Brasil, ressaltou que cerca de 43% da área total são destinadas à preservação permanente, protegendo mais de 600 espécies nativas e conservando 2,7 mil nascentes de água. “O modelo de silvicultura em mosaico alterna áreas de plantio com trechos de vegetação nativa, promovendo conectividade ecológica, conservação do solo, proteção da biodiversidade e segurança hídrica nas regiões de atuação.”
