Na manhã do dia 2 de outubro último, foi realizado em São Paulo, paralelamente ao ABTCP 2024, o tradicional Café da Manhã da AFRY, empresa europeia líder em serviços de engenharia, projetos e consultoria com foco em sustentabilidade e digitalização, que reuniu executivos do mais alto escalão das empresas do setor de base florestal e profissionais convidados. O evento abordou temas como o mercado de celulose, a mudança geopolítica mundial e seus impactos na economia, além de mostrar cases de sucesso da empresa.
Os mercados de papéis tissue e, principalmente, o de embalagens, segundo o palestrante João Cordeiro, Senior Principal da AFRY Management Consulting, têm um futuro promissor. A produção de papel tissue, hoje de aproximadamente 50 milhões de toneladas, deverá chegar a quase 60 milhões até o ano de 2035.
As expectativas são ainda mais promissoras em se tratando do segmento de papéis para embalagens, em que a produção atual de 290 milhões de toneladas tem estimativa de atingir quase 356 milhões até 2035. Contudo, o setor de papel para o uso gráfico tende a reduzir sua produção de 100 milhões de toneladas para aproximadamente 75 milhões nos próximos 15 anos.
Levando em conta a junção de todos os mercados papeleiros e comparando as regiões do mundo até 2035, é possível perceber que o crescimento da Ásia em relação às Américas e à Europa deverá ser muito maior, saindo de uma produção de 200 milhões de toneladas para quase 270 milhões. Já na Europa, Oriente Médio, África e nas Américas, a estimativa é de que a produção atual de 100 milhões de toneladas atinja uma média de 120 milhões.
Falando de celulose em âmbito mundial, a fibra curta é a produção com melhores expectativas de desempenho futuro, conquistando ainda mais espaço no mercado: a produção global de celulose, que em 2022 somava 188 milhões de toneladas, tem um cenário futuro que deverá chegar a 222 milhões até 2035, um crescimento de 34 milhões de toneladas em 13 anos.
“É visível que, na América do Sul, o sucesso na produção de celulose de fibra curta de eucalipto se deve à inovação e aos investimentos das empresas do setor de base florestal”, afirma Cordeiro. Em 2010, a participação da América do Sul no mercado mundial de celulose kraft branqueada era de 29%, e hoje este índice de participação é de 43%, o que só tende a crescer com a construção de novas fábricas.
Conforme destacado durante o evento, a realidade é que o setor de base florestal do Brasil entrega hoje uma nova fábrica a cada um ano e meio, representando um cenário expressivo de investimentos se comparado ao restante do mundo. Se analisarmos os últimos anos, a entrega de fábricas do setor quase dobrou. “Com números tão positivos no mercado interno, é momento de desviar o olhar para os mercados globais”, ressalta João Cordeiro.