RESUMO – A madeira é um insumo que deve ser muito bem-preparado para o abastecimento da indústria de polpa celulósica, e a sua casca é indesejável e considerada contaminante no processo e, por isso, deve ser descascada. Entretanto, mesmo após o descascamento, resíduos de casca são observados nas toras descascadas e provocam impactos no processo industrial como aumento do consumo de reagentes químicos no cozimento e sujidade no branqueamento.
O objetivo deste estudo foi desenvolver uma metodologia de medição direta da casca total, casca aderida e casca solta em toras descascadas de eucalipto. Para determinação do teor de cascas, foram selecionadas cinco toras representativas de dois clones de eucalipto e feitas as coletas da casca solta (extraída apenas com as mãos) e da casca aderida (removida apenas com auxílio de ferramenta – facão). O teor de casca total foi determinado pela soma da casca solta e aderida, e expressa em porcentagem com base no peso de cada tora.
Para determinação da massa da tora, foi calculado o volume de cada tora e coletados dois discos de madeira, um em cada extremidade, para determinação da densidade básica da madeira (TAPPI T 258 om-02) e conversão do seu volume em massa. Pelos resultados, o teor de casca total variou de 1,5% no clone I a 0,5% no clone II. O clone I apresentou maior teor de casca aderida (1,0%) e menor teor de casca solta (0,5%), valores inferiores aos observados no clone II (casca solta de 0,1% e casca aderida de 0,4%).
Em ambos os clones foram observados elevados coeficientes de variação no teor de casca total entre toras (67% no clone I e 100% no clone II), existindo toras de eucalipto com nenhum fragmento de casca e clones com até 2,5% de casca total (1,9% de casca solta e 0,6% de casca aderida). Esses resultados indicam a necessidade da avaliação rigorosa dos resíduos de casca em toras de eucalipto descascadas para produção de polpa celulósica, devido aos impactos causados por esses resíduos no cozimento e no branqueamento.
Palavras-chave: qualidade, casca aderida, casca solta, polpa celulósica
REFERÊNCIA: O PAPEL vol. 85, N.o 12, pp. 71 – 76 – DEZ 2024
Autores:
Natielly Cristine Gomes de Medeiros1
, Dalton Longue Júnior1
, Fernando José Borges Gomes2
, Anne Carolini Luiz 3,
Tatiana Aquino Andrade3
, Aryel Souza Santos3
1 Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Brasil.
2 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Brasil
3 Veracel Celulose S.A. Brasil
Autor correspondente: Dalton Longue Júnior, Vitória da Conquista, 45031-900, Brasil.
Fone: +55-77-98815 8711. e-mail: [email protected].