A Danfoss publicou um guia detalhado para que as indústrias aumentem sua competitividade por meio da descarbonização, eletrificação e eficiência energética.
Conforme o documento, hoje, apenas um terço do mix energético da União Europeia (UE) é proveniente da eletricidade, e a eletrificação do consumo energético industrial é vital para impulsionar a competitividade. Somente na UE, otimizar a eficiência dos motores poderia economizar entre 9,5 e 10,7 bilhões de euros em custos de eletricidade por ano, além de evitar emissões anuais de CO₂ equivalentes à pegada de até dois milhões de europeus.
A Europa, porém, está ficando atrás de países como os EUA em áreas cruciais para a competitividade, incluindo produtividade, inovação e preços de energia. Segundo o novo documento da Danfoss, “descarbonização competitiva” é essencial para recuperar a competitividade europeia, reduzindo a pegada ambiental enquanto aumenta a eficiência econômica.
O documento também detalha produtos e soluções que já estão disponíveis para reduzir o desperdício de energia e elevar a competitividade, com foco especial nas indústrias intensivas em energia. Os motores elétricos, que alimentam tecnologias como ventiladores, bombas e correias transportadoras, representam mais de dois terços do consumo de eletricidade industrial. Melhorar a eficiência desses motores na UE poderia economizar bilhões e reduzir milhões de toneladas de CO₂.
Apesar disso, a eletrificação representa apenas um terço do mix energético da UE, e as indústrias precisam eletrificar processos sempre que possível para evitar sobrecarga nas redes elétricas, que já operam no limite. O documento propõe um Plano de Ação para a Eletrificação, com metas claras para a eletrificação do lado da demanda.
Kim Fausing, CEO da Danfoss, destaca que, embora seja otimista quanto ao futuro da Europa, é necessário resgatar uma mentalidade de crescimento. Ele observa que o relatório de Mario Draghi sobre a competitividade da UE identificou áreas para melhorar, incluindo a necessidade urgente de reformar o consumo de energia. Segundo Fausing, “reduzir o consumo de energia e as emissões enquanto baixamos as contas de energia é uma grande oportunidade para o crescimento industrial europeu”.
Além disso, o documento da Danfoss Impact sugere que, ao investir em eficiência energética e descarbonização, as indústrias podem cortar custos de energia e liberar fundos para inovação e P&D, áreas em que a Europa tem ficado atrás. Desde 1990, a produtividade da UE tem crescido mais lentamente que a dos EUA, e os custos de energia mais altos tornam as empresas europeias menos competitivas.
A eletrificação industrial também é uma questão urgente: tecnologias disponíveis hoje poderiam eletrificar 78% do uso industrial de energia, e o percentual pode chegar a 99% com novas tecnologias em desenvolvimento. No entanto, processos intensivos em energia, como a geração de calor, ainda dependem majoritariamente de combustíveis fósseis. A substituição por bombas de calor pode reduzir significativamente a demanda energética e as emissões de carbono.
O artigo também destaca a importância de utilizar o excesso de calor industrial como fonte de energia, uma vez que até 2030, mais de 50% da energia mundial poderá ser desperdiçada como calor excedente.
Danfoss Impact resume assim as ações para descarbonizar as indústrias europeias:
Guia Rápido para Descarbonização Industrial
Integração e Reuso de Calor: Integrar setores e processos para aproveitar subprodutos energéticos é essencial. Estima-se que, até 2030, o desperdício de calor possa se tornar a maior fonte de energia inexplorada do mundo.
Eficiência energética: Melhorar a eficiência dos motores na UE economizaria bilhões e reduziria emissões de CO₂; o simples desligamento de máquinas nas unidades da Danfoss na Eslovênia já mostrou economias de até 30% no consumo energético, com possibilidade de reinvestimento em P&D.
Eletrificação: Tecnologias atuais podem eletrificar até 78% da demanda de energia industrial. Bombas de calor para processos industriais poderiam cortar 146 milhões de toneladas de CO₂, equivalente a 22% das emissões da Alemanha em 2021.
Fonte: Danfoss