RESUMO – As empresas do agronegócio fazem parte da mais longa cadeia de abastecimento da economia nacional, do campo à mesa do cliente. Partindo de “commodities”, os produtos chegam a custar ao consumidor de 20 a 40 vezes mais quando comparados ao início da cadeia. Nesse processo de agregação, as indústrias têm alcançado maior “valuation” (do inglês, avaliação de empresas) por meio do investimento em qualidade, sabor, saúde e bem-estar aportados pelos produtos.
Ainda que as consultorias e a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmem há décadas que um valor agregado expressivo virá das práticas de meio ambiente, sustentabilidade e governança (ESG), há controvérsias e barreiras no agronegócio brasileiro.
Através de dados secundários, realizou-se um mapeamento sistemático das correlações entre ESG – digital – “valuation”, demonstrando a importância das ações de impacto socioambiental positivo aceleradas com o digital. Pesquisamos e mapeamos trabalhos científicos através do Google Acadêmico. Comparamos dados primários de “valuation” na plataforma de dados Yahoo Finanças, junto com dados de risco ESG da plataforma Sustainalytics.
Construiu-se a Matriz de Inovação Socioambiental Corporativa, Valor ESG para Stakeholders versus Valor da Empresa para Acionistas, mostrando as lacunas entre empresas brasileiras e similares multinacionais, para identificar caminhos de valorização patrimonial na cadeia brasileira do agronegócio. O trabalho sugere um perfil emergente de empresas, com “valuation” superior a 25x LAJIDA, que provavelmente surgirá como ápice da cadeia até 2030, sendo chamada de AgriTech 6.0.
Palavras-chave: valor; sustentabilidade; agroindústria; risco social; comunicação
Referências: O PAPEL vol. 86, N.o 1, pp. 66 – 81 – JAN 2025