A reportagem de capa da edição de março da Revista O Papel* aborda o desempenho da economia brasileira em 2024 e seus impactos na indústria de base florestal, destacando recordes históricos de exportação e investimentos. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,4%, totalizando R$ 11,7 trilhões, e a indústria nacional registrou avanços significativos, impulsionada pelo escoamento de estoques e um ambiente econômico mais otimista. No entanto, a alta do câmbio e das taxas de juros impactaram a atividade industrial no último trimestre do ano.
A indústria de árvores cultivadas, por sua vez, alcançou números expressivos. A exportação de produtos do setor atingiu US$ 15,7 bilhões, um crescimento de 24% em relação a 2023. A celulose liderou esse desempenho, com 19,8 milhões de toneladas exportadas. O segmento de papelão ondulado também registrou recorde de produção, totalizando 4,2 milhões de toneladas, um avanço de 4,9%. O presidente da Empapel, José Carlos da Fonseca Jr., atribui esses resultados ao aumento do poder de compra da população, ao crescimento das exportações de proteína animal e à maior demanda por embalagens sustentáveis.
Outro fator crucial para o setor foi a retirada da silvicultura da lista de atividades potencialmente poluidoras, conforme a Lei n.º 14.876. Para Rodrigo Rollemberg, secretário de Economia Verde do MDIC, essa mudança deve estimular investimentos, ampliar o mercado de créditos de carbono e fortalecer a bioeconomia. Além disso, o governo federal destinou R$ 468,38 bilhões para iniciativas de descarbonização e inovação, beneficiando diretamente a indústria florestal.
O Plano Nacional de Neoindustrialização (NIB) mobiliza R$ 340 bilhões para apoiar projetos sustentáveis até 2026, com foco na substituição de combustíveis fósseis, cogeração de energia renovável e reaproveitamento de resíduos. Já o setor de base florestal tem uma carteira de investimentos de R$ 105,4 bilhões até 2028, consolidando o Brasil como um dos principais players globais na produção de celulose e papel.
Mato Grosso do Sul
O Mato Grosso do Sul desponta como protagonista no crescimento do setor, com o Vale da Celulose atraindo investimentos massivos. De 2010 a 2024, a área de florestas plantadas no estado passou de 341 mil para 1,8 milhão de hectares, com expectativa de alcançar 2 milhões até o fim do ano. Empresas como Suzano, Eldorado, Sylvamo, Arauco e Bracell investem na região, impulsionadas por políticas estaduais voltadas à infraestrutura e capacitação profissional.
No cenário global, a América Latina se destaca como um dos mercados mais promissores para produtos de celulose e papel. O consumo mundial segue aquecido, mas desafios como oscilações cambiais, pressões inflacionárias e incertezas no comércio internacional exigem estratégias adaptativas das empresas brasileiras. O crescimento do e-commerce e a busca por embalagens sustentáveis reforçam o potencial do setor, enquanto a China, mesmo desacelerando, continua sendo um dos principais destinos da celulose nacional.
A perspectiva para 2025 é positiva, com expansão das exportações e avanço na inovação sustentável. O setor aposta na diversificação de mercados, novos produtos e eficiência logística para manter sua competitividade global. Além disso, a COP30, que acontecerá em novembro no Brasil, representa uma oportunidade estratégica para o país fortalecer sua posição na agenda ambiental e consolidar sua liderança na economia de baixo carbono.
*resumo da notícia produzido com IA – ferramenta em teste.
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