Fluxos De Materiais E Energia Na Transição Energética


    FLUXOS DE MATERIAIS E ENERGIA NA
    TRANSIÇÃO ENERGÉTICA DA TERRA

    POR MAURO BERNI
    Pesquisador das áreas de meio ambiente e energia do Núcleo Interdiciplinar de
    Planejamento Energético (NIPE), da Universidade de Campinas (Unicamp-SP)

    O processo de transição para uma matriz energética com
    menor conteúdo de carbono apresenta particularidades
    quanto ao ponto de partida, à relevância das emissões
    devido o seu volume, aos objetivos e aos instrumentos
    de alavancagem utilizados.
    Otimizar a utilização de recursos, aumentar a eficiência de processos,
    identificar gargalos e oportunidades de ganhos econômicos,
    auxiliar a tomada de decisões e a compreensão de sistemas são algumas
    das possibilidades para se obter análises e gestão dos fluxos de
    materiais e de energia.
    A ideia básica é a de modelar o sistema em foco, o que, por si só,
    já oferece uma visão global dos processos e viabiliza a criação de
    cenários para se atingir melhorias, e desta forma estabelecer a quantificação
    de custos atrelados às etapas de um sistema de produção e
    localizar pontos críticos a serem aprimorados.
    É sabido que o planeta Terra tem seus limites em termos de energia,
    daí governos e instituições em todo o mundo estão defendendo
    o conceito de economia circular. Ao fechar os ciclos dos materiais, os
    impactos ambientais associados à extração de matérias-primas podem
    ser evitados, e o problema dos resíduos pode ser resolvido em
    grande medida.
    Todavia, a grande questão a ser respondida é de como e quanto e,
    com que rapidez os materiais podem ser reciclados e quanta energia
    é usada para alimentar esses ciclos. Outra questão é se existem fontes
    renováveis suficiente disponíveis na Terra para gerenciar de forma
    sustentável os fluxos de materiais.
    Harald et al. (2019) mostra que o sistema da Terra é alimenta-
    do por três fluxos de fontes renováveis de entrada: irradiação
    solar, calor terrestre e marés. O método desenvolvido pelos
    autores, segue os fluxos globais de entrada de fontes renováveis
    ao nível de potenciais técnicos (Figura 1).
    O potencial teórico é o fluxo total de energia de entrada,
    o potencial apropriado é aquele descontado as necessidades
    de energia do sistema terrestre e o potencial técnico apropriado
    tem descontado o que é necessário para fornecer potencial
    químico apropriado mais o que pode ser recuperado para
    uso técnico, após o uso de produtos químicos e descontadas
    as perdas de conversão técnica em energia elétrica. Os fluxos
    na Figura 1 são disponibilizados a partir do Diagrama Sankey.
    Harald et al. (2019), afirmam que esses fluxos de energia
    sempre foram usados inteiramente pela própria Terra, alimentando
    seus vários subsistemas, como os oceanos, a atmosfera
    e as florestas, bem como a geração das superfícies
    de gelo reflexivas. A maioria desses subsistemas converte a
    energia recebida em fluxos de energia renováveis adicionais,
    por exemplo, as correntes de vento e água ou a produção de
    biomassa. Nessas conversões, a energia livre, chamada exergia,
    é extraída dos fluxos de energia que chegam.
    À medida que a humanidade desvia cada vez mais fluxos
    de energia renovável para suas atividades, as partes disponíveis
    para o sistema terrestre são reduzidas. O sistema terrestre
    pode compensar esses desvios até certo ponto. No entanto,
    se eles forem muito grandes, aumenta o risco de ultrapassar
    os chamados “pontos de inflexão”. Isso resultaria em mudanças
    rápidas e irreversíveis no sistema terrestre, como o
    derretimento das calotas polares, o que por sua vez aceleraria
    as mudanças climáticas.

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