Trabalho conjunto entre a CMPC e a Universidad de Concepción (UdeC) nos últimos dois anos permitiu a descoberta de uma grande parte de seu código genético, em uma aliança que também envolveu centros dos EUA.
“Do ponto de vista genético, é o estudo mais importante dos últimos anos de uma espécie nativa chilena”, afirmou Verónica Emhart, Gerente Assistente de Melhoramento Florestal da CMPC.
Talvez muitas pessoas não saibam o que é um genoma, mas além do tecnicismo, é essencial saber que sua detecção é um grande avanço para a preservação e restauração de espécies, especialmente aquelas mais comprometidas. Especificamente, um genoma é o material genético total de um determinado organismo ou espécie, e o sequenciamento é uma tecnologia que permite conhecer e decifrar o código genético (sequência completa de DNA) que todos os organismos possuem. Nesse contexto, a ciência chilena alcançou recentemente um marco relevante em relação a uma espécie nativa do Chile, a Araucaria araucana, em risco de extinção.
O genoma desta espécie foi sequenciado como resultado de uma aliança entre a CMPC e o Laboratório de Epigenética Vegetal, liderado pelo Doutor em Biologia Rodrigo Hasbún (Universidad de Concepción, Chile), e o Instituto de Biologia de Sistemas Integrativos (I²SysBio), representado pelo Dr. Tomás Matus (Universidad de Valencia).
Mas o que isso significa na prática? “Genomas de referência e dados genômicos de populações podem ajudar a melhorar estratégias para o monitoramento, conservação e restauração da biodiversidade, tornando esses projetos mais eficazes a longo prazo”, explicou Verónica Emhart, Gerente Assistente de Melhoramento Florestal da CMPC. “Do ponto de vista genético, é o estudo mais importante dos últimos anos porque permite ter o código genético em uma única plataforma, completo, e não parcial, além de público”, observou.
“Ainda estamos trabalhando em uma versão aprimorada da montagem, mas a sequência do genoma e a posição de uma parte importante de seus genes serão exibidas em um banco de dados que estamos criando em colaboração com o Instituto de Biologia de Sistemas Integrativos na Espanha”, afirmou Rodrigo Hasbún, Doutor em Biologia da Universidad de Oviedo e Engenheiro Florestal da UdeC.
Mais reações: marco científico em Yumbel
Um marco foi celebrado nesta terça-feira, 10 de setembro, no viveiro Carlos Douglas em Yumbel, onde a CMPC e a UdeC compartilharam essa grande descoberta com o mundo científico, acadêmico e com a mídia.
“Estamos dando a devida importância à colaboração com uma empresa como a CMPC, com a qual mantemos uma aliança estratégica em várias áreas. E esta é uma área que não busca apenas um objetivo de desenvolvimento econômico, mas também um estudo científico e tecnológico em torno do desenvolvimento da biodiversidade e da análise da sustentabilidade”, especificou Andrea Rodríguez, Vice-Reitora de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidad de Concepción.
“A tarefa da CMPC é trabalhar pela conservação da natureza, e estamos fazendo isso há algum tempo, com nosso trabalho com o Toromiro (Sophora toromiro), uma árvore da Ilha de Páscoa cuja recuperação temos trabalhado, e também com o Pitao para gerar esse corredor biológico no município de Nacimiento, e agora a Araucaria”, destacou Ignacio Lira, Gerente de Assuntos Corporativos da CMPC.