LIFELONG LEARNING OU GESTÃO PARA RESULTADOS?
Pulp & Paper and Sustainable Development Program Manager | Falconi Formado em Administração pela UFRGS com Especialização em Controladoria e Finanças pela PUCRS. Atua na Falconi há mais de 9 anos, liderando projetos de consultoria em gestão para governança corporativa, formulação estratégica e melhoria de resultados econômico-financeiro, além de liderar o Programa de Desenvolvimento Sustentável.
Cada vez mais se fala em lifelong learning (ou aprendizado contínuo ou educação continuada) e vejo por aí pessoas acreditando que isto é um conceito novo ou algo que foi desenvolvido recentemente, o que não é verdade. Considero que nada é mais poderoso do que uma boa meta para nos fazer sair do lugar e buscar o desconhecido, ou seja, aquele conhecimento que hoje ainda não temos e nos afasta daquele resultado desejado e, muitas vezes, necessário para a perenidade das nossas organizações. Mas como conciliar Gestão para Resultados e lifelong learning? Vejamos:
• Identificação do problema Se gerenciar é definir metas desafiadoras e factíveis (e atingi-las), podemos pensar que isso é um constante movimento de sair da zona de conforto e buscar conhecimento. Mas esse não é o conceito do aprendizado contínuo? Então, o papel do líder é o de direcionar seus liderados (e a si mesmo) na direção de novos conhecimentos. Se esta rotina é repetida constantemente, temos uma busca contínua pelo desconhecido. Ou seja, liderar é mobilizar e engajar as pessoas no aprendizado que gera competências para bater as metas de sobrevivência das organizações.
• Definição e execução de um plano de ação Ninguém possui um gap de resultado por vontade própria e sim porque ainda não sabe como atingir o patamar desejado, seja ele de um resultado financeiro, de um indicador de saúde e segurança, de medição do clima organizacional, de satisfação de clientes, ou qualquer outro. Um bom plano de ação é aquele que nos leva a fechar os gaps que foram identificados e priorizados. Para tanto, ele precisa ser definido, à luz da meta e do conhecimento que não está instalado, mas principalmente precisa ser executado.
Definir e executar um plano de ação é como elencar conhecimentos necessários (e que ainda não temos), bem como o processo de obtenção deles, seja por meio de treinamentos in company, cursos externos de curta duração, educação formal, consultorias ou boas práticas.
• Controlar a execução, rever o planejamento e aprender com o processo Não existe planejamento perfeito, dado que não temos como prever o futuro e dominar todas as variáveis envolvidas no contexto. Assim, tanto ou mais importante do que o plano de ação, é ter uma rotina de verificação, aprendizado e replanejamento cada vez mais ágil. O melhor gestor não é aquele que se destaca pelo planejamento que elabora e, sim, pela sua capacidade acima da média de adaptação. Olhando pelo prisma do aprendizado, nos ciclos ágeis de verificação e replanejamento, nada mais estamos fazendo do que verificar os conhecimentos que não foi possível identificar antes como necessários e/ou que emergiram durante o processo como críticos para o sucesso que se está buscando.
Então lifelong learning e gestão para resultados são excludentes? Muito pelo contrário: eles são complementares! O aprendizado contínuo é uma forma de potencializar o processo de abrir e fechar gaps. Da mesma forma que podemos considerar que bater metas, por meio do método, é uma forma de educação continuada. Todos nós (líderes) precisamos focar em melhorar sempre na forma de liderar e de atingir resultados excepcionais. E, para tanto, precisamos fazer uso de todos os recursos que estão à nossa disposição. Motivem, provoquem e incentivem os seus times (e vocês mesmos) para melhorar seus resultados e adquirir conhecimento continuamente. Não há alternativa. E, com isso, faremos com que o lifelong learning deixe de ser um conceito e passe a ser uma ferramenta poderosa da nossa rotina.