A Melhoramentos realizou ontem, 25 de junho, a cerimônia de inauguração da unidade fabril Biona, situada em Camanducaia (MG). Com um investimento médio de R$ 40 milhões, a nova fábrica tem capacidade produtiva anual de 80 milhões de embalagens destinadas, inicialmente, ao setor alimentício.
Projetado para resistir a gordura, umidade e temperaturas extremas, podendo ser usado desde freezer até forno ou aparelhos airfryer, o lançamento — batizado Biona, como a fábrica — agrega atributos sustentáveis à alta performance: a matéria-prima renovável também se torna compostável em 75 dias.
A inauguração representa um passo estratégico relevante e consolida a jornada de transformação trilhada pela Melhoramentos, como definiu Rafael Gibini, CEO da companhia, ao abrir o evento.
“Estamos unindo a nossa experiência em base florestal renovável a tecnologias inovadoras para oferecer uma solução de embalagem zero plástico, alinhada a um dos maiores desafios do mercado. Com a Biona, passamos a ser um parceiro de soluções em embalagens para o setor industrial, reforçando o nosso compromisso com o futuro.”
O lançamento da marca e o startup oficial das operações também foram marcados pela apresentação dos resultados de um estudo sobre a pegada de carbono de diferentes tipos de embalagens.
Diante dos produtos analisados no estudo feito pela Planton, a Biona destaca-se entre as alternativas com menor índice de emissões de gases de efeito estufa (GEE), com 22,37 gCO2e por unidade funcional, equivalente a uma embalagem com capacidade para 350 ml.
“O resultado sobre a pegada de carbono da Biona superou as nossas expectativas. Por ser um produto feito a partir de matéria-prima renovável, esperávamos um bom desempenho de emissões, mas o índice baixo coloca a Biona como uma inovação que, ajudará, de fato, as demais indústrias em suas metas de redução de CO2 e da geração de resíduos plásticos”, comentou Carolina Alcoforado, diretora de Inovação e Novos Negócios da Melhoramentos, ao detalhar os dados comparativos.
Prestigiando o evento, Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), celebrou a forma como a Melhoramentos investe em inovação para buscar uma relação cada vez mais equilibrada com a natureza e os recursos naturais. Na visão de Hartung, a combinação entre o potencial das árvores cultivadas e avanços tecnológicos representa o caminho mais apropriado para gerar ganhos econômicos, sociais e ambientais. “O Brasil possui 10 milhões de hectares de árvores plantadas para fins industriais, enquanto conserva outros 7 milhões de hectares. É um exemplo claro de como é possível produzir ao mesmo tempo em que se prioriza a preservação do meio ambiente.”
O palestrante convidado Gustavo Donato, professor associado da Fundação Dom Cabral, propôs uma reflexão sobre o protagonismo que o Brasil pode exercer nos desdobramentos previstos pela bioeconomia. “O Brasil apresenta hoje uma balança comercial positiva, contudo, focada em commodities. A Biona apresenta-se como uma inspiração para o contexto atual e para as demandas futuras, uma vez que é um produto com alto valor agregado, que oferece uma performance competitiva e sustentável, a partir de tecnologia de fronteira aplicada ao nosso dia a dia”, exemplificou.
Também presente na inauguração da fábrica, Rodrigo Alves de Oliveira, prefeito de Camanducaia, comentou sobre o empenho da gestão pela industrialização do município, enfatizando a importância do trabalho conjunto nas esferas pública e privada para que as empresas possam exercer uma atuação responsável, atendendo aos padrões ambientais e promovendo benefícios sociais.
Produção verticalizada reúne vantagens competitivas
A Melhoramentos, companhia de capital aberto com atuação nos setores editorial, de base florestal renovável e desenvolvimento imobiliário (Altea), mantém, há mais de 80 anos, operações florestais em Camanducaia, Bragança Paulista (SP) e Caieiras (SP), para obtenção de fibras de celulose de alto rendimento. A mais recente unidade fabril, localizada a um raio médio de 30 km da base florestal que totaliza 17 mil hectares, marca a entrada da companhia em uma nova frente de negócios, com foco em inovação e sustentabilidade.

A integração vertical da Melhoramentos, que tem início nas árvores cultivadas de pínus e eucalipto e passa pela extração de fibras de celulose de alto rendimento até chegar à embalagem final, destaca-se como um diferencial que viabiliza embalagens com custo competitivo em relação ao plástico.
Além do investimento nas tecnologias de ponta incorporadas à planta, a Melhoramentos apostou na parceria estratégica com a startup israelense W-Cycle para obter a combinação fabril necessária ao desenvolvimento da biobarreira oferecida pela embalagem Biona.
Foto: Biona – Projetado para resistir
a gordura, umidade e temperaturas extremas, podendo ser usado desde freezer até forno ou aparelhos air fryer, o lançamento agrega atributos sustentáveis à alta performance
Crédito: Caroline Martin
Na Reportagem de Capa da edição de agosto da revista O Papel, os porta-vozes à frente do mais recente braço de negócios da Melhoramentos concedem mais detalhes técnicos e estratégicos sobre a Biona.