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Projeto Sucuriú: a primeira fábrica de celulose da Arauco no Brasil

O leilão da “rota da celulose”, que terá no total 870 km de estradas construídas, está programado para o dia 5 de dezembro.

A Arauco, empresa chilena do setor de base florestal, está presente hoje no setor de celulose em países como Chile, Argentina e Uruguai, com sete plantas no total. No Brasil, a empresa atua há 22 anos no ramo de painéis de madeira com quatro plantas destinadas à produção e anunciou no ano de 2022 a construção da sua primeira planta de celulose no País. Chamada de Projeto Sucuriú, a empresa promete ser uma das mais tecnológicas e inovadoras do Brasil, e será construída na cidade de Inocência, localizada no estado do Mato Grosso do Sul, o maior exportador de celulose do País. O investimento será de 23 bilhões de reais com capacidade produtiva de 3,5 milhões de toneladas de celulose ao ano.

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Durante a cerimônia de abertura do ABTCP 2024 – 56.º Congresso e Exposição de Celulose e Papel –, ocorrida no dia 1.º de outubro, o governador do estado do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, anunciou importantes números e novidades sobre o projeto, entre outros destaques de investimentos no estado.

De acordo com Riedel, o governo do estado tem investido diretamente em infraestrutura para poder atender às demandas do setor, e também através de concessões, como é o caso do maior investimento a ser realizado no estado: a construção de mais de 400 km de rodovias federais em um único bloco, associadas a rodovias estaduais e à pavimentação de rodovias, infraestruturas estas que vêm sendo chamadas de “rota da celulose” e servirão ao complexo de indústrias de celulose que hoje já estão no estado e também para atender a nova planta da Arauco. O leilão da “rota da celulose”, que terá no total 870 km de estradas construídas, está programado para o dia 5 de dezembro.

Sobre a parceria entre a empresa chilena e o Governo, Eduardo Riedel destacou a aprovação do investimento de 4,6 bilhões de dólares na construção da fábrica que hoje já se encontra em processo de terraplanagem, que deve contar com mais de 1.800 funcionários trabalhando em campo na região.

As expectativas, parcerias e novidades relativas ao Projeto Sucuriú foram trazidas pelo presidente da Arauco, Carlos Altimiras, à O Papel. “Este grande passo da construção da fábrica de celulose é um passo natural para nossa empresa. Somos uma empresa global e temos ativos em muitas partes do mundo com a celulose, e o Brasil, sem dúvida, é um país muito competitivo no setor florestal. Então, acredito que seja um passo muito natural fazer este investimento aqui no País”, disse Altimiras.

Neste ano de 2024, Altimiras disse que foi iniciada a terraplanagem para construção da fábrica no mês de junho, com previsão para início da construção da fábrica em abril de 2025 e entrada em operação em setembro de 2027.

“Nossa parceria com as autoridades do Mato Grosso do Sul começou em janeiro de 2022. Em julho, assinamos o termo de acordo e desde então vem sendo um processo de muito planejamento. Pudemos contar com incentivos tributários e investimentos em infraestrutura por parte do estado, mas nós também faremos investimentos em infraestrutura no Mato Grosso do Sul e na cidade de Inocência”, destacou o executivo da Arauco.

As quatro grandes frentes de trabalho do Projeto Sucuriú serão: a floresta, a fábrica, a logística e a frente ESG, que já teve início há bastante tempo junto à comunidade local. Um processo de escuta ativa vem sendo feito pela Arauco na cidade de Inocência com o objetivo de entender as expectativas dos cidadãos, além de um estudo muito interessante que gerou o Plano Estratégico Socioambiental, que irá estabelecer ações e investimentos públicos e privados nas áreas de emprego e renda, saúde, educação, assistência social, segurança pública, transporte, saneamento, habitação e ordenamento territorial e conservação ambiental.

Alguns projetos já estão sendo implementados, como o Conexão Arauco, em parceria com o Sebrae e a Prefeitura de Inocência, que prepara as empresas da região para serem fornecedoras da Arauco e de outras grandes empresas. Outras parcerias ainda devem surgir para formação em diferentes áreas no preparo de técnicos, atendentes, mecânicos, eletricistas e trabalhadores de restaurante, padaria, lanchonete, hotel, cozinheiros, trabalhadores da construção civil, oficina, entre outras áreas de atuação.

Sobre a obra, segundo os cálculos da empresa, Altimiras disse que haverá cerca de 14 mil trabalhadores operando no pico da construção. Já durante a operação serão aproximadamente 6 mil pessoas, considerando as áreas Florestal, de logística e de operação da fábrica. No início serão 1.200 trabalhadores florestais e, gradualmente, com o tempo, o número de trabalhadores irá aumentar, à medida que os demais setores começarem a operar.

Conforme Altimiras, a Arauco tem entre seus valores priorizar a contratação de mão de obra das regiões onde suas operações estão instaladas. “Em Inocência não vai ser diferente. Sempre que possível, contrataremos pessoas de Inocência e dos municípios próximos à cidade. Por isso, a capacitação profissional da população inocenciense é essencial.”

A fábrica, assim como as demais da Arauco, será carbono neutro, por meio da captura e retenção de carbono nos produtos florestais da empresa. Além disso, haverá monitoramentos da biodiversidade local, verificando a presença de espécies vegetais e animais que ocorrem naturalmente na região e identificando áreas importantes para conservação destas espécies.

Altimiras anunciou que a empresa que executará o projeto de construção da fábrica em Inocência será a Valmet. Com mais de 220 anos de história, a empresa é líder mundial no desenvolvimento e fornecimento de tecnologias de processos, automação e serviços para indústrias de celulose, papel e energia. “A negociação entre a Valmet e a Arauco se encontra na fase final de assinatura dos contratos para o fornecimento da maior e mais moderna fábrica de celulose do mundo.

O escopo será a construção completa da fábrica de celulose desde o preparo de madeira, passando pelas linhas de fibra, toda a parte de recuperação química que contará com a maior caldeira de recuperação do mundo e três linhas de secagem de celulose”, comentou Celso Tacla, presidente da Valmet.

A fábrica terá um sistema completo de automação da Valmet, com analisadores, válvulas de controle, sistemas avançados de processo, um sistema de treinamento inovador chamado Digital Twin e o sistema de controle DNAe, a nova plataforma de CDCDS da Valmet.

De acordo com Tacla, os serviços da Valmet no campo têm previsão para início em 2025, mas toda a parte de projetos teve início no dia 1.º de outubro, primeiro dia do evento ABTCP 2024. “Estamos muito felizes pela Valmet ter recebido este grande contrato da Arauco, o que demonstra a confiança que a empresa tem no mercado e sua capacidade de entregar um projeto desta natureza com tantas perspectivas de realização de consideráveis negócios futuros a partir deste projeto.”

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