As últimas novidades e notícias da indústria de celulose e papel. Artigos técnicos, tendências, tecnologia, inovação, ESG, cursos e mais.

Restauração florestal cresce 90% no Brasil em relação a 2021

Lançamento da versão 2.0 do Observatório da Restauração e Reflorestamento apresentou dados e discutiu desafios nesta quinta, em Brasília

As áreas em processo de restauração florestal no Brasil cresceram 90% na comparação com 2021, segundo dados apresentados pelo Observatório da Restauração e Reflorestamento em Brasília nesta quinta-feira (17). O dado de três anos atrás faz referência ao primeiro mapeamento do Observatório. Hoje, a área de restauração no país chega a 150 mil hectares.

Notícia continua após o anúncio

Os principais biomas beneficiados são a Mata Atlântica, com 77% da área em processo de restauração em território nacional; o Cerrado, com 13% deste total; e a Amazônia, com 9,5% da área restaurada. Na plataforma online é possível verificar que o Observatório também mapeou 8,76 milhões de hectares de reflorestamento e 18,58 milhões de hectares de vegetação secundária.

André Guimarães, diretor executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) realizou a abertura e moderou o painel inicial do evento que lançou a versão 2.0 do Observatório na capital federal. Guimarães compõe o Grupo Executivo da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

“A gente praticamente dobrou as áreas em restauração, mas ainda há muito a fazer: a NDC [Contribuição Nacionalmente Determinada] brasileira fala em restaurar 12 milhões de hectares. Há estimativas de que tenhamos até 60 milhões de hectares degradados que precisam ser restaurados e pastagens também devem ser recuperadas. Que este serviço do Observatório da Restauração e Reflorestamento possa oferecer subsídios para o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais) definir suas estratégias e para formuladores de políticas municipais e estaduais”, avaliou o diretor executivo do IPAM.

O Observatório da Restauração e Reflorestamento é uma iniciativa da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Florestas e Agricultura; Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia); The Nature Conservancy Brasil; World Resources Institute Brasil e WWF-Brasil.

Para Fabiola Zerbini, diretora do departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Observatório faz história. “É preciso celebrar, de fato, este trabalho. É muito positivo e acredito que o Observatório da Restauração e Reflorestamento esteja fazendo história, com toda a potência do capital político, social e tecnológico que o alinha. É uma verdadeira arquitetura de gente e de atores nos territórios, com seus desafios, também, mas que inaugura um novo momento, junto ao monitoramento público, para o Brasil ter uma informação correta de sua terra no que toca à restauração”.

A diretora mencionou o Planaveg (Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa), atualizado neste ano, como ferramenta conectada ao Código Florestal e à sua implementação, visando o cumprimento do objetivo de recuperar ao menos 12 milhões de hectares até 2030. E anunciou medida prevista pelo governo para o ano que vem, em direção à COP30 em Belém.

“Em abril de 2025, o Brasil vai lançar sua primeira linha-base de onde estamos na meta de restauração, ainda pautada na vegetação secundaria, com atributos que definem a vegetação secundária que pode ser inserida e considerada como parte na meta de 12 milhões [de vegetação recuperada]. A partir deste número, a gente quer chegar na COP30 trazendo os elementos e dados dos sistemas que operam com esses monitoramentos. A gente quer agregar os dados do Recooperar, de todas as recuperações associadas a licenciamentos, integrando dados de unidades de conservação e terras indígenas, também agregando dados do Observatório na ótica desta camada de gestão voluntária”, disse Zerbini.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, também esteve no evento e falou sobre a plataforma Recooperar, ferramenta do órgão para gestão de áreas degradadas. “Eu acho que o tema da restauração cresceu muito. A gente acabou criando uma estratégia interessante nesta plataforma, em que você consegue lançar todos os polígonos das áreas que precisa acompanhar, seja por licenciamento, algum desastre, ou qualquer outro motivo. A ideia é que possa olhar do ponto de vista espacial e que essa plataforma esteja na mão dos estados e da sociedade civil, de maneira integrada, inclusive, a outras plataformas, como a MapBiomas”.

Ana Paula Destefani, secretária-executiva da Rede para a Restauração da Caatinga, ressaltou o papel dos movimentos e associações comunitárias na restauração da vegetação e destacou como o Observatório confere visibilidade para o trabalho dessas pessoas.

“Há o desafio político da restauração, mas também o desafio de fazer a restauração chegar em mais pessoas para que ela de fato aconteça, e este é o papel dos movimentos, de fazer a restauração no chão. Cada grupo de pessoas carrega a inteligência de cada bioma, a muvuca do Cerrado vem mostrando isso. Para ter restauração precisa plantar, precisa de toda essa cadeia que é de valor, mas é muito além do que a gente imagina. Os movimentos vêm mostrando essa capacidade dos territórios na restauração”, afirmou Destefani.

Para Thiago Belote, líder de Restauração do WWF Brasil, a restauração é como um elo que conecta as agendas socioambientais do país. Em sua fala, lembrou o momento oportuno para a pauta e ressaltou o papel da sociedade civil para o cumprimento de metas globais.

“Acho que a sociedade civil tem o papel de fazer as pontes, ajudando a fomentar, desenvolver e escalonar. O contexto é super favorável. A gente está na década da restauração. Tem a COP16 na América Latina, tem a COP30 no Brasil. Está muito claro que restauração é o elo entre todos os compromissos. Neste momento oportuno, o Observatório da Restauração e Reflorestamento vem para mostrar o que a sociedade vem fazendo de forma voluntária. A sementinha do Observatório teve a participação da sociedade civil, porque entendeu a necessidade de conectar uma plataforma com os movimentos, isso dá visibilidade para as pequenas organizações, como as redes de sementes”.

As organizações parceiras do Observatório realizando a restauração nos biomas são: o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, a Araticum – Articulação pela Restauração do Cerrado, a Aliança pela Restauração da Amazônia, a Rede Sul, a Rede pela Restauração da Caatinga e o Pacto pela Restauração do Pantanal.

Últimas Notícias

Setor de celulose impulsiona exportações apesar da queda geral da Balança Comercial

Indústria de Transformação registrou leve crescimento nas exportações com alta de 44,2% nas vendas do setor de celulose

Bracell abre vagas de emprego para a unidade de Alagoinhas

Com carga horária integral, as oportunidades são destinadas para profissionais com experiência na área florestal

Klabin recebe primeiro aporte de R$ 800 milhões do Projeto Plateau

Parceria da Klabin com a TIMO fortalece a estratégia da companhia, garantindo abastecimento de madeira, monetização de terras e maior eficiência operacional

Branded Contents

BHS Corrugated South America: Expansão e Inovação no Mercado de Papelão Ondulado

A BHS Corrugated South America tem se destacado no mercado de papelão ondulado, consolidando seu crescimento e presença na região sul-americana

Expositores ABTCP 2024 em Destaque

Descubra as soluções inovadoras dos expositores ABTCP 2024 e suas contribuições para a indústria

VEOLIA possui soluções inovadoras e sustentáveis para a Indústria de Papel e Celulose

Com mais de 17 mil colaboradores globalmente, a Veolia Water Technologies resolve os mais complexos desafios relacionados com a sustentabilidade da água

Compartilhar

Newsletter

Mantenha-se Atualizado!

Assine nossa newsletter gratuita e receba com exclusividade notícias e novidades