Desenvolvido para promover uma capacitação técnica de alto nível de seus colaboradores, com resultados em seus processos produtivos e a própria companhia, o programa Boinas Verdes da Suzano, que existe desde 2009, foi potencializado com uma reformulação da empresa em parceria com a Universidade Setorial ABTCP. Com a nova turma, o programa contará com um curso lato sensu em recuperação e utilidades, aliado ao desenvolvimento de habilidades interpessoais.
Lançado oficialmente em 26 de agosto, com a participação dos gestores da companhia, futuros alunos e a equipe da Universidade Setorial ABTCP, na sede da Associação, o programa terá duração de 18 meses e um conteúdo programático de 570 horas, em que, além de contribuir para a formação e retenção de talentos, também incentivará a geração e o compartilhamento de valor entre os demais colegas de trabalho.
Viviane Nunes, head of education e responsável pela Universidade Setorial ABTCP, contou que todo o processo para a criação do novo curso e escolha da Universidade parceira foi desenvolvido ao longo de mais de um ano.
Cada pilar será abordado durante um mês, além de mentorias ao longo do curso. Os temas incluem protagonismo, comunicação assertiva, modelos de liderança, gestão do tempo, colaboração, mentalidade e inovação. “O objetivo é formar líderes e gestores capazes de desempenhar papéis cruciais dentro da Suzano. Com isso, trouxemos não apenas um conteúdo técnico de alto nível, mas também um foco no desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes, preparando-os para desafios futuros,” destacou Viviane. Ela acrescentou que, além do curso de pós-graduação, os participantes terão acesso a uma vasta gama de recursos educacionais, incluindo mais de 300 palestras e cursos na Universidade Setorial, cobrindo temas como recuperação, meio ambiente e o processo produtivo de celulose.
Darcio Berni, diretor-executivo da ABTCP, ressaltou o papel desempenhado na formação técnica de qualidade. “A capacitação e atração de profissionais é um gargalo crucial para o setor e estamos comprometidos em atuar nessa questão. Toda essa parte está sob o guarda-chuva da Universidade Setorial. Além disso, a Associação, por sua própria natureza, consegue reunir concorrentes para discutir assuntos comuns e pré-competitivos. Essa colaboração é facilitada por meio das Comissões Técnicas, onde compartilhamos conhecimentos e experiências, bem como as normas do setor estão sob nossa gestão. Promovemos ainda um ambiente propício ao desenvolvimento tecnológico por meio da Rede de Inovação. Por fim, aproximar pessoas e empresas é mais um pilar fundamental da Associação, exemplificado pela feira e congresso que ocorrerão em outubro,” afirmou.
Alexandre Lanna, diretor de Operações Industriais das unidades Suzano, Rio Verde e Limeira da Suzano e presidente do conselho executivo da ABTCP, corroborou a fala de Berni, afirmando que durante o início de sua trajetória profissional há 32 anos, iniciou o seu aprendizado por meio da Associação e a vivência foi fundamental para crescer na carreira.
Na sequência, os gestores da Suzano, envolvidos na realização do programa Boinas Verdes, também falaram aos presentes. José Alexandre de Morais, diretor industrial da Suzano, contou a história e evolução do programa Boinas Verde na companhia. “Tínhamos a necessidade de estabilizar as plantas que enfrentavam dificuldades operacionais, especialmente as unidades de Mucuri e Suzano. Na época, nós atuavamos com um programa de excelência operacional e gestão da rotina, pelo método da Falconi. Em uma dessas conversas com a empresa de consultoria, foi sugerido um programa de capacitação que já havia sido bem-sucedido em outras empresas. Decidimos tentar na Suzano e o programa foi implementado, que consistia em treinamentos específicos com especialistas renomados. Desde então, muitos colegas passaram por ele e é muito importante tanto para a capacitação técnica quanto para a conexão entre os participantes,” contou.
Morais explicou que o nome do programa foi inspirado em um conceito dos Estados Unidos, onde o exército americano criou unidades diferenciadas para missões específicas. “Da mesma forma, queremos que nossos participantes sejam diferenciados no mercado”, afirmou. Segundo o executivo, o alto nível de exigência nesse programa se dá especialmente por se tratar de um setor de capital intensivo. “Não podemos errar. As plantas evoluíram muito, e agora operamos com uma capacidade de 2,5 milhões de toneladas de celulose, bem diferente das 400 mil toneladas de celulose da primeira planta de Mucuri, em 1989. Por isso, é essencial preparar nosso time para os desafios cada vez maiores.” O executivo também enviou uma mensagem especial aos participantes: “Aproveitem esse momento para estudar e aprender. Não é só sobre obter um diploma, mas sim sobre utilizar o conhecimento adquirido para ensinar colegas e fazer a diferença. Essa é uma oportunidade única que a Suzano oferece para vocês, e eu tenho certeza de que, se bem aproveitada, fará uma grande diferença em suas vidas e em suas carreiras,” incentivou o diretor.
Carlos Verciano, gerente executivo de Recuperação e Utilidades da fábrica Suzano em Imperatriz, disse que o curso não é apenas o início de uma nova jornada, mas um passo fundamental que pode transformar a indústria e a vida de cada participante.
“O curso foi desenhado com a Universidade Setorial ABTCP para atender a uma necessidade crescente de soluções sustentáveis e eficiência em utilidades, que são essenciais para o futuro. Por isso, possuir habilidades técnicas e habilidades interpessoais na construção de uma carreira sólida e inovadora é tão importante. Estamos preparando os participantes para moldar o futuro energético e sustentável do país,” salientou o gerente.
Verciano acrescentou que, para se tornarem líderes eficazes, os participantes devem ser capazes de tomar decisões sob pressão e inspirar mudanças. “O conhecimento que vocês irão adquirir, as habilidades que desenvolverão e as conexões que farão abrirão portas que hoje vocês nem imaginam,” afirmou.
Michael Robert Mota, gestor direto da equipe técnica e operacional, nas áreas da Evaporação, Caldeira de Recuperação, Caustificação e Forno de Cal da unidade de Imperatriz, que está à frente do programa, comentou sobre a singularidade do curso, ressaltando que foi projetado de maneira especial para atender à realidade específica da indústria.
Mota também elogiou os alunos por terem sido selecionados com base em critérios rigorosos e expressou a expectativa de que se destaquem e compartilhem valor, alinhando-se com os direcionadores da empresa. O gestor ressaltou que a conexão entre unidades será fundamental para o sucesso do curso e comentou que nas demais edições realizadas o retorno gerado foi significativo: tanto em eficiência operacional como em ganhos financeiros a partir de projetos gerados por profissionais inspirados pelo programa Boinas Verdes, ultrapassando a casa dos milhões.
Crédito das fotos: Gladstone Campos
Marcelo de Oliveira, diretor de operações industriais da Suzano em Jacareí, destacou sua experiência acompanhando de perto as últimas turmas de pós-graduação e a evolução significativa observada em cada uma delas. “A parceria para essa primeira pós-graduação em recuperação e utilidades atinge um novo patamar, mantendo uma formação técnica sólida e acadêmica, além de desenvolver as habilidades de liderança dos participantes”, indicou.
O diretor também falou sobre a transformação que os cursos de pós-graduação proporcionam, compartilhando sua própria experiência. “O curso será igualmente transformador para os atuais participantes, não só em termos de desenvolvimento pessoal, mas também pela evolução nos projetos que conduzirão nas unidades”, disse. Ele incentivou todos a se dedicarem plenamente ao programa, aproveitando a oportunidade de conexão com os colegas e o aprendizado. “Espero revê-los daqui a 18 meses e saber como esse período impactou suas vidas.”
Abordando a contribuição do programa, Paulo Silveira, diretor industrial da Região Sul da Suzano, ressaltou a importância da parceria entre a ABTCP e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para o lançamento do curso, sublinhando a dificuldade enfrentada pelo setor na obtenção de mão de obra qualificada. Silveira mencionou que a educação é uma questão estratégica para o setor, especialmente diante dos desafios tecnológicos e da escassez de profissionais em áreas técnicas. “A falta de qualificação é estrutural e o setor privado precisa se engajar mais na formação de profissionais,” pontuou, elogiando as ações da Suzano em Três Lagoas, onde foram formados 200 operadores a partir da comunidade local.
Sobre o programa
Reconhecido pelo MEC, o programa foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A Universidade é reconhecida pelos seus cursos nas áreas de engenharia, engenharia florestal e engenharia química, incluindo um Laboratório de Papel e Celulose. Sob a coordenação do professor doutor Fernando Borges Gomes, o Boinas Verdes contará com um corpo docente de mais outros 20 professores das diversas áreas e instituições, como Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre outras.
O professor doutor Roberto Carlos Costa Lelis, também da UFRRJ, esteve envolvido no desenvolvimento do programa e na condução da parceria. Na ocasião, Lelis incentivou a nova turma a aproveitar o espaço e o tempo que têm para trocarem experiências.