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Universidade Setorial está preparando os engenheiros da bioeconomia

O PPGCP, oferecido anualmente, conta com mais de 220 horas de conteúdo programático e temas como processos produtivos, meio ambiente, energia e diversidade

Com apresentações que superaram as expectativas, a Universidade Setorial da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP) encerrou a quinta edição do Programa de Preparação de Gestores de Celulose e Papel (PPGCP) no dia primeiro de agosto, no auditório localizado em sua sede, em São Paulo-SP.

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Envolvendo 11 profissionais em início de carreira, criteriosamente selecionados entre 650 candidatos, e nove empresas investidoras, entre elas Andritz, Bracell, Ecolab, Klabin, LD Celulose, Sylvamo, Solenis, Suzano e Veracel, o evento final recebeu elogios dos representantes dessas companhias, reconhecendo o nível de excelência dos participantes. Os recém-formados agora têm a oportunidade de participar de entrevistas com essas empresas, podendo ingressar na indústria. É importante mencionar que, desde a sua primeira edição, o PPGCP já conta com 69 alunos formados (turmas 2019, 2021, 2022, 2023 e 2024) e, até 2023, visto que desta edição estão em fase de entrevistas, 76% dos participantes foram colocados no mercado de trabalho e destes, 55% atuam no setor.

Durante o evento de encerramento, Bruna Sant’Ana, responsável pelo PPGCP na Universidade Setorial, comentou sobre a importância do programa na formação de profissionais altamente capacitados para o setor. “O que mais me marcou neste grupo de jovens talentosos foi a rapidez com que se transformaram em uma equipe coesa e colaborativa. Demonstraram maturidade, resiliência e uma proatividade inspiradora em todas as atividades. Acompanhar a evolução e o crescimento desses futuros líderes foi uma experiência gratificante e enriquecedora”, disse.

“Ao combinar conhecimento teórico com experiências práticas e um ambiente de aprendizado colaborativo, conseguimos preparar esses engenheiros para enfrentar os desafios da indústria de celulose e papel com confiança e entusiasmo. Tenho certeza de que eles farão a diferença em suas respectivas empresas”, acrescentou Bruna.

Como em anos anteriores, os alunos contaram com padrinhos e madrinhas para o desenvolvimento dos trabalhos técnicos individuais, mas nesta edição o tempo de interação foi maior, facilitando o direcionamento e esclarecimento de dúvidas, além das visitas às fábricas, que ofereceram uma visão prática e detalhada da operação do setor, enriquecendo ainda mais a formação dos participantes, conforme a responsável pelo PPGCP. Nesta edição, os alunos visitaram a fábrica integrada de celulose e papel (Suzano, unidade Suzano-SP), uma planta de químicos (Ecolab) e uma fábrica de embalagens (Klabin TP – Jundiaí-SP).

Ela conta ainda que, este ano, após um feedback de ex-participantes e patrocinadores, foram realizadas algumas alterações no cronograma. “Incluímos um módulo exclusivo para celulose além dos módulos de manutenção e confiabilidade. Outra melhoria foi para os módulos em formato e-learning, onde aumentamos o prazo para acesso, dando um tempo maior para fixação e aproveitamento do conteúdo em nossa nova plataforma da Universidade Setorial”, exemplificou.

Joice Fujita, responsável pelas Comissões Técnicas da ABTCP, e uma das madrinhas do PPGCP, contou que a mentoria de todos os alunos foi realizada simultaneamente às aulas, com acompanhamento conjunto durante o desenvolvimento desses trabalhos técnicos. “O nível de maturidade da turma de 2024 surpreendeu a todos pela facilidade com que absorveram as propostas de estudos. O trabalho foi fácil e dinâmico, tanto quanto o nível de conhecimento e a capacidade de desenvolver os trabalhos. Alguns já tinham alguma experiência por meio de estágios realizados anteriormente no setor e já estavam mais alinhados, mas todos de forma geral se empenharam e entregaram bons trabalhos ao final do programa. A amizade entre eles me chamou a atenção, cada um com a sua área de atuação e personalidade, mas todos muito unidos e receptivos. E, por isso, fiquei muito feliz em realizar mais essa mentoria”, disse Joice.

Os jovens, formados em diversas áreas da engenharia e provenientes de várias regiões do País, tiveram a oportunidade de compartilhar conhecimento, sonhos, histórias e valores, todos alinhados com uma visão de um futuro sustentável. Para a ex-participante do PPGCP, Rayana Reis, que hoje é responsável pelas Comissões de Estudo do ABNT CB-29, internalizada na ABTCP, e também bastante atuante nesta edição, o sentimento é de missão cumprida. “No PPGCP 2024, eu colaborei na parte técnica, apoiando a Joice Fujita e os padrinhos e madrinhas nesta etapa. É gratificante estar do outro lado e poder contribuir para o programa que abriu as portas do setor para mim. Quando ingressei na terceira turma em 2022, recém-formada em engenharia química, o mundo de celulose e papel era desconhecido e nessa turma eu vi o programa abrindo caminhos para outros alunos que desconheciam o setor”, comentou.

Sobre o programa, Rayana detalhou que são dois meses intensos, um deles on-line e outro 100% presencial, com a oportunidade de aprender todas as etapas do processo, desde a floresta até o produto acabado. Então, as mentorias técnicas servem de orientação na escolha do tema até o desenvolvimento de cada apresentação final, realizadas no último dia do programa. “O resultado final foi entregue com qualidade. Os alunos se destacaram por possuírem formação de diferentes engenharias, mostrando que estão preparados para iniciar uma carreira promissora nas diversas áreas do setor de celulose e papel, transitando muito bem entre vários temas. Sempre falo que uma semente é plantada no PPGCP, pois o programa faz brilhar os nossos olhos para o setor que reúne a sustentabilidade, inovação e grandes tecnologias. A experiência vivida no PPGCP continua. Carrego esse legado e quero continuar encorajando jovens a participarem desse programa!”, destacou Rayana.

No evento de encerramento, os representantes das empresas e do Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) presentes também comentaram sobre a motivação dos jovens e como a nova geração vê o setor de base florestal como um caminho para a transformação de um mundo melhor.

Conforme a proposta, cada aluno discorreu sobre um tema relacionado à indústria, demonstrando um domínio proporcionado pelo PPGCP, com ênfase na descarbonização e na redução das emissões de gases de efeito estufa. Foram apresentadas tecnologias como o looping de cálcio e o uso de PCC (carbonato de cálcio precipitado), bem como a eficiência energética a partir de otimizações dos processos no forno de cal e a utilização de combustíveis alternativos. Além disso, discutiram a racionalização do uso da água no processo kraft, com soluções tecnológicas que visam otimizar e reduzir custos.

A inovação também foi um tópico importante, com a introdução de drones e IA para manutenção preditiva, melhorando a eficiência operacional e a segurança. A qualidade da matéria-prima, especialmente madeira e cavaco, foi considerada crucial para a eficiência do processo, incluindo o uso de Near Infrared Reflectance (NIR) para análise e monitoramento rápidos e não destrutivos da qualidade dos cavacos. A geração de energia limpa e os benefícios financeiros da extensão das campanhas entre paradas gerais foram destacados.

Os participantes abordaram ainda a sustentabilidade, que será facilitada com a aprovação do protocolo GHG, contribuindo para medir, gerenciar e relatar as emissões de gases de efeito estufa das empresas, e a demanda por novos produtos ambientalmente responsáveis, expandindo o alcance do setor com novas possibilidades de crescimento, especialmente no mercado têxtil, cosméticos e de embalagens. Nos processos, foi destacada a contribuição com o uso de xilanases no branqueamento para redução de químicos. Além disso, a importância da manutenção preditiva e a tendência da manutenção prescritiva foram ressaltadas como estratégias para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos.

Esses temas refletem os desafios e oportunidades da indústria de celulose e demonstram a importância da inovação tecnológica e da sustentabilidade na construção de um setor mais eficiente e responsável.

A estrutura do PPGCP

O PPGCP é realizado anualmente e envolve um extenso trabalho da área técnica da Universidade Setorial da ABTCP, que promove visitas às universidades e palestras sobre a cadeia produtiva da indústria de base florestal. Neste ano, a divulgação presencial ocorreu em nove universidades: UFES Alegre, IFES São Matheus, IFES Vila Velha, UFMS Campo Grande, AEMS Três Lagoas, UMC Mogi, IFMA, UFPR Curitiba, UFMG Belo Horizonte.

O programa é viabilizado a partir do patrocínio das empresas da cadeia produtiva e visa suprir a crescente demanda por mão de obra especializada, alinhada aos valores de sustentabilidade do setor. Conforme dados do relatório anual da Indústria de Árvores (IBÁ), somente em 2022, 2,6 milhões de empregos, diretos e indiretos, foram gerados, comprovando a alta demanda e empregabilidade da indústria.

Após a seleção, os alunos participam de um formato híbrido de estudos, que combina aulas gravadas e ao vivo a distância na primeira etapa, com aulas presenciais na segunda etapa. O conteúdo programático, com 224 horas, abrange temas como processos produtivos, meio ambiente, energia, nanotecnologia, compliance, sustentabilidade, inovação e diversidade. As aulas presenciais são ministradas por profissionais do setor e abordam gestão, ESG, administração, finanças, tecnologia, entre outros. Os alunos também visitam fábricas e instituições, além de participarem de atividades que desenvolvem hard e soft skills, compondo um currículo completo e abrangente.

Para o PPGCP 2025, Viviane Nunes, head de educação da ABTCP, conta que a divulgação do PPGCP começará já em novembro deste ano. “Vamos iniciar as visitas nas universidades e começaremos também a receber currículos para a próxima turma. Além disso, a ABTCP oferece ainda um programa de preparação de gestores focado nos colaboradores das empresas de celulose e papel”, contou a executiva sobre as oportunidades oferecidas pela Universidade Setorial.

Confira aqui a matéria completa, publicada na O Papel de agosto

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