A ENERGIA QUE VEM DA FLORESTA CULTIVADA
POR MÁRCIA SILVA
Doutora em Ciência Florestal e analista sênior
de Sustentabilidade e Assuntos Florestais na
Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ).
O relatório síntese sobre mudança do clima de 2023,
elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC), reforçou a gravidade
dos alertas sobre o aumento da frequência dos
eventos climáticos extremos, como enchentes, furacões e secas.
Esses eventos já afetam diversas regiões, com maior efeito em
comunidades mais vulneráveis. Tal situação é consequência
direta de mais de um século de queima desenfreada dos
combustíveis fósseis que alimentaram a economia global,
jogando milhares de toneladas de carbono na atmosfera. O
momento é de urgência, sobretudo para encontrar caminhos
sustentáveis para o futuro.
Para dar conta dessa tarefa inadiável será preciso valorizar
ativos que contribuam para uma transição energética global de
forma justa e responsável. O Brasil poderá assumir um papel
de protagonismo nesse desafio e encontrar oportunidades em
meio à crise que vivemos. De acordo com a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), 48% da matriz energética nacional é renovável,
enquanto a média mundial é de apenas 15%. Essa energia abastece nossas cidades, transportes, indústria, hospitais e escolas,
impulsionando a economia do País.
O setor brasileiro de árvores cultivadas é um ótimo exemplo a se considerar no contexto de incentivo à transição energética. Com 9,93 milhões de hectares de árvores cultivadas e mais 6 milhões de hectares de áreas conservadas, que, juntas, estocam em torno de 4,5 bilhões de toneladas de CO2eq. As
práticas de manejo florestal realizadas garantem a manutenção
dos novos ciclos de crescimento das florestas cultivadas, que
são capazes de remover e manter estoques de carbono, gerando benefícios climáticos.
Essa mesma biomassa florestal, além de dar origem a mais
de 5 mil bioprodutos, como tecidos, fraldas, embalagens de
papel, livros, pisos laminados, painéis de madeira, dentre
outros, também pode gerar energia de origem renovável por
meio de produtos bioenergéticos.
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