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Água: “ouro” para as indústrias com elevada pegada hídrica

A gestão sustentável da água é essencial para a preservação desse recurso vital, especialmente para indústrias que dependem intensivamente dele

De acordo com dados do Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento de Água de 2020 (World Water Development Report 2020), da ONU, nos últimos 100 anos, o uso da água aumentou seis vezes. E continua a crescer. Diante disso, promover uma gestão sustentada de recursos hídricos torna-se uma necessidade tanto para o setor público quanto privado. Com uma eficiente gestão, é possível preservar esse recurso tão essencial para o desenvolvimento econômico, resultando no menor consumo e na redução do desperdício.

Atualmente, alguns conceitos vêm sendo formulados e construídos nos debates técnico-científico-políticos, como solução para a insegurança hídrica geral. Aqui, destacam-se os conceitos do balanço hídrico zero e a economia circular ou regenerativa. O ciclo da água está diretamente ligado ao clima. Assim, mudanças no clima que alterem o regime de chuvas podem provocar o aumento da ocorrência de eventos hidrológicos extremos, como inundações e longos períodos de seca. Esses eventos afetam a oferta de água, ameaçando o suprimento de recursos hídricos.

Diante do cenário de mudanças no clima, a Agência Nacional de Águas (ANA) implementa medidas para aumentar a segurança hídrica e a capacidade do Brasil de se adaptar a novos cenários. A ANA também promove reuniões técnicas, dá apoio ao desenvolvimento de grupos de estudos científicos e elabora documentos de diretrizes e planos de recursos hídricos. A decrescente disponibilidade de água, a cobrança pelo seu uso, as crescentes exigências de tratamento dos efluentes, a outorga de seu lançamento, que já é uma realidade, e a necessidade de manutenção ou melhoria da qualidade das águas dos corpos receptores elevam a sustentabilidade na gestão de águas e efluentes a um patamar de primeira grandeza para a própria sustentabilidade dos negócios das indústrias, principalmente daquelas que têm grande dependência desse bem.

Deve ser observado que a Lei n.° 9.433, Política Nacional de Recursos Hídricos, em seu art. 1.º, baseia-se nos seguintes fundamentos, destacando-se: a) a água é um bem de domínio público; b) a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; c) em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais.

Nesse contexto, certamente o setor privado tem compromisso, ainda não compulsório, com a busca da conscientização hídrica e a implementação de práticas de conservação em indústrias que serão fundamentais para enfrentar os desafios da escassez de água e promover a sustentabilidade ambiental. O monitoramento do consumo, o reúso e a reciclagem de água, o uso de tecnologias eficientes nos processos produtivos, operações unitárias, reúso do efluente tratado e o engajamento dos colaboradores são estratégias fundamentais que podem ser adotadas para garantir o uso responsável desse recurso vital. Ao aderir a essas práticas, as indústrias podem contribuir significativamente para a preservação dos recursos hídricos e para um futuro mais sustentável.

A água é um recurso natural primordial para a transformação de outras matérias-primas em bens de consumo. Sem água, não seria possível produzir uma gama de itens da forma como são fabricados hoje, nos mais diversos setores da economia mundial. Esse princípio também se aplica à indústria de celulose e papel.

A água e as indústrias de celulose e papel

As indústrias de celulose e papel têm plena consciência da importância da preservação da água, o que não pode ser observado de forma isolada e independente de outros recursos naturais, mas precisa fazer mais. Essa complexa inter-relação determina o comportamento do ciclo hidrológico, o qual sofre os reflexos diretos do uso da terra, da relação com as florestas plantadas ou não e da proteção das nascentes. Além de seu valor ambiental e social, a água tem uma influência direta no crescimento econômico, produção de energia e na competitividade das indústrias.

Todos esses fatores fazem com que a conservação da água esteja diretamente relacionada aos princípios e ações em prol da sustentabilidade que devem nortear o setor industrial e, em particular, aqueles com elevada pegada hídrica.

Os déficits hídricos indicam tanto a premente necessidade de segurança de seu suprimento quanto do suprimento energético com base em fontes renováveis, visto que as projeções dos especialistas indicam que o estresse hídrico deverá alongar-se no tempo e agravar-se ainda mais no médio e longo prazos. É, portanto, um cenário que exige radicais mudanças de paradigmas no seu uso, tanto para consumidores residenciais quanto para utilização no setor produtivo, especialmente na indústria.

Como regra geral, uma das principais alternativas a um custo aceitável posta às indústrias é a otimização do reúso de água tratada, o que exige o conhecimento do consumo em cada etapa do processo produtivo e as especificações de qualidade para cada aplicação. Para a aplicação do reúso em processos industriais, atenção especial deve ser dada à qualidade das águas em relação aos efeitos potenciais na saúde dos usuários, nas instalações da indústria, como corrosão, incrustações e deposição de materiais sólidos nas tubulações, tanques e outros equipamentos, além dos efeitos nocivos aos processos produtivos, como alterações da solubilidade de reagentes nas etapas de processamento e alterações das características físicas e químicas dos produtos finais.

O uso consuntivo setorial da água no Brasil ocorre, principalmente, para irrigação, abastecimento humano (urbano e rural), abastecimento animal, indústria, geração termelétrica e mineração. O conhecimento acerca desses usos vem sendo constantemente ampliado por meio de estudos específicos e cadastros de usuários, e os avanços são registrados anualmente pela Agência Nacional de Águas (ANA). Em 2022, 50,5% da captação total de água no Brasil foi utilizada na agricultura (principalmente irrigação), 14,4% para indústria e geração de energia, e 32% para abastecimento da população urbana e rural, e o restante (3,1%) mineração e animal (ANA, Conjuntura de Recursos Hídricos, 2023).

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