Colorir, uma atividade que por muito tempo foi associada exclusivamente ao universo infantil, voltou com tudo — e agora é uma das manias mais comentadas nas redes sociais. Com milhões de visualizações no TikTok e perfis dedicados à prática, os livros de colorir voltados ao público jovem e adulto, junto com as icônicas canetinhas coloridas, tornaram-se um verdadeiro fenômeno cultural. Entre os nomes mais populares estão as coleções Bobbie Goods, nos Estados Unidos, e Coco Wyo, que chegou recentemente ao Brasil e a Portugal.
O sucesso se deve, em parte, à estética fofa e nostálgica dos desenhos, mas também a uma crescente demanda por atividades relaxantes, criativas e que promovam o bem-estar mental.
Ao contrário dos livros infantis tradicionais, os novos títulos são pensados para jovens adultos e adultos, com ilustrações caprichadas, temas lúdicos ou reconfortantes e papel de qualidade superior, ideal para quem gosta de experimentar com canetinhas, marcadores, lápis de cor ou aquarela. A proposta é simples: desacelerar o ritmo da vida digital e encontrar prazer no simples ato de preencher espaços com cor — sem julgamento, sem pressa, sem regras.
Esse movimento ganhou ainda mais força com influenciadores que compartilham vídeos colorindo páginas com esmero, testando canetinhas e combinando cores com técnicas próprias. Um dos exemplos brasileiros é Lucas Medeiros, conhecido como “Cores do Lucas”, que atrai milhares de seguidores justamente por mostrar, em vídeos relaxantes, o processo de transformar uma página em branco em uma pequena obra de arte.
Paralelamente aos livros, o mercado de canetinhas também floresceu. Marcas como Posca, Stabilo e Tombow se tornaram itens desejados, não apenas por artistas, mas por qualquer pessoa que queira personalizar seu livro de colorir, bullet journal, caderno ou até a capinha do celular. Canetas com ponta pincel, cores pastel, neon ou metálicas, e até versões que apagam com calor, como a Pilot Frixion, estão entre as favoritas dessa nova geração de coloristas.
Bobbie Goods e o efeito terapêutico
A prática ganhou também uma conotação terapêutica. Segundo psicólogos e terapeutas ocupacionais, colorir ativa áreas do cérebro relacionadas ao foco, à coordenação motora fina e à criatividade. Além disso, por exigir atenção plena, é uma ótima forma de aliviar o estresse, similar à meditação. Por isso, tem sido adotada inclusive em ambientes corporativos e educacionais como uma ferramenta para ajudar na concentração e no autocuidado.
Outro aspecto que impulsionou essa tendência foi o design dos próprios livros. As editoras perceberam o potencial do público adulto e passaram a investir em temas variados: há livros com desenhos florais, urbanos, de comida, com frases motivacionais e até mesmo edições sazonais, como Um Natal Acolhedor da coleção Coco Wyo. Eles são perfeitos para colecionar, presentear ou usar como uma pausa relaxante no dia a dia.

E como toda boa tendência que se espalha pelas redes, essa também já começa a se expandir para outros formatos. Algumas marcas estão lançando kits completos com livros, canetinhas e estojos, enquanto outras apostam em aplicativos que simulam a experiência de colorir digitalmente. Mas, curiosamente, é o contato manual com o papel e a tinta que mais encanta os fãs dessa moda. Em tempos tão digitais, colorir se transformou numa forma de desacelerar e de se reconectar com algo mais simples, mas profundamente gratificante.
Mais do que uma febre passageira, os livros de colorir e as canetinhas se consolidam como um símbolo de bem-estar, autocuidado e expressão individual. Uma atividade acessível, criativa e que pode ser feita em qualquer lugar — seja em casa, no transporte público ou durante uma pausa no trabalho. E tudo indica que essa moda ainda vai colorir muitos dias pela frente.
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Onde comprar:
Bobbie Goods – Harper Collins