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Brasil tem posição favorável no mercado de combustível de aviação sustentável

Rabobank aponta oportunidades com a crescente demanda por combustível de aviação sustentável, com potencial para se tornar um player global

O setor de etanol do Brasil está se preparando para uma nova era de oportunidades com a crescente demanda por combustível de aviação sustentável (SAF). Um estudo recente da RaboResearch, área do Rabobank, destaca o potencial do país em se tornar um importante player nesse mercado em ascensão. Além do setor de etanol, vale mencionar ainda que existe um movimento para emplacar esse mercado, com empresas como a Bolder, que tem o objetivo de formar um cluster com foco na construção de soluções para SAF.

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Com atuação em grandes projetos de inovação, principalmente em energia, a Bolder mapeou inúmeras iniciativas das corporações que atuam no ecossistema de SAF, mas que, isoladamente, não conseguiriam criar saídas para essas resoluções. O programa reúne protagonistas do setor como a Suzano, a Galp, grupo de empresas portuguesas no setor de energia, e a Vibra, maior distribuidora de combustíveis do Brasil.

Além disso, segundo os especialistas do Rabobank, com a projeção de um aumento na demanda por combustível de aviação sustentável, o Brasil, conhecido por sua produção de etanol de cana-de-açúcar, estaria bem posicionado para atender a essa necessidade.

“A análise indica que mesmo que 100% da demanda doméstica projetada de SAF sob a legislação proposta no Brasil fosse produzida a partir de etanol, o volume necessário seria de aproximadamente 3,5 bilhões de litros até 2037, o que não representa uma mudança significativa em termos de volumes. A produção local de etanol atualmente ultrapassa os 30,0 bilhões de litros por ano”

RABOBANK

Destaques:

  • Enquanto a legislação que apoia o mercado de combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) está tramitando no Congresso Nacional, as leis correlatas nos Estados Unidos e na União Europeia já estão bastante avançadas
  • Países europeus, EUA e Japão possuem mercados de combustíveis bem maiores do que o Brasil. Porém, participantes do setor de etanol nacional estão otimistas com a possibilidade de entrarem de forma competitiva no mercado de exportações, uma vez que as emissões de carbono relacionadas à produção de SAFs no Brasil são baixas. 
  • A alternativa pelo SAF não muda os paradigmas do mercado nacional em relação ao volume, mas a produção local pode evoluir para uma espécie de “mercado premium”. Ainda, muitos fornecedores grandes de etanol já possuem vínculos com os principais distribuidores de combustíveis no país, incluindo o SAF. 
  • A construção de instalações que produzem SAFs é um enorme investimento que, apesar de ainda não ter sido anunciado no Brasil, está sob análise. Vale ressaltar que enquanto persistem diversas incertezas em torno da evolução deste mercado, os setores de cana e etanol exploram alternativas em termos de produtos e mercados. 

Uma das principais conclusões do estudo é a importância da política e das regulamentações para impulsionar o mercado de combustível de aviação sustentável. Países como os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido já estão avançados nesse sentido, com legislações que incentivam a produção e o uso de combustíveis sustentáveis. No entanto, o Brasil também está avançando nesse caminho, com propostas de legislação para estabelecer metas de mistura de combustível de aviação sustentável e incentivar a otimização da logística de distribuição.

O estudo destaca a necessidade de investimentos significativos na construção de instalações comerciais de produção de combustível de aviação sustentável. Para que esses investimentos se concretizem no Brasil, será fundamental o desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos robusta, com acordos contratuais sólidos entre as partes envolvidas.

A indústria de etanol no Brasil já possui parcerias estratégicas com grandes distribuidores de combustível de aviação, o que pode facilitar a transição para a produção em larga escala de combustível de aviação sustentável. Além disso, a diversificação do setor sucroenergético, com projetos inovadores como a produção de etanol celulósico e a fabricação de combustível de aviação sustentável a partir de biogás, demonstra a capacidade do Brasil de se adaptar às exigências do mercado global.

O estudo ressalta ainda a importância da flexibilidade e da busca por opções estratégicas para o setor sucroenergético. A capacidade de explorar diferentes mercados e arbitragens, como a produção de açúcar versus etanol, a exportação versus vendas domésticas e a geração de eletricidade a partir de bagaço de cana-de-açúcar, são vantagens competitivas que podem impulsionar o crescimento do setor de combustível de aviação sustentável no Brasil.

Fonte: Rabobank e Bolder

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