Com uma proposta no montante de 9% de desconto no valor da tarifa de pedágio, que representa um aporte de R$ 217,4 milhões de reais, o consórcio K&G Rota da Celulose, composto pelas empresas Galápagos e K-Infra, foi o vencedor do leilão da Rota da Celulose, realizado hoje, 8 de maio, na sede da B3 em São Paulo.
O consórcio desbancou as propostas do Caminhos da Celulose (XP) que ofertou 8% de desconto na tarifa de pedágio; o consórcio Rotas do Brasil S.A., com 5% de desconto; e o BTG Pactual com 4% de desconto.
A K-Infra opera hoje a chamada Rodovia do Aço, concessão que soma 200,4 quilômetros de extensão da BR-393 (Rodovia Lúcio Meira), da divisa entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro ao entroncamento com a BR-116 (Via Dutra), em Volta Redonda, na região Sul Fluminense. Já a Galápagos faz o seu primeiro investimento no setor rodoviário.
A região da Rota da Celulose terá quase R$ 80 bilhões em investimento em quatro fábricas do setor: Suzano e Eldorado, já em funcionamento; a Arauco, que será construída na cidade de Inocência (MS) com previsão do início das atividades para o final de 2027 SAIBA MAIS e Bracell que acaba de firmar termo de concessão de incentivos fiscais com o Governo de Mato Grosso do Sul para a construção de sua mais nova fábrica localizada em Bataguassu (MS) SAIBA MAIS.
“Em dois anos, os leilões de rodovias geraram cerca de R$ 140 bilhões de investimentos da iniciativa privada para os próximos anos. Nós estamos falando de praticamente três PACs, ou seja, três anos de investimento público em obras de infraestrutura. Unir o investimento público ao privado é um dever de casa que precisamos fazer, este é o Brasil que pode dar certo”, afirmou Simone Tebet, Ministra do Planejamento e Orçamento.
A primeira tentativa de licitação do trecho ocorreu em dezembro do ano passado, porém, não recebeu propostas. A justificativa para a falta de interessados à época foi o subdimensionamento do valor estimado das obras, que restringia o retorno financeiro do projeto, o modelo de cobrança de pedágio (sistema “free flow”) e o aumento das exigências dos investidores dado o grande volume de concessões sendo ofertadas no setor rodoviário.
“Nós revisitamos alguns pontos do contrato, e fizemos uma modernização. Esse é um leilão com volume de recursos expressivos e no momento em que ocorreu a primeira tentativa, estávamos sofrendo não só com a concorrência mas com um movimento de mercado não tão presente como hoje a gente vive” disse Eduardo Riedel, Governador do Mato Grosso do Sul.
O novo contrato traz um modelo econômico-financeiro com valor de investimentos obrigatórios reduzido durante os primeiros quatro anos de operação, melhorias nos parâmetros de retorno, sendo que, estão estimados R$ 3,2 bilhões em custos operacionais ao longo dos 30 anos de contrato e R$ 6,9 bilhões previstos em investimentos nas obras.
Com relação às obras, o consórcio K&G, vencedor da concorrência, deverá duplicar 115 km de rodovias, construir 457 km de acostamentos e 245km de terceiras faixas, além de 12 km de vias marginais. Serão implantados 38 km de contornos urbanos, 25 acessos, 22 passagens de fauna e 20 alargamentos de pontos, além de obras especiais como pontes e passarelas que totalizam 3.780m².
Controvérsias
A K-Infra opera hoje a chamada Rodovia do Aço, localizada entre os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, porém, o contrato da empresa teve caducidade decretada pelo governo federal por descumprimentos contratuais. A K-Infra segue operando graças a uma decisão judicial.
Com a vitória de hoje, a Galápagos faz o seu primeiro investimento no setor rodoviário. A empresa hoje é gestora de R$ 27 bilhões de ativos.
Sobre o assunto, o Ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que está otimista em relação ao cumprimento das obrigações da concessão e que o novo modelo de contrato traz mais segurança jurídica em relação ao firmado no caso da Rodovia do Aço.