Na última quarta-feira, dia 27 de novembro, a Ibá – Indústria Brasileira de Árvores, reuniu em sua sede mais de 60 participantes do setor de árvores plantadas com o intuito de realizar um bate-papo para articular, junto ao Integrante do Conselho de Administração do Itaú, Candido Bracher, os desafios da agenda de sustentabilidade da COP 30 e o mercado de carbono.
“Poucos problemas globais têm tal grau de consenso quanto a existência do aquecimento global, sua causa e sua solução”, disse Candido no início de sua fala. O questionamento é: Qual a natureza do problema?
Para Candido, trata-se da chamada “tragédia dos comuns”, um conceito advindo da Inglaterra pós-medieval, em que havia pastos comuns, onde os camponeses podiam colocar seus carneiros para pastar sem qualquer coordenação, limite ou cobrança por isso. Traçando um paralelo, a capacidade da atmosfera de absorver carbono seria o pasto e a emissão de carbono, o carneiro.
O mundo vem emitindo gases de efeito estufa sem controle, sem serem cobradas por isso, o que gera o problema do aquecimento global. De acordo com Bacher, “a maior falha da economia de mercado de todos os tempos.
A solução seria, portanto, precificar as emissões. É aí que entram os desafios: convencer os países a “investirem” em algo que terá um benefício a longo prazo e não terá retorno financeiro, ao invés de investir em soluções imediatas e paliativas com um alto grau de lucro, que são as tecnologias limpas.
Hoje, a Europa já implantou um sistema de cap and trade, colocando um preço no carbono, aliado ao CBAM – Carbon Border Adjustment Mechanism, que cobra na fronteira um imposto sobre o carbono que cada produto contém.
O PL brasileiro do Mercado de Carbono propõe o mesmo mecanismo, o que necessita ser trabalhado agora, segundo Candido, é cada pessoa e cada empresa adotar medidas e processos sustentáveis, uma articulação com o governo para criar uma coordenação central, lembrando que a redução das emissões do Brasil é uma questão de Estado e não de governo.
Ou seja, é necessário criar uma estrutura que faça com que independentemente do governante, o país continue na mesma linha.
Concluindo, Bacher sugere três formas de reduzir as emissões: 1) mudança de hábitos; 2) mudança de forma, através das tecnologias verdes e por fim, 3) capturando carbono, seja através das soluções vindas da natureza, seja através do Carbon Capture and Storage e Direct Air Capture.