DADOS COMO HABILITADORES DA GESTÃO
POR BRUNO RODRIGUES DE MORAES
Já não é mais novidade alguma tratar (ou sentir a
necessidade de tratar) temas como indicadores-chave, boas
análises, tomada de decisão baseada em fatos, previsões,
inteligência artificial, entre outros.
Tenho certeza de que todos os gestores comprometidos com o futuro e a perenidade de seus negócios se debruçam constantemente
para se atualizar, adotar as tecnologias do momento e aperfeiçoar o
modelo de gestão.
E o que tudo isso possui em comum?
Dados! Todos esses temas partem de uma base comum que são
os dados. Eles são os registros de todas as transações que ocorrem e
formalizam o que ocorre nos processos das empresas.
Até hoje lembro da primeira lição que tive em uma disciplina
de “análise de sistemas” que fiz por curiosidade há muito tempo,
que diferenciava “dados”, “informação” e “conhecimento”, mais ou
menos assim:
Dados: registros realizados nos sistemas.
Informação: quando tais registros são organizados de forma lógica e conseguem exprimir mensagens mais estruturadas.
Conhecimento: a capacidade de analisar essas informações e
usá-las na tomada de decisão é o que gera conhecimento para a evolução organizacional.
Diria que minha maior preocupação atualmente como consultor
é perceber que as provocações (e os esforços) no âmbito da gestão
focam na geração de conhecimento, mas poucos ainda investem na
qualidade dos dados.
É muito comum encontrar sistemas, análises e modelos que são
construídos a partir de dados que são gerados com base em sistemas
operados de forma não padronizada e por usuários não capacitados,
ou até mesmo dados originados de forma manual. Quem ainda não
usa aquela planilha com registros manuais e que sustenta uma parcela
das decisões?
A Engenharia de Dados viabilizando o aumento de maturidadeA função que foca no saneamento, estruturação, organização e disponibilização dos dados é a que chamamos de Engenharia de Dados.O primeiro passo consiste em mapear as diversas fontes dos dados utilizados e a qualidade com a qual eles são gerados, para encontrar as fragilidades existentes e que precisam ser solucionadas.A partir daí, avaliamos como substituir constantemente as fontes manuais (ou com influência humana) por medições automatizadas. Há uma enormidade de sensores que podem ser utilizados e que registram de forma on-line e precisa tudo que ocorre no processo produtivo.Todos esses dados devem estar disponíveis, para possibilitar tomada de decisão ágil. Assim, a construção de um data lake que conecte e consolide todas as fontes de dados é uma prática de mercado que traz muitos benefícios.Uma boa visualização dos dados (e das análises que são realizadas) é outra boa prática a ser respeitada. Painéis estão cada vez mais intuitivos, aproximando a gestão dos fatos registrados e facilitando a leitura dos operadores e gestores. Garantindo assim que os dados relevantes para a gestão estejam mapeados, coletados da forma autônoma, estruturados em uma grande base de dados, saneados para refletir a realidade e disponíveis para a tomada de decisão, a gestão estará habilitada para um próximo patamar de maturidade.Atualmente existem técnicas que permitem, por exemplo, utilizar a mensuração e o acompanhamento dos dados para compreender a realidade dos processos transacionais para direcionar melhorias e otimizações que geram valor em níveis impensados até pouco tempo atrás.Então deixo aqui a reflexão se não está na hora de investir para aumentar a qualidade dos dados, mirando possibilitar tecnologias e melhorias na gestão.