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Empresa-filha da Unicamp otimiza avaliação da qualidade da madeira

Idealizada por alunos da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade, Valora Madeira leva conhecimento obtido em pesquisas para empresas do setor madeireiro

Avaliar a qualidade da madeira, garantindo sua valorização desde a produção até o acompanhamento durante a vida útil é o principal foco da Valora Madeira, empresa-filha da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e recém-incubada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). Fundada em 2021, a startup foi idealizada por dois ex-alunos de pós-graduação do Laboratório de Ensaios Não Destrutivos, na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp (FEAGRI), e hoje segue comandada por Rafael Lorensani e Bruno Ruy.

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Juntos eles trabalham para prover soluções tecnológicas em áreas relacionadas à madeira e árvores (florestais e urbanas) e, assim, entregar soluções a diferentes públicos, desde empresas até o setor público. A empresa, segundo Lorensani, surgiu da necessidade de oferecer um portfólio de serviços compatível com as atuais demandas do setor madeireiro, trabalhando para que toda madeira possa ser aproveitada, respeitando suas propriedades mecânicas, sem que haja nenhum descarte de madeira sem necessidade.

No setor de celulose e papel, um dos quais a empresa atua, a qualidade da madeira é um fator importante para assegurar o melhor aproveitamento da matéria-prima e redução de desperdícios. Para mitigar oscilações e eventuais problemas que possam ter ao longo do cultivo das árvores, é preciso dispor de um planejamento florestal que considere a densidade básica da madeira e a rigidez das árvores – é aí que atua a empresa-filha.

Já em plantios destinados à construção civil e à indústria moveleira, segmento no qual as propriedades das árvores também importam, a Valora Madeira oferece soluções. Dessa vez, são modelos de previsão das características da madeira que considera, entre outros aspectos, a resistência da madeira com base em medições que podem ser realizadas em madeiras em estágio inicial, por meio de equipamentos de inspeção não destrutivos.

Com as técnicas desenvolvidas em pesquisas em parceria com a Universidade, hoje os empreendedores conseguem obter dados que vão além das informações comumente coletadas Esses dados permitem, por exemplo, analisar como a estrutura celular da madeira tem se modificado frente às mudanças climáticas.

Conexão com o Unicamp Ventures e com a Incubadora da Unicamp

A Valora Madeira é uma das mais de mil empresas-filhas da Unicamp contabilizadas no mapeamento feito pela Agência de Inovação da Unicamp (Inova Unicamp) e faz parte do grupo Unicamp Ventures, que promove a conexão das empresas criadas por alunos, ex-alunos ou pessoas que têm ou tiveram vínculo com a Universidade. O cadastro como empresa-filha da Unicamp foi realizado neste ano, sem custos e de forma voluntária.

O CEO explica que um dos motivos que o levou a realizar o processo são os benefícios oferecidos a membros dessa rede. Ele também destaca que, para além do título e do valor agregado à marca ao ser considerada uma empresa-filha da Unicamp, uma das vantagens desta conexão é a possibilidade de participar de eventos e integrar espaços de networking.

“A Unicamp é uma importante Universidade formadora de talentos. Nós, somos exemplo disso, e vemos valor em continuarmos conectados com esse ecossistema inovador por meio do grupo de empresas-filhas da Unicamp”, diz o empreendedor e ex-aluno da Unicamp.

O Unicamp Ventures, rede de relacionamento e colaboração formada por empreendedores ligados à Unicamp, que é fomentado pela Inova Unicamp, é, na avaliação do CEO da Valora Madeira, uma forma de fortalecer as relações da startup. “Dentro dessa rede ganhamos visibilidade, interagimos e podemos compartilhar experiências que nos ajudam a crescer”, diz Lorensani.

Além de integrar o ecossistema empreendedor da Unicamp, por ter entre os sócios ex-alunos da Unicamp, a Valora Madeira também foi aprovada no edital do programa de incubação da Incamp, neste ano. As atividades da Incubadora da Unicamp, gerenciada pela Inova Unicamp, prevê capacitações, mentorias e apoio aos empreendedores e startups por até três anos para o desenvolvimento de negócios de sucesso.

Vínculo contínuo com a Unicamp

A empresa, conforme indica Lorensani, ainda é recente, mas conta com um repertório enriquecido por pesquisas e vivências obtidas dentro da Universidade. Hoje, mesmo ocupando o outro lado, do mercado, a Valora Madeira mantém relação com a Universidade por meio de uma parceria de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) com a Unicamp.

O convênio foi firmado com suporte da Inova Unicamp, a partir da colaboração da docente Raquel Gonçalves, da Faculdade de Engenharia Agrícola. O projeto é fomentado pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da Fapesp.

O estágio do subsídio atual é classificado como “fase 1”, e é destinado a projetos iniciais. Na etapa atual, a equipe trabalha focada na seleção de um algoritmo de aprendizado de máquina para inferência da densidade básica da madeira a partir de medições na árvore em pé.

Da Universidade para o mercado

Com apenas três anos no mercado, a Valora Madeira já contou com uma atuação significativa junto à Suzano, fabricante de celulose classificada como uma das maiores produtoras de papéis da América Latina.

Nessa oportunidade, a equipe da Valora Madeira realizou uma prova de conceito, na qual coletaram dados de propagação de ondas de ultrassom e de resistência à perfuração das árvores com o objetivo de melhorar modelos de inferência da densidade básica da Suzano.

“Atuamos junto à equipe de inventário da Suzano para mostrar que esses equipamentos e métodos oferecidos pela empresa podem ser utilizados no inventário comum que eles realizam para ampliar as informações obtidas”, explica Lorensani.

Além de contribuições para grandes indústrias, a empresa também oferece serviços em menor escala, como é o caso daqueles que são prestados para prefeituras municipais ou proprietários de árvores em locais urbanos e que desejam solicitar uma inspeção. A atividade é solicitada quando alguém deseja verificar os aspectos da espécie plantada, sobretudo para verificar se é seguro mantê-la no local ou se há risco de queda.

Ainda no escopo da análise em outros segmentos, Lorensani relembra um dos primeiros casos realizados pela equipe, que foi a investigação da estrutura da cobertura de um porto em Paranaguá, no Paraná. A estrutura do espaço foi construída por volta da década de 1930 e estava “tomada por cupins”, relembra.

“Naquela ocasião, nós associamos métodos não destrutivos, como análise visual, ultrassom e resistência a perfuração, para identificar pontos deteriorados nas estruturas de madeira e calcular possíveis perdas nas propriedades mecânicas do material. Nosso diagnóstico abriu espaço para uma manutenção adequada e segura do Porto, evitando trocas desnecessárias e preservando aquela estrutura histórica”, explica.

Futuro da Valora Madeira em perspectiva

Os planejamentos para crescimento da Valora Madeira são diversos e atuam em várias frentes. A empresa também tem trabalhado, junto ao programa de aceleração do UpLab, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), para aprimorar o aparelho de ultrassom utilizado no dia a dia para inspeções de árvores, de modo a potencializar os equipamentos utilizados na abordagem não destrutiva.

Sobre o futuro, Lorensani comenta que espera colher frutos em breve desses projetos em desenvolvimento e que possa “ter a possibilidade de resolver cada vez mais os problemas das grandes fábricas no que diz respeito à qualidade das madeiras”.

Ecossistema empreendedor da Unicamp

A Valora Madeira compõe o ecossistema empreendedor Unicamp Ventures, fomentado pela Agência de Inovação Inova Unicamp, que produz conteúdos e eventos reunindo as empresas-filhas da Universidade.

Podem fazer parte deste ecossistema os empreendimentos fundados por pessoas que têm ou tiveram vínculo com a Universidade, tais como alunos, ex-alunos, docentes, funcionários ou ex-funcionários, assim como startups que foram incubadas na Incamp ou criadas a partir de uma tecnologia desenvolvida na Universidade, as chamadas empresas spin-off.

Fonte: Isabele Scavassa – Inova Unicamp

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