A indústria europeia de celulose e papel acolheu com satisfação os planos da Comissão Europeia de adiar em um ano a regulamentação da UE sobre cadeias de fornecimento livres de desmatamento (Regulamento de Desmatamento da UE – EUDR). Se o Parlamento Europeu e o Conselho da UE aprovarem a proposta, a regulamentação só entraria em vigor em 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e em 30 de junho de 2026 para micro e pequenas empresas.
Recentemente, no final de setembro, a Comissão Europeia havia anunciado que manteria a data de implementação para 30 de dezembro de 2024.
A Confederação das Indústrias Europeias de Papel, Cepi, vê positivamente o adiamento planejado. Em uma declaração, a Cepi afirma que o adiamento oferece uma oportunidade para desenvolver um quadro mais sólido de combate ao desmatamento. A Cepi também saudou a publicação, pela UE, das diretrizes há muito esperadas para a implementação do EUDR. No entanto, o sistema de informação desenvolvido pela UE para rastrear matérias-primas ainda precisa ser finalizado, e o sistema de benchmarking que avalia os níveis de risco por país ainda está ausente, escreveu a Cepi em sua declaração.
“EUDR é importante demais para não ser implementada corretamente”
A Cepi emitiu uma declaração conjunta com outras associações da indústria no final de setembro a favor do adiamento da implementação da EUDR, solicitando mais tempo para se preparar. Na declaração, as associações observaram que as questões e demandas por clareza para uma implementação prática e harmonizada da regulamentação ainda não foram respondidas.
Representantes da indústria, portanto, instaram que a entrada em vigor fosse adiada e que as ferramentas necessárias de conformidade fossem fornecidas de forma completa e com tempo suficiente para uma preparação adequada.
“A EUDR é importante demais para não ser implementado corretamente. Certamente não ignoramos a crise ambiental e a emergência climática, que a EUDR visa ajudar a resolver. Nossa indústria também não é uma fonte de desmatamento. Do ponto de vista empresarial, o desmatamento é um grande risco reputacional para qualquer indústria; nossa indústria também depende de florestas saudáveis para nosso próprio futuro", comenta Jori Ringman, Diretor Geral da Cepi, acrescentando que a Cepi apoia totalmente "os objetivos do EUDR, e com este novo cronograma, acreditamos que a UE e seus parceiros comerciais agora têm uma chance muito melhor de erradicar o desmatamento.”
A associação alemã da indústria de celulose e papel, DIE PAPIERINDUSTRIE, também reagiu com alívio em uma declaração. Embora a aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho ainda seja necessária, a associação considera o adiamento certo. A associação também fez uma campanha intensiva e ativa nos últimos meses em todos os níveis políticos para o adiamento. “Até que entre em vigor, continuaremos trabalhando para melhorar a EUDR no interesse de nossos membros”, explicou a associação da indústria.
A Associação da Indústria Alemã de Painéis à Base de Madeira (VHI), em Berlim, também está aliviada. Juntamente com a DIE PAPIERINDUSTRIE, a VHI fez campanha por um adiamento de pelo menos dois anos para a EUDR em um documento de posição no final de março de 2024. Em resposta à proposta de emenda da Comissão Europeia de 2 de outubro, a Diretora Executiva da VHI, Anemon Strohmeyer, comentou: “A Associação da Indústria Alemã de Painéis à Base de Madeira está aliviada que a Comissão Europeia queira adiar a data de aplicação da EUDR. Juntamente com as associações da cadeia de valor, a VHI tem pedido isso a nível nacional e europeu desde o final de 2023. A EUDR é um enorme desafio burocrático para nossas empresas associadas.”
Ela também pediu à UE que aproveitasse o tempo adicional para criar mais praticidade e simplificação – “especialmente para países como a Alemanha, onde não há desmatamento”, disse Strohmeyer.
Fonte: EUWID
