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Expansão global de celulose diminui com a redução do déficit na China

Andres Padilla, analista setorial da commodity do Rabobank - analisa as tendências evoluirão com o início do próximo ciclo do mercado de celulose e o que isso significa para os participantes do mercado global da commodity

O comércio global de celulose apresentou comportamentos distintos entre os diferentes tipos de fibra em 2023. A celulose de fibra curta registrou crescimento expressivo, enquanto a de fibra longa demonstrou menor dinamismo. Conforme Andres Padilla, analista setorial da commodity do Rabobank, esse cenário foi impulsionado por uma das fases mais significativas de expansão de capacidade das últimas décadas, com investimentos robustos na América do Sul e na Ásia, resultando na adição de cerca de 13 milhões de toneladas de capacidade global entre 2022 e 2026.

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O crescimento da celulose de fibra curta foi favorecido pela entrada em operação de novos projetos em países como Brasil, Uruguai, Chile e Indonésia. O Brasil, por exemplo, se destacou com sua produtividade florestal de 33 m³/ha ao ano, muito superior à de países como Suécia e Finlândia (10 m³/ha) e Canadá (8 m³/ha). Essas vantagens competitivas, aliadas a custos mais baixos, consolidaram esses países como polos estratégicos na produção de celulose de fibra curta. Em 2023, a comercialização desse tipo de celulose atingiu aproximadamente 27 milhões de toneladas, um aumento expressivo em relação às 21,2 milhões de toneladas registradas em 2019.

Por outro lado, a celulose de fibra longa enfrentou desafios ao longo do ano. A disponibilidade de madeira proveniente de florestas nativas caiu, impactando a oferta. Além disso, desde 2022, a capacidade global de celulose de fibra longa encolheu em aproximadamente 2 milhões de toneladas, o que representa cerca de 7% da oferta global, estimada em 28 milhões de toneladas em 2023. Essa redução decorreu do fechamento de fábricas e paradas não programadas, impulsionadas por altos custos operacionais e desafios logísticos, especialmente no Hemisfério Norte.

A influência da China no mercado global de celulose também se destacou nesse cenário. O país, que já chegou a importar 69% de sua demanda total de celulose em 2017, reduziu essa dependência para 58% em 2023, aumentando sua produção interna.

No entanto, a autossuficiência chinesa ainda enfrenta desafios, pois depende de importações de cavacos de madeira, especialmente do Vietnã. As importações chinesas de cavacos cresceram de 2 milhões de toneladas em 2010 para cerca de 10 milhões de toneladas em 2024, evidenciando essa dependência. Caso os preços dessa matéria-prima subam, a necessidade de importação de celulose poderá aumentar novamente.

Outro fator que impactou o setor foi o aumento das paradas não programadas de produção, especialmente nas unidades de celulose de fibra longa no Hemisfério Norte. Apenas entre 2020 e 2025, a capacidade ociosa prevista no setor deverá ultrapassar 2 milhões de toneladas, refletindo desafios como greves, aumento dos custos de energia e logística complexa. Ao mesmo tempo, as flutuações de preço da celulose foram evidentes: os valores da fibra curta caíram no segundo semestre de 2024 devido ao excesso de oferta, mas a expectativa é de recuperação gradual a partir do terceiro trimestre de 2025.

A previsão para os próximos anos é de um mercado mais equilibrado, conforme o excesso de oferta de fibra curta seja absorvido e a produção de fibra longa continue sendo ajustada. Espera-se que a recuperação dos preços ocorra entre 2025 e 2026, impulsionada pela redução de estoques e estabilização da demanda global. Além disso, a tendência de maior integração entre produtores e a diversificação no uso da celulose podem favorecer um novo ciclo de crescimento sustentável.

Em resumo, 2023 foi um ano de transição para o mercado global de celulose, com mudanças significativas impulsionadas pela expansão da capacidade produtiva, alterações na demanda e desafios estruturais na produção de fibra longa. Segundo Andrés Padilla, esses fatores reforçam a importância de um planejamento estratégico por parte dos produtores, que precisarão acompanhar de perto as tendências do mercado e a movimentação dos principais consumidores globais para garantir competitividade no longo prazo.

Com informações do Rabobank Brasil

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