Fiesp Identifica Desafios Da Indústria 4.0 No Brasil

    A FIESP realizou uma pesquisa identificando o grau de conhecimento a respeito do conceito de Indústria 4.0 e os desafios a serem enfrentado para sua adoção, o que serviu de subsídio para uma série de propostas apresentadas.
    Como a discussão sobre a Industria 4.0 é recente no Brasil, uma das preocupações da pesquisa foi identificar o nível de conhecimento das empresas. Assim, uma das primeiras perguntas era se a empresa já cumpria um pré-requisito importante para a Indústria 4.0, que é utilizar o_ lean manufacturing_, ou sistema de produção enxuta.
    Segundo a pesquisa, realizada pela Fiesp em parceria com o Senai-SP, somente 41% das indústrias utilizam o _lean manufacturing_, ou sistema de produção enxuta. E 32% dos entrevistados não tinham ouvido falar em quarta revolução industrial, Indústria 4.0 ou Manufatura Avançada, nomes diferentes para a mesma mudança na forma de produzir, com base em tecnologia e dispositivos autônomos que se comunicam entre si ao longo da cadeia de valor. Assim, a disseminação de conhecimento sobre Industria 4.0 mostrou-se um ponto importante.
    Um total de 227 empresas participaram da pesquisa, sendo 55% pequenas, 30% médias e 15% grandes.
    Para as 68%, ou 154 empresas, que já ouviram falar em Industria 4.0, os principais resultados da pesquisa foram:
      * 90% concordam que a Indústria 4.0 “aumentará a produtividade” e que “é uma oportunidade ao invés de um risco”
      * 67% esperam sentir um impacto mediano com a implementação da Indústria 4.0;
      * 30% estão “muito otimistas” quanto à implementação da Indústria
    4.0 na própria empresa, e apenas 17% estão “muito otimistas” quanto a essa implementação no setor de atuação da empresa.
      * 5% se sentem “muito preparadas” para enfrentar os desafios da Indústria 4.0, enquanto 23% se sentem “nem um pouco preparadas”.
      * ÁREAS com maior potencial para se beneficiar da Indústria 4.0:
    produção (55%), controle da produção (50%), rastreabilidade (38%), controle de qualidade (32%), planejamento (31%), e engenharia de desenvolvimento de novos produtos (31%). As grandes destacaram manutenção (34%) e suporte a clientes (31%).
    O próximo passo foi conhecer quais são os desafios para a Indústria 4.0, tendo como resultado que Recursos (relação custo benefício; investimento necessário) e Estratégia (ser empresa pequena e não saber como se adaptará à Ind. 4.0; espera pela movimentação do
    mercado) foram apontados como principais desafios. Outros desafios também foram apresentados, como Gestão, Tecnologia e Mão de Obra.
    A pesquisa também buscou identificar empresas que já estavam concretizando, ou planejando, ações para a Indústria 4.0. Nesse sentido, 30% já deram início a esse processo, e 25% estão planejando.
    Para 52%, o progresso dessas iniciativas tem sido “limitado” e para 35% “substancial”. As tecnologias-alvo apontadas pelas empresas foram análise de big data (21%), monitoramento e controle remoto da produção (15%), digitalização (12%) e robótica (11%). Quanto ao investimento, em 2017, 38% desse grupo de empresas investiu até 0,5% do faturamento. Para 2018, espera-se que 28% delas se mantenham nesta faixa (até 0,5%) e outras 19% invistam na faixa entre 0,5% e 1% do faturamento.
    O tema da cibersegurança também fez parte da pesquisa, uma vez que indústrias cada vez mais conectadas elevam o risco de segurança da informação e de paradas não programadas. A pesquisa mostrou que 31% já sofreram ataques cibernético. Destas, 16% são pequenas, 8% médias e 7% grandes. Sinalizou também que 92% estão cientes da importância de investir em cibersegurança, e apenas 18% disseram que a sua infraestrutura de tecnologia da informação “está adequada” para suportar as tecnologias da Indústria 4.0. Por fim, 82% atualizam com frequência softwares, hardwares, equipamentos, ferramentas e sistemas operacionais.
    Emprego e formação de mão de obra é uma das questões mais recorrentes quando o assunto é Indústria 4. Assim, a pesquisa tentou identificar quais as qualificações esperadas do profissional do futuro. Houve certo consenso entre as empresas no tocante aos primeiros colocados, que foram: automação, cibersegurança e (capacidade) analítica e preditiva. As principais variações foram quanto à habilidade de “programação” (eleita pelas pequenas) e “gerenciamento de dados” (destacada pelas médias e grandes), e também Data Science (priorizada pelas grandes).
      “Estamos na quarta revolução industrial e a transformação será grande. As mudanças assustam num primeiro momento, já que inúmeras profissões vão sumir, mas não podemos esquecer que o mundo abrirá outras novas oportunidades. Não podemos ficar para trás. Precisamos nos preparar, ter coragem e visão do futuro”, afirma o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
    FUTURO E PERSPECTIVAS
    “O Brasil chegou tardiamente na discussão da Indústria 4.0, que data de 2011 nos países desenvolvidos, e foi prejudicado pelo momento de crise econômica, que desviou a atenção para questões de curto prazo e conjunturais, mas acreditamos que ainda há tempo das empresas brasileiras se inserirem na 4ª revolução industrial”, enfatiza o 2º vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho.
    Segundo ele, o desconhecimento sobre a 4ª Revolução Industrial apontado na pesquisa mostra a importância de disseminar em nível introdutório o que ela significa (tecnologias, expectativas e riscos) para que as empresas possam seguir os próximos passos rumo à implementação. E o mesmo se aplica ao _lean manufacturing_, que deve estar presente em 100% das empresas.
    Trabalhos de capacitação pela FIESP, SENAI-SP, SEBRAE e agências de fomento, serão primordiais para melhorar o senso de urgência das empresas com relação à Indústria 4.0, e principalmente no enfrentamento dos desafios.
    Torna-se claro também a importância de incentivar investimentos na infraestrutura de tecnologia da informação uma vez que apenas 18% das empresas consideram que estão adequadas para as tecnologias da Indústria 4.0. Isso é particularmente preocupante para as grandes empresas, pois são os maiores alvos de ataques cibernéticos.
    E em relação às qualificações mais esperadas do profissional do futuro a pesquisa também pode auxiliar na priorização dos cursos de capacitação de mão de obra nas áreas de automação, cibersegurança, gerenciamento de dados, capacidade analítica e preditiva, programação, gerenciamento de dados, capacidade analítica e preditiva e Data Science. “A empresa que não buscar formas para ampliar este conhecimento certamente terá dificuldades para uma inserção competitiva no mercado”, finaliza.
    Fonte: FIESP

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