Em continuação à coluna do mês de fevereiro, nesta edição de março finalizo com a discussão de medidas capazes de materializar potenciais de conservação de energia, água e da diminuição das emissões, artigo publicado na Revista Brasileira de Energia (RBE), download através do link: https://doi.org/10.47168/rbe.v28i4.
As melhores práticas e tecnologias disponíveis no mercado e/ou emergentes que promovem a proteção ambiental e as oportunidades de melhoria na eficiência energética dos equipamentos e processos na produção de celulose e papel (fábricas integradas e não integradas a partir de pasta de madeira pelo processo Kraft), em curto e médio prazo, identificadas a seguir, além do benefício ambiental, possibilitam às instalações industriais ganhos no desempenho operacional.
Entre as medidas transversais e melhores práticas para o segmento de celulose e papel destacam-se a utilização pelas organizações de um sistema de gestão da energia, como o proposto pela norma ISO 50.001 (Energy management systems) e a execução de auditorias energéticas; sistema de monitoramento e gestão do consumo / tratamento de água e efluentes, aumento do reuso (recirculação ou reutilização) de água e efluentes; gerenciamento de resíduos com foco na redução da geração na fonte, uso energético de resíduos do processo, aumento da reciclagem e reutilização interna de materiais; e o monitoramento e controle das emissões de gases de efeito estufa (GEE) decorrentes dos processos de combustão.
Nas plantas de celulose, as melhores tecnologias incluem a substituição de transportadores pneumáticos por transportadores de correia pode propiciar uma redução no consumo de energia em 17,2 kWh/t no transporte de cavacos e aparas. Na preparação de material, o descascador tipo berço consome menos energia do que os outros métodos de descasque. Estima-se uma redução no consumo energético em 0,025 GJ/t de toras descascadas. Apresenta um potencial de redução nas emissões de 2,93 kg CO2/t de madeira. A implantação de um sistema de controle contínuo do digestor possui um potencial de economia de energia de 1%. A utilização do aditivo auxiliar de polpa – ChemStone OEA-11 – aumenta a eficácia do licor de cozimento, previne o cozimento excessivo e melhora a uniformidade e o rendimento do produto. Estima-se uma economia de energia de 0,131 GJ/t de madeira processada. Foram relatadas economias de energia de 8 a 10% com o emprego de fosfato como aditivo na polpação.
Para as fábricas de papel, como exemplo de tecnologias observa-se a utilização de unidades de cogeração que podem melhorar a eficiência energética na produção e gerar uma economia com combustíveis de 10% a 20%; otimização do sistema de vácuo para desaguamento pode gerar economias de energia entre 20% e 40%; adoção da tecnologia Evaporador Thermodyne, que reduz o consumo de energia na secagem em até 50%; uso do software Dryer Management System no controle do secador pode reduzir o consumo de vapor em 2 t/h; otimização dos requisitos de ar da máquina de papel pode gerar uma redução do consumo energético específico de até 0,76 GJ/t de papel e uma redução de até 6,3 kWh/t de papel, no consumo específico de eletricidade; substituição dos secadores por sifões estacionários pode gerar uma economia de até 0,89 GJ/t de papel devido à maior eficiência na secagem; estima-se uma economia de até 1,1 GJ/t de papel com o emprego de cilindro de secagem direta; estima-se uma redução no consumo de vapor de 1,6 GJ/t de papel com a utilização do sistema Condebelt na secagem do papel; emprego da radiação infravermelha para controle do perfil de umidade da folha de papel propicia uma economia de 0,7 GJ/t de papel; estima-se uma economia de 5 GJ/t de papel com a utilização da tecnologia de conformação.
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