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Moinho Brasil celebra 40 anos de inovação, sustentabilidade e arte em papel

Fundada em 1985 por Renata Telles e Antônio Eduardo Bosquê, a Moinho Brasil já criou mais de 100 modelos de papéis artesanais

Fundada em 1985 por Renata Telles e Antônio Eduardo Bosquê, a Moinho Brasil completa 40 anos de uma trajetória marcada por inovação, sustentabilidade e dedicação à produção de papéis artesanais de altíssima qualidade. Localizada (iniciada em Garça, São Paulo), hoje em Londrina, PR, a empresa se consolidou como referência no desenvolvimento de papéis feitos a partir de fibras naturais e resíduos agrícolas, transformando materiais que seriam descartados em produtos únicos, ricos em texturas, cores e histórias.

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Desde seus primeiros anos, a Moinho Brasil se destacou pela capacidade de unir tradição e modernidade. A empresa foi pioneira na produção de papéis artesanais a partir de fibras de plantas nativas do Brasil, como taboa, bananeira, gravatá, e até mesmo resíduos de culturas como milho e cana-de-açúcar. Um dos marcos iniciais foi o desenvolvimento do Eco Papel, um papel germinável que pode ser plantado após o uso, contribuindo para o reflorestamento e a preservação do meio ambiente.

Ao longo das décadas, a Moinho Brasil expandiu seu portfólio, criando mais de 100 modelos de papéis, com gramaturas que variam de 3 a 1.200 gramas. Esses papéis são utilizados em diversas aplicações, desde arte e restauração até design gráfico, moda e até mesmo na construção civil, com a criação de placas de celulose resistentes ao fogo.

A empresa também se destacou por suas parcerias com artistas e instituições renomadas. Em 1987, a Moinho Brasil desenvolveu uma macro folha de papel artesanal para a artista plástica Carmela Gross, que foi exposta na Bienal Internacional de São Paulo. Outro marco foi o desenvolvimento de papéis para restauro, a pedido da restauradora Cecília Pinni, utilizados pela Justiça Eleitoral de São Paulo.

A sustentabilidade sempre foi um pilar central na trajetória da Moinho Brasil. Em 1989, a empresa desenvolveu um adubo orgânico a partir de resíduos de fibras vegetais, que aumentou em 45% a produção de goiabas e café na região de Garça. Além disso, a empresa foi responsável por criar técnicas de pigmentação natural, utilizando folhas e terra para colorir papéis, reduzindo o impacto ambiental.

Nos últimos anos, a Moinho Brasil continuou inovando, desenvolvendo papéis a partir de resíduos de tecidos, hortaliças e até mesmo seda pura, em parceria com empresas como a Beraldin Sedas. A empresa também se dedicou à criação de papéis para técnicas artísticas, como aquarela, pastel e xilogravura, consolidando-se como uma referência para artistas e designers.



Confira a linha do tempo ao final da matéria.

Novos Rumos da Moinho Brasil: manufaturas regionais e papéis específicos

Em um vídeo recente, Renata Telles, fundadora da Moinho Brasil, anunciou os novos rumos da empresa após uma significativa mudança em sua estrutura. A Moinho Brasil se separou de seus ex-sócios, que eram responsáveis pela fabricação dos papéis entre 2016 à 2024), e agora traça uma nova trajetória, focando na criação de manufaturas regionais e no desenvolvimento de papéis específicos para diferentes áreas do Brasil.

“A Moinho agora traça uma nova caminhada, e é bem interessante”, disse Renata. “Não será exatamente de fabricação de papéis, não negociaremos diretamente papéis. Nós montaremos manufaturas, com papéis regionais, desenvolvendo papéis específicos para cada área, tornando o Brasil um país com muitos papéis.”

Essa nova estratégia visa valorizar as características e os resíduos locais, transformando-os em papéis únicos e sustentáveis. Renata adiantou que já está em andamento a montagem de uma manufatura no Nordeste, mas não deu muitos detalhes, pois o projeto ainda está em fase de desenvolvimento e levará alguns meses para ser concluído.

Além disso, a Moinho Brasil continuará atuando como uma empresa de pesquisa e desenvolvimento, trabalhando em parceria com artistas, designers e empresas que desejam criar papéis específicos para suas necessidades. “Estamos abertos para projetos que um artista queira diferentes tipos de papéis ou que uma empresa queira trabalhar seus resíduos”, explicou Renata.

A fundadora da Moinho Brasil também pediu compreensão aos clientes e parceiros durante essa transição, que representa uma mudança significativa na trajetória da empresa. “É realmente uma mudança muito grande, uma nova trajetória, e a todos agradeço”, finalizou Renata.

Essa nova fase da Moinho Brasil reforça o compromisso da empresa com a inovação, a sustentabilidade e a valorização das riquezas naturais e culturais do Brasil. Ao espalhar manufaturas regionais pelo país, a empresa não apenas promove a economia local, mas também contribui para a diversificação e o fortalecimento da produção de papéis artesanais no Brasil.

Com 40 anos de história, a Moinho Brasil continua a ser um exemplo de como a inovação e a sustentabilidade podem caminhar juntas, transformando resíduos em arte e contribuindo para um futuro mais verde e consciente.

Linha do Tempo Moinho Brasil

1985

  • Desenvolvimento metodológico para produção artesanal de papel em escala. Antônio Eduardo Bosquê e Renata Telles. Moinho Brasil, Garça, SP.

1986

  • Desenvolvimento de adubo orgânico a partir de resíduos do processamento da fibra virgem. Fazenda Nossa Senhora da Assunção, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel de folha de taboa para uso gráfico. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel de flor de taboa com diferentes graduações de acidez. Moinho Brasil, Garça, SP.

1987

  • Desenvolvimento de macro folha (papel artesanal em quaisquer dimensões), a pedido da artista plástica Carmela Gross, para sua participação na Bienal Internacional de São Paulo. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de placas de celulose para reflorestamento de encostas e áreas de difícil acesso. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento do Eco Papel, um papel germinante (papel-semente). Moinho Brasil, Garça, SP.

1988

  • Desenvolvimento de placas de celulose sonoras, para vedação, resistentes a chamas, para uso em construção civil. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel para uso gráfico e arte, a partir de linter de algodão. Moinho Brasil, Garça, SP.

1989

  • Desenvolvimento de pesquisa para obtenção de adubo orgânico a partir do processamento de fibra virgem, usado inicialmente em goiabeiras. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de pesquisa do uso de resíduo do processamento da fibra vegetal para combate à ferrugem (hemileia vastatrix / A ferrugem causada pelo fungo puccinia psidii) nas culturas da goiaba e café, acusando aumento de 45% na produção máxima estimada na região, sob supervisão de Antônio Eduardo Bosquê, agrônomo, (in memoriam). Fazenda Nossa Senhora da Assunção, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de macro folha, a pedido de Carmela Gross (papel de 4 x 6 m. Fibra de pseudocaule de bananeira para a 20ª Bienal Internacional de São Paulo, SP, Brasil (sem título – 1989, desenho s/ papel). Moinho Brasil, Garça, SP.

1990

  • Pesquisa com fibras de pseudocaule de bananeira e gravatá, para desenvolvimento de papel para restauro (gramatura extra baixa) para livros e documentos, a pedido de Cecília Pinni, restauradora, para a Justiça Eleitoral de São Paulo. Moinho Brasil, Garça, SP.

1991

  • Desenvolvimento de papel para substituir couro animal, a partir de fibras do pseudocaule de bananeira. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel para cigarros, a partir de fibras de bananeira. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de joias em papel e prata, a partir de 1991. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel para planejamento de esculturas, a partir de fibras da coroa do abacaxi. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de pigmentos de terra para colorir papéis artesanais. Moinho Brasil, Garça, SP.

1992

  • Desenvolvimento de pigmentação química para uso sobre papel artesanal, Supervisão de Jorge Tanuri. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papéis a partir de fibras de aparas industriais e capim napiê, para uso gráfico, envelopes, conviteria e revestimento. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papéis a partir de fibras de aparas e sisal, para arte, revestimento e uso gráfico. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papéis a partir de fibras da espada de São Jorge (sanseviéria), restauro, conviteria fina e uso gráfico. Moinho Brasil, Garça, SP.

1995

  • Desenvolvimento de placa de celulose e/ou fibra, para móveis e projetos em geral. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papéis a partir de aparas e casca de cebolas, para revestimentos e uso gráfico. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papéis a partir de aparas industriais e folhas de bambu para revestimento, pastas e cartonagens e uso gráfico. Moinho Brasil, Garça, SP.

1996

  • Desenvolvimento de papel a partir de fibras da palha do milho, para revestimentos, envelopes e conviterias. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel a partir de fibras da palha do milho e aparas industriais, para arte, envelopes e conviterias. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papel a partir de fibras da soqueira do milho, xilogravura, envelopes e conviterias. Moinho Brasil, Garça, SP.

2000

  • Pesquisa de técnicas para produção de papel com lã de carneiro, para confecção de roupas e capas de cadernos. Moinho Brasil, Garça, SP.

2002

  • Desenvolvimento de papel a partir de fibras do palmito pupunha, para encadernação, revestimentos e cartonagem. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de renda vegetal, a partir de fibras do palmito pupunha, para arandelas, cúpulas de abajures e tampos de mesas. Moinho Brasil, Garça, SP.

2003

  • Desenvolvimento de papel a partir de fibras do resíduo da fabricação de seda pura (Beraldin Sedas), para confecção de catálogos da Empresa. Moinho Brasil, Garça, SP.

2004

  • Desenvolvimento de pigmento natural, verde, extraído de folhas da região, para papel e celulose. Moinho Brasil, Garça, SP.

2005

  • Desenvolvimento de papel artesanal (colado, colagem interna) a partir de fibras de aparas industriais recicladas, para uso em cartões de visitas. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de renda vegetal, a partir de fibras do tronco da bananeira, arandelas, cúpulas de abajures, tampos de mesa. Moinho Brasil, Garça, SP.

2006

  • Desenvolvimento de papel a partir de fibras da casca de pinhão, para projeto social, em parceria com o IAP – Instituto das Águas do Prata – Campos do Jordão, SP. Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento de papéis de resíduos da Cana de Açúcar.
  • Desenvolvimento de papéis Aparas e Seda Pura (Beraldin Sedas).

2008

  • Desenvolvimento de papéis de Bambu (Parceria com Instituto Jatobá, Instituto Max Feffer, Pardinho, SP). Moinho Brasil, Garça, SP.
  • Desenvolvimento do Eco Papel para Impressão.
  • Desenvolvimento de Papéis para Roupas.
  • Desenvolvimento de Papéis para Acessórios de Moda.

2009

  • Elaboração científica para liberação do uso da Taboa para a fabricação de Papéis, juntamente com Therese Holfman, UnB (Universidade de Brasília).
  • Desenvolvimento de Placa de Fibras com Sementes para Reflorestamento de Áreas de Encostas apresentado para a Mata Brasil, Prefeitura de Taubaté para Encosta do Rio Una e FABESP.

2010

  • Desenvolvimento de oxidação de Fibra de Bananeira para se obter cores Ferrosas, tingimento natural. Moinho Brasil, Garça, SP.

2015

  • Desenvolvimento do “Paxim”, substrato para orquídeas com alta capacidade para retenção de umidade, produzido a partir de fibras vegetais. Moinho Brasil, Garça, SP.

2016

  • Capacitação e Transferência de Tecnologia, criando nova parceria para Moinho Brasil com IANI, e estabelecendo sociedade com IZUMI para comercialização de papéis produzidos.

2018

  • Juntamente com Rita Caruzzo, criação do Grupo Diálogos em Papel para Pesquisa e Experimentações de Técnicas Artísticas sobre papel Artesanal.
  • Desenvolvimento dos seguintes papéis de Arte: Pastel Seco, Pastel Óleo, Lápis Grafite, Lápis Colorido, Carvão e Acrílica.

2019

  • Desenvolvimento de papel para cigarro – Echaporã, SP.
  • Desenvolvimento de papel para Pastel Óleo. Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Desenvolvimento de papel para Desenho. Moinho Brasil, Londrina, PR.

2020

  • Desenvolvimento de papel para técnicas a água. Moinho Brasil, Londrina, PR.

2021

  • Desenvolvimento de papel a partir de trapo de tecido a pedido da PUC (Universidade Católica) Rio de Janeiro, RJ. Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Desenvolvimento de papéis de resíduos de hortaliças a pedido do CEASA da Cidade de São Paulo, SP. Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Desenvolvimento de papéis para Xilogravuras, Gravura em Metal e Calcografia com orientação de Luiz Carlos “Officina” (Em Memória), São Paulo, SP. Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Desenvolvimento de papéis de resto de Tecidos Orgânicos. Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Desenvolvimento de papéis de resto de Tecidos Misto (50% Sintéticos). Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Início com Fibras Fernandes (Bahia) de Projeto para Desenvolvimento de Fibra de Pseudocaule de Bananeira semi desidratada para produção de papel e para indústria de madeiras ecológicas. Moinho Brasil, Londrina, PR.

2022

  • Desenvolvimento de papel para Lápis Aquarelado, a partir de reciclagem de Aparas de Papéis Industriais e papel para Aquarela Sketch sobre papel 50% Algodão e 50% de Aparas de Papéis Industriais. Colagem externa.
  • Desenvolvimento de processamento sem uso de fervura, sem emissão de Carbono. Sistema de Imersão. Moinho Brasil, Londrina, PR.

2023

  • Desenvolvimento de papel para Aquarela com colagem interna e externa, sobre papel 100% algodão. Moinho Brasil, Londrina, PR.
  • Finalização de Projeto para Fibra Desidratada de Pseudocaule de Bananeira para confecção de papéis e outros. Parceria Fibra Fernandes (Bahia). Moinho Brasil, Londrina, PR.

2024

  • Pesquisas de extração de fibras do Sul da Bahia para produção de papéis a partir de fibras de Piaçava (Caule, Folhas e outros) e resíduos agrícolas e industriais do Cacau para o Projeto Papel Bahia.

Nota Final:
Todos os papéis da Moinho Brasil foram desenvolvidos por Renata Telles, usando metodologia desenvolvida de produção em escala desenvolvida pela Moinho Brasil. São mais de 100 modelos de papéis desenvolvidos até hoje, tendo em média, mais de 50 diferentes tipos no mercado de gramaturas que transitam entre 3 à 1.200 grs.

Whatsapp: 14 9.8104 3413

[email protected]

@moinhobrasil_artes

@moinhobrasiloficial

@dialogosempapel

@moinhobrasil_oficial (temporariamente desativado)

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