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Novo curso da Universidade Setorial ABTCP sobre ESG

Curso da Universidade Setorial ABTCP oferece formação em ESG, com foco na sustentabilidade e governança no setor florestal e de celulose

É com enorme alegria que retomo a coluna Setor Florestal em Questão, nas edições da revista O Papel, com destaque para uma novidade lançada no 56º Congresso Internacional de Celulose e Papel da ABTCP: o primeiro curso em ESG da Universidade Setorial ABTCP no formato de trilha de conhecimentos.

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Com o espírito inovador que nos é peculiar, a Universidade Setorial ABTCP montou um time multidisciplinar de profissionais do nosso setor com grande expertise nas áreas de meio ambiente e sustentabilidade, base florestal, engajamento social e governança corporativa.

O curso é fruto do amadurecimento de discussões sobre os próximos passos de nosso setor para manter a competitividade, a fim de preservar os mercados já conquistados, bem como o que deve ser feito para a conquista de novos mercados. As pressões regulatórias e a crescente exigência do mercado sobre os três pilares do ESG (ambiental, social e governança) têm representado ameaças diretas aos diversos produtos exportados pelo mercado brasileiro, não apenas celulose e papel. Em resposta à “sopa de letrinhas” que o mercado europeu vem tentando impor ao setor por meio de regulamentações muitas vezes inexequíveis (EUDR, CSRD, por exemplo).

O curso tem por objetivo adentrar os três eixos da sigla ESG: ambiental, social e governança, saindo do lugar comum e propiciando conhecimento aprofundado dos assuntos a partir das especificidades da indústria de base florestal, celulose e papel. Sabemos que o setor vem fazendo a lição de casa nas últimas quatro, cinco décadas tanto no que diz respeito ao emprego de tecnologias ambientalmente corretas, ações socialmente justas que ultrapassam compromissos regulatórios, como cumprimento de rigorosos padrões normativos além do compliance legal que já faz parte do dia a dia das empresas do setor.

Com os altos padrões que norteiam o setor, existe um senso comum entre os seus profissionais de que já alcançamos um nível de sustentabilidade muito mais elevado, quando comparado com outros setores da indústria ou do próprio agronegócio, seja sobre recursos hídricos, uso do solo, eficiência energética como balanço de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Porém, não podemos nos acomodar e ficar pregando para convertidos. Ao contrário, o curso ESG tem o objetivo de despertar um olhar mais profundo e provocador tanto dentro do nosso corpo de profissionais (da floresta ao produto final acabado) quanto para atrair mais talentos e continuarmos “subindo o nível da discussão”.

Dentro do pilar ambiental (“E” – environment), o curso apresenta uma síntese histórica desde a Conferência de Estocolmo em 1972, passando pelos desafios do desenvolvimento sustentável, “triple bottom line” até a atual sigla “ESG”. É apresentado o modo de como se aplica a sustentabilidade desde o planejamento da silvicultura até a operação da base industrial de celulose e papel, não se limitando pura e simplesmente a aspectos operacionais da gestão do negócio, mas permitindo que o aluno entenda como a performance ESG pavimenta o caminho para a sustentabilidade.

As disciplinas do pilar ambiental abordam os principais temas da gestão ambiental dos recursos naturais (econômicos) como gestão das águas e usos múltiplos, questão agrária e fixação do homem e da mulher no campo, código florestal e áreas legalmente protegidas, usos de recursos com serviços ambientais para comunidades tradicionais, normas ambientais de terceira geração (por exemplo, política nacional de resíduos sólidos, política nacional de mudanças climáticas). O aluno será provocado a estudar e avaliar criticamente os desafios atuais e a aplicação das tecnologias, para pensar soluções em inovações para a sustentabilidade e as tendências futuras, seja para o enfrentamento das mudanças climáticas, seja em termos de economia circular. A ideia do curso é despertar no aluno o olhar mais profundo e crítico com apresentação e discussão de casos práticos do setor, análises de situações reais e visitas presenciais para entendimento dos desafios.

Nos pilares social e governança (“S” e “G”, respectivamente), o aluno será levado a pensar na estrutura de hierarquização de medidas mitigadoras para os impactos previstos, desde a fase de planejamento até a fase de operação, contemplando hipóteses de desmobilização do empreendimento ou casos de expansão de capacidade como os “brownfields”. Serão abordados os métodos de avaliação de impactos sociais, a comunicação desses impactos aos stakeholders externos e os programas de monitoramento e medições, até os resultados que são apresentados nos Relatórios de Sustentabilidade, passando pelos principais frameworks discutindo as peculiaridades de cada um deles e a contabilidade ambiental.

Uma das ideias inovadoras do curso é trazer empresas parceiras que fazem parte da cadeia de suprimentos, como fornecedores de insumos, para abordar os impactos indiretos gerados pelo setor em toda sua cadeia. Nesse sentido, o curso apresenta a proposta inovadora de trazer casos e simulações para serem trabalhados com agentes financiadores para que o aluno possa compreender exigências, diretrizes, padrões de desempenho empregados pelas corporações financeiras como instrumentos de concessão de créditos. O aluno será convidado a refletir sobre as práticas de governança e sustentabilidade, por meio de discussões com profissionais do setor que serão convidados a discutir suas ricas experiências e desafios profissionais.

Por fim, o conteúdo planejado não está voltado apenas e tão somente a profissionais de nível gerencial, diretoria e conselho, mas a todos que pretendam compreender a relevância das suas próprias ações e compreender as sutilezas envolvidas em cada fase da cadeia produtiva, desde o início da base florestal até o consumidor final do nosso fardo de celulose em outro continente. Da mesma forma, a Universidade Setorial ABTCP tem o intuito de que tal curso seja a porta de entrada para as pequenas e médias empresas (PME) do setor e aquelas parceiras e/ou fornecedoras possam conhecer, discutir e se adaptar aos crescentes desafios do ambiente regulatório internacional que se torna cada vez mais exigente para que se mantenham sustentáveis e competitivas.

1 EUDR: norma que abrange variada gama de commodities e seus derivados que (em tese) contribuem para o desmatamento: madeira, óleo de palma, soja, cacau, café, gado e borracha. A norma exige que os operadores realizem avaliações de risco, mitiguem riscos e forneçam uma declaração anual dos esforços de due diligence. O EUDR, entretanto, não considera as peculiaridades do nosso Código Florestal e muito menos os esforços históricos e os índices de conservação setorial da base de florestas plantadas no Brasil.
CSRD: diretiva europeia aplicada a empresas fora da Europa que tenham faturamento superior a 150 milhões de euros, assim como empresas com ações negociadas em um mercado regulamentado da UE, incluindo pequenas e médias empresas (PMEs) negociadas na bolsa.

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