O Painel ESG, realizado no início da tarde do primeiro dia do ABTCP 2024, trouxe Caio Zanardo, CEO da Veracel, e Fernando Bertolucci, diretor executivo de Tecnologia, Inovação e Sustentabilidade da Suzano, para apresentar as frentes de trabalho das agendas ESG definidas pelas empresas. Acompanhados pelo embaixador Fonseca Jr., os porta-vozes também participaram de um debate moderado por Medeiros, presidente do ABTCP 2024.
Questionados sobre os pontos de atenção mais relevantes para o momento, que serão ainda mais demandados pela sociedade daqui a duas décadas, eles mostraram visões complementares sobre o tema. Enquanto Zanardo apontou que a valorização da biodiversidade tende a ter relevância crescente, Bertolucci exemplificou que alguns Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, como redução da desigualdade e promoção da paz e justiça, refletem aspectos sociais desafiadores em curto, médio e longo prazos.
Já a evolução no valuation do agronegócio, com práticas ESG catalisadas pela transformação digital, foi abordada por Hamilton Caio Gouvea, consultor independente. “Iniciei um MBA de Digital Business na USP/ESALQ para atualizar conhecimentos. Resolvi estudar o tema ESG, pois algumas pessoas de renome insistiam que o assunto já não era tão importante para alcançar maior valor nas empresas. Nos últimos 40 anos, surgiram as empresas de ativos intangíveis e o mundo mudou para a Era da Conectividade — basta ver que antigos conglomerados construídos com base em ativos físicos estão desaparecendo. A Amazon vale hoje algo como o PIB do Brasil, mesmo tendo um faturamento muito menor. E se surgirem empresas sustentáveis na “Amazônia Física”, com as tecnologias da Amazon, quanto podem valer? Como trabalho com alimentos e agroindústria há 30 anos, acredito que há um novo tipo de empresa de alto valuation surgindo no horizonte, aquela capaz de unir Digital-ESG-Tecnologia para gerar um novo significado neste que é um dos setores mais criticados da economia”, embasou sobre o tema.
A Sessão Técnica ESG contou com a participação do palestrante convidado Marcio Castro, diretor executivo da Onearth Carbon, que abordou o papel da tecnologia na aceleração de projetos climáticos industriais. Ele ressaltou que para colocar ações em prática, é preciso mensurar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e atualizar a forma de captação de dados, apresentando os diferenciais da plataforma oferecida pela climate tech.