A cada ano, 50% a 70% de todas as iniciativas de mudança dentro das empresas fracassam, e os custos com mudanças mal sucedidas somam trilhões de
dólares por ano.
Olhando as mudanças como um processo necessário, o que
mais chama a atenção é que elas não fracassam por serem caprichos criados por amadores; muitas vezes, são cuidadosamente oncebidas e habilmente elaboradas por líderes e especialistas no assunto e, mesmo assim, mais da metade delas fracassam.
Segundo Britt Andreatta, em seu novo livro, *Programado
para Resistir (2022), o custo de uma mudança que não deu certo
é grande pelo fato de poder gerar quase que um efeito cascata, que
vai impactando na empresa de forma sistêmica, desde a satisfação
do cliente até a lealdade do funcionário.
Se para você a solução então seria nunca mais mudar, detesto lhe informar que a mudança é a nossa única certeza na vida e sem ela a gente sequer sai do lugar; mantemo-nos fechados, sem
capacidade criativa, reproduzindo as mesmas crenças, as mesmas
formas de fazer e, por consequência, tendo os mesmos resultados.
A questão é que mesmo sabendo que as mudanças são importantes para a sustentabilidade dos negócios, para nós, humanos,
elas podem ser ao mesmo tempo boas e assustadoras.
Toda mudança gera em nós um estresse natural, pois o medo do
novo faz com que passemos por diversas experiências hormonais e
emocionais, e a forma como o nosso corpo reage a isso é individual,
porém, semelhante. O que eu quero dizer é que em um primeiro
momento todos nós iremos resistir e, só depois, é que as nossas experiências com as mudanças e a habilidade de racionalizar as coisas
irão se tornar relevantes e, quem sabe, fazer alguma diferença.
Assim, quando o CEO da sua empresa diz que “as coisas serão
diferentes daqui para a frente”, precisa saber que mesmo que isso
seja bom, a primeira coisa que o time que está com ele vai sentir é
medo e, neste momento, corpo e mente irão trabalhar em conjunto
com um único objetivo: sobreviver.