PRODUÇÃO DE CELULOSE
É ESG POR CONVICÇÃO
POR KARIN NEVES
Diretora Jurídica, de Sustentabilidade
e de Pessoas da Melhoramentos
Ocrescimento de uma empresa precisa estar diretamente relacionado com sua capacidade e intenção
de reduzir os riscos para o planeta. Quando essa
premissa se torna um valor estratégico para uma
companhia, ela contempla uma visão mais segura de como se
tornar um importante agente de transformação.
Quando entendemos que nossos negócios dependem muito
mais da natureza do que ela depende de nós, a urgência por ações
de preservação e melhoria do meio ambiente torna-se vital e traça
a rota das nossas ações para um futuro cada vez mais sustentável.
Na indústria da floresta, por exemplo, segundo a associação
Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Brasil planta cerca de
9 milhões de hectares de árvores para produtos que abastecem
diversos segmentos como: celulose e papel, siderurgia e carvão
vegetal; painéis de madeira e pisos laminados; produtos sólidos
de madeira, entre outros. Esse total de árvores plantadas absorve
mais de 1,8 bilhão de toneladas de CO2eq¹ da atmosfera, o que
expõe para o mundo que nossos modelos de manejo florestal se
mostram sustentáveis, o que faz nossas florestas terem um importante valor para nossos negócios e para o meio ambiente também
no período em que permanecem “em pé”.
Mais que plantar florestas em um modelo sustentável e exemplar de manejo, essa indústria tem se ocupado em transferir
esse valor estratégico da preservação do meio ambiente para os
stakeholders. Isso porque o entendimento de que não há crescimento saudável senão ajudarmos nossos pares a crescerem juntos
está cada vez mais evidente. Não haverá lucro sem impacto social
e ambiental positivos. Quem não agir assim, não irá sobreviver.
Tudo isso requer inovação e uma busca incansável por
desenvolver produtos e serviços que dialoguem com o propósito
da empresa. Mas, antes mesmo de alcançar esse lugar, é preciso
estar atento em cada processo, cada serviço, com “olhar de propósito”. É nele que estão as melhorias que vão reduzir nosso
consumo de recursos naturais e, principalmente, o compartilhamento desse aprendizado com nossos colaboradores, fornecedores, comunidades, governos etc., para, assim, gerarmos a
transformação que buscamos, ou seja, uma sociedade mais harmônica e justa para todos.
É com foco nessa diretriz que buscamos, com nosso negócio,
impactar positivamente o mundo, nosso público e parceiros.
É papel das empresas devolver ao planeta parte do que lucram,
e isso só acontece quando uma empresa se percebe no mundo e
melhora sua atuação de dentro para fora.
Plantar árvores e transformá-la em produtos para consumo
de diversas naturezas tem se mostrado um bom negócio no
mundo, mas o Brasil precisa aproveitar melhor suas vantagens
de ter clima e extensão territorial muito favoráveis em relação
aos países desenvolvidos. Precisamos lidar com isso da melhor forma e atender a nossa vocação de “pulmão do mundo”.
É nosso dever.
No entanto, é importante lembrar que falamos de um setor
que também tem raízes no progresso, apoio e disseminação do
desenvolvimento da cultura de preservação. São inúmeros os
projetos que o setor realiza para mostrar que as árvores das nossas florestas certificadas não apenas nos servem produtos como
são verdadeiros laboratórios para testar e aproveitar da melhor
forma toda essa força da natureza.
Onde plantamos árvores, abrimos possibilidades infinitas
de negócios a partir de produtos que elas nos fornecem e que
estendemos à comunidade de forma sustentável. Isso inclui a
extração de mel, a cata dos frutos que oferece, além de todo o
conhecimento que o cultivo e a preservação no traz.
E muito importante citar aqui o fato de que esse conhecimento não fica na empresa dos portões para dentro. Entendemos o
quanto é necessário que ele avance e seja compartilhado. Por isso,
estamos juntos a escolas, enriquecendo essa expansão de conhecimento; com os pequenos produtores, que se utilizam das árvores
para extração sustentável e que são responsável de seus subprodutos; com as comunidades; com nossos fornecedores, exigindo um
compromisso mais alinhado com nossos valores, sempre com o
intuito de levar conhecimento para aumentar a cultura de preservação e como isso pode ser e fazer um bom negócio.
Não há a menor possibilidade de vivenciarmos todas essas transformações sem nos transformarmos juntos. É assim
que vamos nos consolidando cada vez mais ESG. Não por
conveniência, mas por convicção.