As perspectivas globais apontam ainda para um ambiente de crescimento mais lento que exigirá resiliência do setor de base florestal em meio à persistente fragilidade da crise econômica mundial. Essa dinâmica afeta o desenvolvimento de diversos segmentos da indústria, conforme ressaltado por analistas, executivos e participantes da 18.ª Conferência Latino-Americana de Produtos Florestais da Fastmarkets, realizada em São Paulo-SP no início de agosto.
Maurício Une, estrategista macro sênior do Rabobank e keynote, convidado para fornecer um panorama sobre a economia na América Latina, apontou para um momento econômico global pressionado, em especial para a região, que lida com um cenário inflacionário e luta para não entrar em uma recessão e em busca de superar os juros altos. “Com uma desinflação lenta na América Latina e a situação fiscal no Brasil também que não está resolvida, é importante, ainda assim, estimular investimentos e atrair investidores”, disse. Tarefa essa que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) demonstrou intenção clara de atuar mais próximo do setor de base florestal, a partir do desenvolvimento de indústrias de base florestal no contexto de um processo de reindustrialização, conforme destacou João Paulo Pieroni, superintendente de Inovação e Comércio Exterior do BNDES.
“O setor está totalmente integrado e alinhado ao propósito de desenvolvimento sustentável do BNDES, onde já atua com disponibilidade de 88% de pronto para impulsionar uma transição justa em direção a uma economia de baixo carbono. Nossa meta é proporcionar suporte abrangendo 20% dos R$ 54 bilhões em
investimentos planejados para o setor até 2028.
Além disso, estamos alinhados com os princípios da economia circular, que se
harmonizam perfeitamente com nossas políticas. Essa indústria desempenha um papel crucial ao remover cerca de 1,8 bilhão de toneladas de CO₂, equivalente das emissões de gases de efeito estufa. No último decênio, o BNDES, de um montante total de R$34,3 bilhões, financiou R$15,1 bilhões, correspondendo a
44% do total”, disse Pieroni.
O superintendente apontou que o setor pode se beneficiar diretamente da Taxa Referencial (TR) de 2,12%, voltada para o fomento à inovação, a qual é altamente benéfica para o setor e está programada para ser regulamentada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 24 de agosto (*Veja nota ao final da reportagem). No contexto da reindustrialização do segmento de papel e celulose, nosso objetivo é promover um diálogo contínuo para sustentar e potencializar nossa competitividade, especialmente destacando o papel da inovação, pesquisa e desenvolvimento.
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