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Sessões Técnicas do ABTCP 2024: inovação é atributo fundamental para o setor

Explorando as últimas tendências e práticas sustentáveis que moldam o futuro da indústria 

O primeiro dia do ABTCP 2024 foi marcado pela Sessão Técnica Florestal, que destacou importantes estudos e debates sobre a produção sustentável. Um dos trabalhos mais bem avaliados foi apresentado por Dalton Longue Júnior, professor e pesquisador da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Seu estudo surgiu a partir da demanda de uma fabricante de celulose, que notou que as toras de eucalipto, mesmo descascadas em campo, chegavam ao pátio da fábrica com resíduos de casca acima dos valores normais. Isso causava acúmulo e problemas na queima do material na caldeira de biomassa, impactando a produção de polpa celulósica. A metodologia elaborada por Longue Júnior permitiu mensurar a quantidade de casca nas toras com base no volume e na massa de casca em relação à madeira processada.

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O keynote de Rodrigo Hakamada, professor na área de Manejo Florestal e Mudanças Climáticas da ESALQ/USP, abordou os desafios relacionados à capacitação de recursos humanos no setor florestal, ressaltando que profissionais melhor capacitados resultam em melhores resultados para a indústria. Ele enfatizou a importância de ter uma visão mais estratégica e holística, observando aspectos técnicos, econômicos e socioambientais.

Biorrefinaria e Inovação

No segundo dia, a programação contou com Sessões Técnicas de Indústria 5.0 e Biorrefinaria. Gianna Sagazio, CEO do SOSA Brasil – The Open Innovation Company, foi uma das keynotes e discorreu sobre as formas de praticar a inovação aberta. Ela ressaltou a importância das práticas de inovação aberta para alavancar os diferenciais competitivos no setor de celulose e papel. Citou que Suzano, Klabin e CMPC compõem a carteira de clientes da SOSA, evidenciando a conexão entre as necessidades das empresas e tecnologias globais avançadas.

Na Sessão Técnica de Sustentabilidade, Virgínia Londe de Camargos, gerente de Meio Ambiente e Gestão Integrada da Veracel, ampliou o enfoque às diferenças entre sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance). Ela esclareceu que, enquanto a sustentabilidade já faz parte do dia a dia das empresas do setor, o ESG ainda representa um grande desafio. A falta de uma linha de atuação clara e aceita torna a adoção de ferramentas para medir, monitorar e acompanhar mudanças fundamental.

O keynote da Sessão Técnica de Celulose, Vítor Lucas, diretor industrial da Altri Biotek e presidente da Tecnicelpa e da Eucepa, abordou os desafios técnicos da produção de celulose e papel na Europa. Ele informou que a produção de celulose de fibra curta em Portugal é de aproximadamente 2,7 milhões de toneladas por ano. Apesar da escala inferior à produção brasileira, as preocupações com a gestão de água e eficiência energética são comuns a todos os players do setor.

Abrindo a Sessão Técnica de Celulose II, João Cordeiro, Senior Principal Management Consulting da AFRY, elencou os fatores que fortalecem o sucesso histórico da celulose brasileira. Cordeiro também mostrou alguns dos principais desafios enfrentados pelo setor, como a eventual desglobalização dos mercados e a potencial erosão da competitividade pelo aumento do custo da madeira. Ele concluiu destacando as oportunidades de negócio que a economia circular oferece e a capacidade do Brasil de se tornar um grande player mundial na nova bioeconomia.

Na Sessão Técnica de Transformação Digital e Inovação, Wellington Pereira Santos, especialista de Processo Papeleiro da Voith Paper, apresentou o desenvolvimento de sensores virtuais para máquinas de papel, um trabalho bem avaliado pelo Comitê da ABTCP. Santos explicou que esses sensores configuram o primeiro elemento de um sistema de controle avançado, fornecendo estimativas em tempo real de propriedades do papel que normalmente exigem análise laboratorial. A adoção dessa tecnologia pode aumentar significativamente a eficiência na produção.

Avanços Tecnológicos e Economia Circular

O terceiro dia do ABTCP 2024 ofereceu uma programação diversificada com palestras nas Sessões Técnicas de Papel, Recuperação e Energia e Biorrefinaria. Na Sessão Técnica de Biorrefinaria, Diego Stéfani Teodoro Martinez, do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), debateu a relevância dos estudos relacionados à toxicidade e segurança de novos materiais de celulose, incluindo aplicações na medicina, agricultura e remediação ambiental. Ele destacou a importância de estudar de forma integrada os impactos desses novos materiais.

A Sessão Técnica de Recuperação e Energia contou com Júlio César Tôrres Ribeiro, vice-presidente da Cenibra, que compartilhou sua trajetória profissional e as oportunidades na indústria de celulose e papel. Ele enfatizou que a indústria oferece uma série de possibilidades a serem exploradas.

O trabalho de Kátia Dionisio de Oliveira, do Grupo de Pesquisa em Processos Catalíticos Sustentáveis, também se destacou, focando na transformação de resíduos florestais em combustíveis renováveis. Kátia contextualizou a importância de práticas sustentáveis, especialmente em um momento em que a sociedade se conscientiza sobre a necessidade de práticas mais limpas no setor industrial.

Katiane Segantini, cientista de laboratório da Solenis, apresentou um trabalho que enfatizou o desenvolvimento de uma nova tecnologia livre de fluoroquímicos para resistência a óleos e graxas em embalagens para contato com alimentos. A pesquisa, também bem avaliada, destacou a importância da taxa de transmissão de vapor de água (WVTR) no desenvolvimento de novas embalagens sustentáveis.

Felipe Souto da Silva, pesquisador/posdoc na Escola de Química da UFRJ, finalizou as palestras apresentando como a lignina, co-produto da indústria de celulose e papel, pode ser utilizada além do aproveitamento energético. Ele apontou que, para extrair o potencial da lignina, é necessário um investimento em seu “refinamento”, comparando a situação ao desenvolvimento do petróleo.

O ABTCP 2024 concluiu com um forte compromisso com a inovação e a sustentabilidade, reafirmando o papel crucial da indústria de celulose e papel no cenário econômico e ambiental global.

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