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A nova unidade fabril da Suzano, situada em Ribas do Rio Pardo-MS, iniciou a produção de celulose no dia 21 de julho. A planta tem uma capacidade nominal instalada de 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano, despontando como a maior fábrica de celulose em linha única do mundo.
O volume incremental fará a capacidade da companhia saltar de 10,9 milhões para 13,5 milhões de toneladas anuais, o que representa um aumento de mais de 20% na produção atual da empresa. Vale destacar que a Suzano também tem capacidade para produzir 1,5 milhão de toneladas anuais de papéis, incluindo as linhas de papéis sanitários, de imprimir e escrever e de embalagens, entre outros itens que utilizam a celulose como matéria-prima.
Além de ser a maior linha única de produção de celulose do mundo, a fábrica de Ribas do Rio Pardo foi estruturada para ser o ativo de menor custo globalmente. “A etapa de ramp-up, cujo objetivo é aumentar gradualmente a produção até atingir a capacidade total, deve levar nove meses.
As principais marcas a serem alcançadas no curto prazo são a produção de 900 mil toneladas em 2024 e de 2 milhões de toneladas ao final de 12 meses de operação”, prospecta Aires Galhardo, vice-presidente executivo de Operações, Celulose, Engenharia e Energia da Suzano.
O Mato Grosso do Sul já contempla outro complexo fabril da Suzano, situado em Três Lagoas.
“O estado possui uma localização privilegiada, ampla disponibilidade de terras utilizadas no passado por outras culturas e posteriormente alvo de degradação, extensas áreas planas, condição climática favorável e rotas de escoamento e abastecimento de produtos, entre outros importantes diferenciais.
Além disso, há grande disponibilidade de árvores plantadas, uma combinação que permitirá com que a fábrica de Ribas do Rio Pardo seja abastecida por áreas plantadas localizadas a uma distância média estrutural de 65 km”, elenca Galhardo, citando alguns diferenciais competitivos relacionados ao desenvolvimento do Projeto Cerrado, que se destaca como o maior investimento dos 100 anos de história da Suzano, com um aporte de R$ 22,2 bilhões.
De acordo com Maurício Miranda, diretor de Engenharia da Suzano, soma-se aos diferenciais da nova fábrica a capacidade de combinar eficiência operacional com práticas sustentáveis, resultando em uma operação muito competitiva e ambientalmente responsável.
“A unidade é a mais competitiva em termos de custos de produção de celulose dentre todos os complexos fabris da Suzano, uma vez que conta com as tecnologias mais avançadas do setor.”
A gaseificação da biomassa na substituição de combustível fóssil nos fornos de cal está entre os exemplos de ecoeficiência.
“A eficiência energética dos equipamentos instalados e a geração de vapor em mais alta pressão e temperatura permitiram maximizar nossa geração de energia elétrica por meio de três turbogeradores, resultando em um excedente de 180 MW – quantia suficiente para abastecer uma cidade de mais de 2 milhões de habitantes por um mês – que será exportado para a rede”, cita Miranda.
Ele informa que a fábrica também é autossuficiente nos principais insumos químicos essenciais para sua operação, já que dispõe de plantas de ácido sulfúrico e de peróxido de hidrogênio.
O complexo fabril ainda conta com uma Central de Tratamento, cujo objetivo é transformar resíduos industriais em produtos agrícolas.
“Os resíduos celulósicos e a cinza resultante da queima de biomassa na caldeira são reaproveitados para beneficiar a agricultura, reincorporando esses materiais no ciclo produtivo de forma eficiente e sustentável, e conferindo melhorias para a fertilidade do solo e aumento da produtividade agrícola.
Outra parte dos resíduos é destinada à reciclagem energética, compondo a biomassa para geração de energia, permitindo que os resíduos sejam aproveitados como fonte de energia renovável e contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa”, esclarece o diretor de Engenharia da Suzano, ressaltando que todas as unidades industriais da empresa possuem planos de gerenciamento de resíduos e procedimentos operacionais específicos, que adotam o conceito dos 4 Rs (repensar, reduzir, reutilizar e reciclar).
“Dessa forma, nosso foco é reduzir a geração na fonte e aumentar a reciclagem e reutilização”, acrescenta.
Outra iniciativa de destaque é a aplicação das ferramentas e soluções da Indústria 4.0.
Atualmente, explica Miranda, “a fábrica dispõe de milhares de dispositivos inteligentes que facilitam o controle avançado de processo, buscando a otimização do processo produtivo, com foco em disponibilidade e estabilidade operacional, bem como na sintonia de malhas que minimizem o consumo de químicos e maximize nossa geração de energia elétrica”.
A Suzano dispõe de estruturas adequadas não somente para o acompanhamento das tendências tecnológicas, mas também para conduzi-las por meio de seu time de tecnologia e inovação.
“Especificamente para as questões industriais, o corpo próprio de engenharia da Suzano, com destaque para a engenharia de processos, recebe ou cria demandas de estudos técnicos para que os projetos de expansão ou modernização sejam implantados nas nossas fábricas, sempre focados na melhoria de eficiência e competitividade alinhadas às melhores práticas socioambientais e de sustentabilidade”, comenta Miranda, lembrando que o estreito relacionamento com as detentoras de tecnologia também permite que os estudos sejam aprofundados e que as melhores soluções tomem forma e se concretizem.
A nova unidade reforça o aspecto de irreplicabilidade da Suzano e a convicção com a possibilidade de desenvolver novos mercados para a celulose.
“Com a fábrica de Ribas do Rio Pardo, a Suzano estará muito bem posicionada para explorar novas aplicações sustentáveis para a fibra”, sinaliza Miranda.
De acordo com o detalhamento de Leonardo Grimaldi, vice-presidente executivo Comercial e Logística de Celulose da Suzano, a celulose tem um potencial de aplicação bastante amplo, que vai desde papéis tissue, papéis de imprimir e escrever e embalagens até fibra têxtil sustentável.
“Cada um desses segmentos possui peculiaridades, aplicações e requisitos específicos em relação às fibras utilizadas.
Enquanto alguns tipos de papel exigem maior printabilidade, outros demandam maior maciez ou resistência.
Dessa forma, o uso da celulose varia conforme as características das fibras, sendo possível classificá-las em dois tipos: fibras curtas, que proporcionam maior maciez e printabilidade, e fibras longas, que oferecem maior resistência e absorção.
Com base nessas características, os mercados de papel desenvolvem blends de fibras que atendem às necessidades específicas de cada tipo de produto”, informa, ressaltando que a Suzano utiliza a fibra curta, que tem como principal matéria-prima a madeira de eucalipto.
O cenário acerca do uso de fibra curta é promissor, avalia Grimaldi, ponderando que é necessário um aprofundamento técnico para preservar as características essenciais de cada tipo de papel.
“A Suzano criou uma equipe dentro da estrutura comercial de Celulose, formando um ecossistema de soluções para fibras, que inclui os serviços de BioPulp Education, BioPulp Development e BioPulp Application.
Esses serviços visam apoiar nossos clientes na transição de uso das fibras.
Além dessa estrutura, contamos com uma equipe de inovação e P&D dedicada ao desenvolvimento de novas soluções e aplicações que atendam às demandas do mercado.”