Atualizado em 12h48, 05/12
Na manhã desta quinta-feira (5), a cúpula do poder nacional esteve em Mato Grosso do Sul para a inauguração oficial da maior fábrica de celulose em linha única do mundo, situada em Ribas do Rio Pardo, a 98 km de Campo Grande. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e demais autoridades oficiais.
A fábrica da Suzano é o maior investimento privado em andamento no país, somando R$ 22,2 bilhões. O complexo ocupa uma área equivalente a 857.143 campos de futebol, dos quais 143 mil hectares são destinados à preservação ambiental. A capacidade de produção anual é de 2,55 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto e o empreendimento aumentará em 20% a produção da companhia.
Na ocasião, além de falar sobre o impacto positivo na região pelo número de empregos gerados durante as obras e agora na operação, Beto Abreu, CEO da Suzano, discursou sobre o potencial energético da nova planta e a contribuição para o desenvolvimento do país.
“Nós temos energia suficiente para colocar no grid e energia suficiente para abastecer todas as residências do Estado do Mato Grosso do Sul com 3 milhões de habitantes. É um exemplo concreto de economia sustentável e de economia circular na prática. Ao governador Eduardo Riedel, que lidera um Estado em pleno emprego, que lidera um Estado com uma capacidade de investir mais de 15% da sua receita líquida, há de se registrar que é a maior capacidade de investimento hoje no País e, por isso, queria dizer para o senhor que nós, da Suzano, continuaremos investindo nessa região”, disse.
O CEO da Suzano também direcionou uma mensagem ao Presidente Lula. “O senhor ficou impressionado com os nossos números ao saber que plantamos todos os dias 1,2 milhão de árvores. Só no ano de 2024 serão mais de 200 mil hectares plantados. A nossa atividade econômica tem uma pegada de carbono negativa. Nós tiramos mais carbono da atmosfera do que emitimos. Somos um exemplo de um projeto industrial totalmente sustentável e eu queria dizer para todos vocês que hoje é um motivo de muito orgulho de muita alegria para todos os 50 mil colaboradores, para os nossos acionistas e controladores que estão aqui presentes e um orgulho ainda maior não só por estar inaugurando a planta de “Ribas”, mas como brasileiro porque a gente sabe do impacto que estamos gerando na sociedade, no Estado e porque não dizer no Brasil”, destacou.
Abreu finalizou dizendo ao presidente que ele poderia continuar contando com a Suzano. “Nós vamos continuar plantando o futuro para o mundo melhor para as pessoas e, especialmente, para os nossos brasileiros”, disse.
Na sequência, Paloma Viviane, trabalhadora da Suzano também falou aos presentes, enfatizando a sua participação na companhia em um ambiente de trabalho amparado pela diversidade e inclusão.
David Feffer, presidente da Suzano Holding, também falou aos presentes: “Hoje é um dia de celebração para a Suzano, marcando mais um capítulo histórico em nossa centenária trajetória. Quero iniciar agradecendo as autoridades presentes, em especial ao presidente Lula, cuja presença nos honra profundamente. Agradeço também a sua equipe, ministros e comitiva, que, com esforço e dedicação, vieram nos prestigiar. Este é o maior investimento da história da Suzano em 100 anos, simbolizando nosso compromisso com o Brasil e com a sustentabilidade. A fábrica de Ribas do Rio Pardo já está em pleno funcionamento, com capacidade para produzir 2,5 milhões de toneladas anuais de celulose, uma matéria-prima renovável e essencial para a bioeconomia global, atingindo mais de 2 bilhões de pessoas no mundo. Batizado de Projeto Cerrado, em homenagem à rica biodiversidade da região, o empreendimento gerou empregos para mais de 45 mil pessoas durante a obra, impactando cerca de meio milhão de vidas. Hoje, emprega diretamente 3 mil colaboradores, movimentando uma rede de trabalho e renda que promove o que mais valorizamos: dignidade. Nosso objetivo é oferecer às pessoas a chance de crescer, dar mais a seus filhos e contribuir para a mobilidade social sustentável”, afirmou.
Feffer disse ainda que o compromisso da empresa com o Brasil está em cada detalhe. “Plantamos 1,2 milhão de árvores por dia, e apenas durante esta fala, mais de 1.500 mudas já foram cultivadas. Essas árvores capturam carbono, beneficiam o meio ambiente e geram empregos para comunidades locais, promovendo o desenvolvimento social e ambiental. Acreditamos que o Brasil é uma potência ambiental com papel crucial na construção de um futuro sustentável para o mundo. Como parte desse compromisso, seguimos investindo em ações que fortalecem nosso legado para as próximas gerações, unindo desenvolvimento econômico, social e ambiental”, enfatizou, encerrando com uma frase que o seu pai, Max Feffer, fundador do Grupo Suzano, dizia com muita elegância: ‘A vida que a gente quer depende do quê e de como fazemos.’ “Esse é o norte que guia nossos passos na Suzano”, concluiu.


A ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou a importância do investimento privado e público para o desenvolvimento do Brasil, especialmente no setor de celulose em Mato Grosso do Sul, que se tornou referência mundial. Ela relembrou a trajetória de esforços para atrair fábricas para Três Lagoas, desde 2005, mencionando medidas governamentais que viabilizaram essas conquistas. Tebet ressaltou também o impacto social das políticas do governo Lula, como a redução da pobreza extrema e o aumento do emprego e finalizou reafirmando sua confiança na continuidade do governo para apoiar o estado.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, iniciou sua fala destacando a importância dos trabalhadores na construção da fábrica, agradecendo aos que contribuíram para o desenvolvimento do empreendimento. Ele ressaltou a relevância da economia real, composta por gestores, diretores, e trabalhadores, e elogiou o compromisso do governo Lula com a união e reconstrução, mencionando reuniões frequentes com empresários para ouvir sugestões e críticas.
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou a importância da Suzano para o desenvolvimento regional, afirmando: “Estamos construindo, no estado de Mato Grosso do Sul, uma das maiores forças econômicas, que é a cadeia produtiva da celulose. Uma indústria 4.0, limpa, com equilíbrio de carbono, que ajudará o estado a chegar a 2030 como carbono neutro.”
Riedel elogiou a empresa pela sua política de valorização da diversidade e inclusão. “A Suzano tem tratado com uma política real de valorização da diversidade e oportunização das pessoas. Essa é a beleza do crescimento e do desenvolvimento.” O governador ressaltou ainda o impacto positivo das operações da empresa, dizendo que “a Suzano faz história ao completar 100 anos e inaugurar uma das maiores e mais modernas fábricas do mundo, proporcionando cidadania e dignidade para a população, e pelo papel da empresa no fortalecimento da economia local e a sua contribuição para a criação de empregos e oportunidades em Mato Grosso do Sul.
Geraldo Alckmin, vice-presidente da república, também fez um importante pronunciamento sobre o impacto do novo investimento no setor industrial brasileiro. “A indústria brasileira, nos 22 meses do governo do presidente Lula, cresceu 5,8%, gerando mais emprego e renda para a população. Hoje, celebramos a inauguração da maior e mais moderna fábrica de celulose em linha única do mundo, aqui em Ribas do Rio Pardo. Isso demonstra que não é obra do acaso. Este investimento reflete o crescimento econômico, com mais empregos, melhores salários e uma economia em expansão. A Suzano, uma das maiores exportadoras, não só impulsiona nossa balança comercial, mas também adota práticas sustentáveis, reutilizando água e gerando energia com biomassa, sem o uso de combustíveis fósseis. Este é o desenvolvimento que o Brasil precisa.”
Alckmin também destacou as melhorias no financiamento para a indústria, como a letra de crédito para o desenvolvimento (LCD), que oferece crédito mais barato, além das mudanças na legislação que permitem mais eficiência para o setor. Ele reforçou que essas iniciativas, junto com os investimentos, posicionam o Brasil no caminho do crescimento sustentável e melhoria da qualidade de vida para a população.
Na sequência, as autoridades presentes e executivos da companhia participaram do descerramento da placa, simbolizando o marco oficial da unidade de Ribas do Rio Pardo, acompanhado pelo discurso do presidente Lula.
Lula iniciou seu discurso dizendo que nesta semana, o IBGE revisou o crescimento do PIB brasileiro para 3,2%, superando as previsões do FMI. “A economia brasileira está crescendo mais do que se esperava, e isso é um sinal positivo para todos. Porém, o crescimento econômico só tem valor quando é distribuído entre quem realmente produz a riqueza. O trabalho de milhares de pessoas, como as que estão aqui na Suzano, deve ser reconhecido no resultado desse crescimento”, pontuou.
Ele citou ainda que a massa salarial cresceu 11,9% nos últimos anos, com aumento do salário mínimo, tendo um impacto direto no consumo e na geração de mais empregos. Lula disse ainda que “o Brasil precisa de uma economia mais inclusiva, onde o aumento da renda e a distribuição justa são prioridades. Não é a concentração de riqueza que vai melhorar o país, mas a sua distribuição, permitindo que todos tenham acesso ao básico: alimentação, moradia e educação. Nosso governo tem trabalhado para garantir que a economia continue crescendo e, ao mesmo tempo, que a qualidade de vida da população melhore, com mais acesso a oportunidades. E, com investimentos como o da Suzano, que exemplificam a indústria moderna e sustentável, estamos caminhando para um futuro mais próspero e justo para todos”.
Confira abaixo o vídeo da cobertura da inauguração oficial pelo site Gov.Br
Os detalhes da planta de Ribas do Rio Pardo – O Projeto Cerrado.

Embora tenha sido inaugurada de forma restrita em julho, apenas para diretores e representantes internos da empresa, o evento desta quinta-feira oficializa o projeto e reforça sua importância econômica e sustentável.
A nova unidade da Suzano coloca Mato Grosso do Sul em evidência no mercado global de celulose, consolidando o estado como um polo de desenvolvimento econômico e inovação. Além disso, o compromisso com a preservação ambiental destaca a Suzano como líder em práticas sustentáveis no setor.
O evento simboliza não apenas a grandiosidade do empreendimento, mas também a relevância estratégica da região na cadeia produtiva de celulose, reforçando seu papel como referência em tecnologia e sustentabilidade.
Saiba mais sobre o projeto. Confira aqui a reportagem de capa sobre o Projeto Cerrado, especial da edição de novembro da O Papel.