As empresas Suzano, Veracel e Klabin foram selecionadas como exemplos de boas práticas no setor de celulose e papel no e-book “Economia Circular na Indústria: Melhores Práticas”, lançado em 2025 pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A publicação reúne uma seleção de cases industriais da América Latina e Caribe que promovem a circularidade, inovação e sustentabilidade em diferentes cadeias produtivas.
Com mais de 270 projetos inscritos de sete países, o material apresenta iniciativas de 10 segmentos industriais, incluindo alimentos, automotivo, eletroeletrônicos, mineração, têxtil, químico, embalagens e, claro, papel e celulose.
No setor florestal-industrial, os projetos selecionados mostram como a economia circular pode gerar valor ambiental, social e econômico.
A Suzano tem apostado na bioeconomia como vetor de inovação e circularidade. Em parceria com a startup finlandesa Spinnova, desenvolveu a Biofiber®, celulose microfibrilada (MFC) derivada do eucalipto, utilizada na produção de fibras têxteis mais sustentáveis. A SPINNOVA® se destaca por não gerar microplásticos ou resíduos, ter baixa pegada de carbono e exigir menos água em comparação a fibras convencionais como algodão e poliéster.
A Veracel, por sua vez, foi pioneira no Brasil ao iniciar, em 2005, uma operação integrada para transformar resíduos sólidos da fabricação de celulose em fertilizantes e corretivos de acidez do solo. Em 2011, a taxa de reciclagem era de aproximadamente 70%, com uma geração de 55 kg de resíduos por tonelada de celulose produzida (base seca), o que pressionava o volume disponível do aterro industrial. Diante do desafio, a empresa traçou, em 2012, uma meta ambiciosa de zerar até 2025 o envio de resíduos industriais ao aterro. Como resultado, em 2019, a Veracel já havia alcançado 99% de reciclagem dos resíduos de processo, e segue implementando ações para atingir 100%.
Já a Klabin promove impacto socioambiental por meio do programa Transforma Território Circular, lançado em 2014 no Paraná. A iniciativa fortalece a coleta seletiva, apoia a profissionalização de cooperativas de reciclagem e oferece ações de educação ambiental e distribuição de sacolas retornáveis. Entre 2018 e 2024, o programa beneficiou 168 mil pessoas em sete municípios, evitou o envio de 14 mil toneladas de resíduos a aterros e envolveu 91 profissionais da reciclagem.
O e-book mostra que a economia circular não se limita à reciclagem, mas abrange também o redesenho de produtos e modelos de negócio, uso eficiente de recursos e regeneração ambiental. Segundo a publicação, 85% das indústrias brasileiras já adotam alguma prática circular, mas o desafio está em ampliar escala, infraestrutura e inovação tecnológica.
Segmentos contemplados no e-book:
1. Alimentício (Nestlé, Cargill, Typcal)
2. Automotivo (Hyundai, Toyota, Volkswagen, Borkar)
3. Papel e Celulose (Klabin, Suzano, Veracel)
4. Eletrodomésticos e Eletroeletrônicos (Electrolux, Flextronics, HP, Lorenzetti)
5. Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Unilever, Abihpec, Assesssa)
6. Mineração e Siderurgia (Gerdau, Metso, Vale)
7. Químico (BASF, Braskem, Lwart, Novo Nordisk, Sindirrefino)
8. Têxtil (Malwee, Lunelli, Fraldas do Sul, Diklatex)
9. Energia e Agronegócio (MWM-Tupy, Energy Source, Ambipar, Nextracker)
10. Embalagens (Inpev, Schütz Vasitex, Eco Panplas, Abiplast/ABDI)
A íntegra do e-book está disponível no portal: economiacircular.fiesp.com.br/melhores-praticas.html
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