Os recursos hídricos são especialmente importantes no processo de produção da celulose e do papel: a água está presente desde o preparo da matéria-prima até o tratamento final dos efluentes gerados. De acordo com o relatório anual da Indústria Brasileira de Árvores – Ibá, cerca de 82% da água captada para uso nas fábricas do setor retorna para o corpo d’água após tratamento, enquanto o restante volta para a atmosfera na forma de vapor. Apenas 0,3% da água é de fato consumida, ficando retida no produto.
Para alcançar altos níveis de eficiência hídrica e reduzir os impactos ambientais, a indústria tem investido em tecnologias inovadoras que promovem a redução do consumo e a reutilização da água nos processos. Esse avanço tem sido viabilizado, em grande parte, pelo uso de análises avançadas baseadas em algoritmos sofisticados e inteligência artificial.
Nesse modelo, a plataforma ECOLAB3D™, da Ecolab, permite detectar falhas nos sistemas de produção, prever necessidades de manutenção e reduzir paradas não planejadas, otimizando os processos em tempo real. Já o 3D TRASAR™ atua diretamente nas operações industriais, monitorando continuamente variáveis críticas e ajustando automaticamente o uso de insumos, como água e produtos químicos, para garantir eficiência, segurança e sustentabilidade no dia a dia da planta.

Segundo André Coelho (foto), gerente de desenvolvimento de novos negócios da área de papel e celulose da Ecolab, a empresa tem aplicado o seu potencial e soluções para transformar a gestão hídrica especialmente em setores de uso intensivo de água. “O setor de papel e celulose é um segmento economicamente importante para o Brasil. Nos próximos anos, a Ecolab deve manter o desenvolvimento de tecnologias que visam a eficiência operacional das empresas do segmento, buscando por inovações que garantam o cuidado ambiental e se diferenciem pelo uso da inovação digital e tecnologia artificial”, indica
Além de trabalhar para a eficiência dos processos de seus clientes, a Ecolab implementa suas tecnologias em suas próprias operações no Brasil, onde redefiniu os processos de lavagem de suas instalações, incluindo sistemas de captação de água da chuva para reduzir a intensidade do uso de água. “Periodicamente, avaliamos as nossas unidades para identificar oportunidades de economia de recursos hídricos e a avaliação de riscos. Em 2024, as unidades fabris de Barueri e de Suzano alcançaram uma redução de consumo de água de 1700.76 m3 e de 12370.05 m3, consecutivamente. O total equivale a cerca de 1.172 residências abastecidas por um mês”, explica Coelho.
O resultado desse esforço fez com que a Ecolab recebesse tanto em sua unidade localizada em Suzano, quanto na de Barueri, em São Paulo a certificação da Alliance for Water Stewardship (AWS). “Receber esse certificado comprova que implementamos táticas eficazes e colaborativas de gestão da água, considerando aspectos ambientais, sociais e econômicos em nossas instalações. Tanto a Ecolab quanto os clientes que receberam essa certificação, assumem um compromisso de longo prazo com a segurança hídrica”, informa Coelho.
Vale dizer ainda que a divisão de negócios de papel e celulose está entre os três maiores negócios da Ecolab no Brasil. “Isso se deve ao protagonismo do país no mercado global de celulose, com mais de 9 milhões de hectares de florestas plantadas e com perspectiva de grandes investimentos nos próximos anos”, aponta o executivo.
Contudo, ele acrescenta que um dos principais desafios do setor é manter a competitividade, já que seu dinamismo depende da expansão e do consumo de mercados como China e a Europa. “Esse mercado enfrenta, atualmente, desafios como a volatilidade cambial, custos logísticos elevados, tensões geopolíticas, tarifas comerciais e exigências rigorosas de certificação para garantir total rastreabilidade”, diz o gerente.
Nesse cenário, segundo ele, o segmento precisa aumentar a eficiência e exercer um controle operacional rigoroso para preservar a competitividade nos custos. “São essenciais estratégias de diversificação de portfólio, bem como mais investimentos em inovação e sustentabilidade, visando posicionar a indústria em um patamar superior de valor agregado. Essas estratégias podem ser eficazmente apoiadas por soluções digitais que potencializam os resultados operacionais”, conclui Coelho.