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Caio Zanardo destaca os 33 anos de inovação e sustentabilidade da Veracel

Em entrevista, o CEO da Veracel reflete sobre marcos históricos, desafios e o futuro da empresa no setor de celulose sustentável

A Veracel, uma das maiores referências no setor de celulose, comemorou seus 33 anos em 2024. Para marcar essa trajetória, Caio Zanardo, diretor-presidente da empresa, concedeu uma entrevista exclusiva ao newspulpaper.com, destacando os principais marcos e desafios ao longo dessa jornada. Com uma história pautada pelo compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico, a Veracel segue sendo protagonista no cenário industrial brasileiro.

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Desde sua fundação, a empresa tem investido continuamente em inovação e eficiência, aliando crescimento produtivo à preservação ambiental. Isso inclui iniciativas como a criação da Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, a modernização de sua planta fabril e o monitoramento de espécies marinhas, que refletem o foco da empresa em práticas sustentáveis.

“Somos uma empresa que vive de florestas em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas, portanto, está em nosso DNA sermos guardiões florestais, fazendo nossa parte tanto para proteger a Mata Atlântica em nossa região de atuação, como para manter o equilíbrio entre a nossa produção de eucalipto com a proteção e a ampliação desses valiosos fragmentos florestais”, destacou o diretor-presidente da Veracel.

Com uma gestão focada no futuro, Zanardo destaca o papel da Veracel no mercado global, apontando as conquistas recentes, como a antecipação da marca de 20 milhões de toneladas de celulose produzidas, dois anos antes do previsto. Esse feito, entre outros, reafirma o compromisso da empresa com a inovação, a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. Confira a entrevista a seguir:

A Veracel completou 33 anos em 2024. Como você descreveria a trajetória da empresa?
A trajetória da Veracel ao longo dos seus 33 anos tem sido marcada por crescimento contínuo, inovação e um compromisso firme com a sustentabilidade. Além disso, aprendemos muito por meio do diálogo com as comunidades de nosso entorno e pela valorização de nossas pessoas. A Veracel construiu uma habilidade muito interessante como corporação que foi a combinação da eficiência operacional com práticas sustentáveis, provando que a competitividade deve estar sempre aliada a ações que favoreçam o meio ambiente, pois esse é diferencial que nos manterá relevantes e atualizados sobre a atuação corporativa e industrial em um mundo em que as causas ambientais e a proteção dos recursos naturais e clima precisam ser prioridade.

Outro ponto de destaque da trajetória da Veracel é o desenvolvimento socioeconômico nas regiões onde atuamos, no Sul da Bahia. Já começamos a nossa história fora das grandes capitais, levando desenvolvimento e oportunidades para o Sul do estado baiano. Nossa evolução ao longo destas mais de três décadas de atuação reflete a nossa busca pelo equilíbrio entre uma expansão produtiva consistente, com gestão de pessoas e com responsabilidade socioambiental. São essas características que irão nos manter competitivos e posicionados como a melhor escolha para os nossos acionistas para mais outros 33 anos e mais.

Quais foram os principais marcos alcançados pela Veracel ao longo dos anos que você destacaria?
O primeiro marco que eu destacaria foi a criação da Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, em 1998, mais de uma década antes da partida de nossa fábrica. Isso demonstra que a preocupação da Veracel em proteger a biodiversidade do Sul da Bahia está em nossa essência, presente em nosso planejamento desde o primeiro eucalipto plantado.

A fábrica, que demos partida em 2005, claro, é outro marco importante, pois foi quando a Veracel trouxe muito desenvolvimento para a região, especialmente para Eunápolis, e efetivamente iniciou a nossa produção de celulose. Outro marco de destaque foi quando passamos a ser reconhecidos pela classificação Great Place to Work, como um ótimo lugar para se trabalhar. Neste ano de 2024 já estamos na lista pelo sexto ano consecutivo e, desde julho, classificados como a terceira melhor empresa para se trabalhar na Bahia.

Outro marco que é importante pontuar foi quando a Veracel firmou compromissos com autoridades e movimentos de trabalhadores rurais, para apoiar o acesso de agricultores familiares à terra e o seu desenvolvimento focado em agricultura familiar sustentável. Essa atitude transformou, por meio do diálogo, situações de possíveis conflitos em parceria e desenvolvimento regional.

Também preciso destacar os 19 anos de nosso monitoramento de tartarugas marinhas e a criação do primeiro Centro de Reabilitação das espécies do Extremo Sul da Bahia, realizada em 2022, além de 21 anos de ações de proteção às baleias jubarte e 17 anos de monitoramento de bacias hidrográficas. A Veracel também criou um programa para combater a caça na região e foi responsável pela construção de uma rodovia estadual. Essas frentes nos enchem de orgulho, nos moldam como empresa e carregam a cultura da Veracel de olhar para o negócio de forma holística, olhando para o meio ambiente, para as pessoas e para região que estamos inseridos como componentes fundamentais para o sucesso empresarial.

E, por fim, mas não menos importante, preciso destacar a marca de 20 milhões de toneladas de celulose produzidas atingida em 2023 e alcançada dois anos antes do previsto, uma comprovação da nossa eficiência operacional e de nosso compromisso com a inovação e qualidade de nossa produção.

A Veracel atingiu a marca de 20 milhões de toneladas de celulose produzidas dois anos antes do previsto. A que você atribui essa eficiência e capacidade de produção? Quais investimentos foram realizados na parte operacional, por exemplo?
Zanardo: Atingir essa marca antes do previsto é resultado de uma combinação de fatores, como investimentos contínuos em tecnologia, melhorias na gestão de processos e na capacitação da nossa equipe. Implementamos sistemas de automação avançada e práticas de manutenção preventiva que aumentaram nossa eficiência operacional. Além disso, investimos em infraestrutura logística e no aprimoramento de nossa planta industrial para otimizar a produção e evitar desperdícios.

Inicialmente, em 2005, a capacidade de produção de nossa fábrica era de 900 mil toneladas de celulose por ano. Normalmente, as fábricas requerem atualizações em seus equipamentos após aproximadamente 10 anos de operação com o objetivo de aumentar a produção fabril em cerca de 10%. No entanto, a Veracel se antecipou e, em 2011, com apenas seis anos após a partida da fábrica, o primeiro grande investimento em melhorias tecnológicas foi realizado, com a expansão de capacidade na caldeira de recuperação da fábrica. O investimento impulsionou a produção e foi um dos fatores determinantes para termos conseguido antecipar a nossa meta de produção em dois anos.

O foco na tecnologia e inovação continua até hoje e segue como um dos nossos grandes investimentos anuais, o que tem mantido nossa fábrica como um ativo de classe mundial mesmo com 19 anos desde sua partida.

No entanto, o investimento em tecnologia é apenas uma das frentes de trabalho da empresa, o sucesso de nossa planta começa no viveiro de mudas, no cultivo de qualidade de nossas florestas, em um processo logístico eficiente e, chegando na fábrica, é determinado pela expertise de nossas equipes, somada à aplicação de tecnologias no trabalho preventivo, tanto para os equipamentos quanto para melhorias nos processos.,

Além disso, toda a nossa evolução está focada na qualificação contínua de nossas pessoas, que de fato fazem a diferença na efetivação dessas melhorias. Na Veracel, tecnologia e o fator humano trabalham juntos em prol da excelência operacional.

Como a empresa se posiciona no mercado global de celulose em termos de competitividade e inovação?
Zanardo: A Veracel é uma empresa altamente competitiva no mercado global de celulose e estamos na vanguarda do setor com o uso de tecnologias de ponta e práticas sustentáveis que não apenas aumentam a eficiência, mas também minimizam nosso impacto ambiental.

Um exemplo disso é o consumo de água de nossa fábrica, no ano passado alcançamos o menor índice médio anual de uso específico de água da história de nossas operações com um resultado que representa uma redução total de quase 20% no uso de água na produção da empresa durante os últimos sete anos e nos coloca como uma das melhores empresas de celulose do mundo quanto à economia do recurso em nossa produção.

Outro exemplo que demonstra nossa competitividade é a nova rodovia BA-658, uma estrada de 25 quilômetros de extensão, conectando as rodovias estaduais BA-275 e BA-982, que inclui uma ponte de 360 metros de comprimento e 9,60 metros de largura sobre o Rio Jequitinhonha. A BA-658 reduz em 56 quilômetros a distância entre a base florestal da Veracel e a nossa fábrica, uma redução de até 25 viagens de carretas de madeira por dia. Um benefício logístico imenso para a Veracel que influenciará muito os nossos resultados dos próximos anos e que, mais uma vez, favorecem muito o desenvolvimento da região Sul da Bahia.

A empresa investiu significativamente em programas sociais e na proteção ambiental. Quais foram os principais investimentos, em sua opinião, que impactaram positivamente a comunidade local e o meio ambiente?
Zanardo: Os 25 anos da RPPN Estação Veracel são emblemáticos, além do reflorestamento de 8.000 hectares de mata nativa, a premissa de proteger 1 hectare de mata nativa para cada hectare de eucalipto plantado e a nossa atuação como defensores da composição de paisagem do Sul da Bahia composta por corredores ecológicos estratégicos entre as áreas de conservação do estado.

O trabalho no Terminal Marítimo de Belmonte, por onde escoamos nossa produção, também é importante, pois além de ações que protegem a biodiversidade marítima, inclusive com parcerias altamente estratégicas e qualificadas, como com a AMBIPAR e o Instituto Baleia Jubarte, também olhamos para a cadeia de pesca artesanal da região, que representa mais de R$3,7 milhões em faturamento para a região.

Além disso, acredito que um dos investimentos mais importantes foi no desenvolvimento da agricultura familiar no território que consolidou um programa que teve papel fundamental para a segurança alimentar de muitas famílias, inclusive durante a pandemia. Por meio do diálogo e do entendimento das necessidades da região em que estamos inseridos, transformamos conflitos em parcerias que seguem se desenvolvendo e amadurecendo até hoje. Temos investido cerca de R$10 milhões por ano nesta frente e beneficiado mais de 1.500 famílias.

A empresa tem uma grande área de preservação florestal. Quais são os desafios e as estratégias para manter esse equilíbrio entre produção e preservação?
Zanardo: Somos uma empresa que vive de florestas em um mundo cada vez mais afetado pelas mudanças climáticas, portanto, está em nosso DNA sermos guardiões florestais, fazendo nossa parte tanto para proteger a Mata Atlântica em nossa região de atuação, como para manter o equilíbrio entre a nossa produção de eucalipto com a proteção e a ampliação desses valiosos fragmentos florestais.

Na Veracel, implementamos estratégias robustas de conservação ambiental e combate ao desmatamento ilegal da Mata Atlântica. Administramos 200 mil hectares de terra, dedicando 50% à preservação ambiental e os outros 50% ao cultivo sustentável de eucalipto. Isso vai além das exigências legais, que requerem a preservação de aproximadamente 32% dos territórios destinados ao plantio. Monitoramos rigorosamente nossas áreas, utilizando tecnologia avançada, como imagens de satélite, para garantir a conformidade e impedir o desmatamento ilegal.

A criação de corredores ecológicos, a restauração florestal e a proibição de caça em nossas áreas são algumas das medidas que adotamos para proteger a biodiversidade e promover a sustentabilidade ambiental, além do plantio de eucalipto em mosaico, em que nossas florestas são mantidas em platôs e as áreas dos vales são destinadas à conservação da vegetação natural. Esse modelo garante a proteção do solo, a oferta e a qualidade de água e faz também com que as plantações de eucalipto conectem as áreas de floresta natural.

Você poderia falar ainda sobre as recentes iniciativas de sustentabilidade, como a instalação de usinas solares e quais os resultados esperados no longo prazo?
Zanardo: Sem dúvida, estas são iniciativas que nos trazem muito orgulho. Nossa fábrica sempre foi autossuficiente energeticamente e inclusive gera energia para a rede, sendo esta nossa segunda fonte de receita, depois da celulose. Mas queríamos que toda a Veracel operasse 100% com energia limpa e, em 2023, instalamos cinco usinas solares em diferentes áreas de atuação da Veracel para reduzir nossa dependência de fontes de energia não renováveis. As usinas possuem 2 mil placas fotovoltaicas e geram energia equivalente ao consumo de cerca de 300 famílias, além de evitar a emissão de 230 toneladas de CO2 na atmosfera.

Um outro exemplo interessante é o fato de que, desde 2019, temos mantido o índice notável de mais de 98% de reciclagem de nossos resíduos industriais e, indo além, fazemos nossa parte em um processo de economia circular que reaproveita os resíduos de nossa produção de madeira, ricos em matéria orgânica e calcário, e transforma em fertilizantes orgânicos e corretivos de acidez do solo, beneficiando diretamente a nossa própria produção, além da agricultura local. Essa abordagem protege o meio ambiente e também promove o desenvolvimento econômico e social sustentável da Veracel e da nossa região.

Quais são as expectativas dos stakeholders, incluindo acionistas, comunidades locais e fornecedores, em relação ao desenvolvimento da companhia?
Zanardo: Na Veracel temos dois acionistas e o nosso foco é manter a geração de valor para ambos. Contudo, além de nossos acionistas, também temos diversos públicos que possuem expectativas sobre a empresa, como a comunidade e as nossas pessoas, extremamente estratégicos e importantes para a viabilidade da companhia. Apesar de serem públicos distintos, há uma grande expectativa em comum a todos, que é o nosso crescimento de forma sustentável, mantendo altos padrões de governança corporativa e responsabilidade social. Nosso trabalho diário é buscar atender essas expectativas por meio de uma produção de qualidade, diálogo e parceria com a comunidade e respeito às pessoas e ao meio ambiente, em uma estratégia de desenvolvimento inclusivo e sustentável.

A Veracel foi reconhecida como um ótimo lugar para trabalhar pelo sexto ano consecutivo. Quais iniciativas foram implementadas para promover um ambiente de trabalho positivo e inclusivo?
Zanardo: Essa classificação nos enche de orgulho, especialmente agora que a Veracel foi reconhecida como uma das três melhores empresas para se trabalhar na Bahia! Para promover um ambiente de trabalho positivo e inclusivo, implementamos diversas iniciativas voltadas para o bem-estar dos colaboradores. Entre elas, destaco os programas de desenvolvimento profissional e mentorias, sendo que temos programas foram específicos para pessoas pretas e para mulheres, em um planejamento que visa ampliar o empoderamento destas pessoas para ampliando a diversidade da empresa, aumentar a quantidade de mulheres em cargos de liderança, reter talentos e apoiar nossas pessoas no desenvolvimento de suas carreiras.

Além disso, promovemos a igualdade de oportunidades e incentivamos a participação dos colaboradores em projetos comunitários. Nosso objetivo é criar um ambiente de trabalho que seja produtivo, mas também gratificante e acolhedor para todos.

Quais são os planos futuros da Veracel em termos de expansão, inovação e sustentabilidade?
Zanardo: Nossos planos futuros incluem a busca por sempre mais eficiência em nossa capacidade produtiva, o fortalecimento das práticas de inovação e o aprofundamento do nosso compromisso com a sustentabilidade. Planejamos investir em novas tecnologias e continuaremos a ampliar nossas iniciativas de preservação ambiental e responsabilidade social.

Como você enxerga o futuro do setor de celulose no Brasil e no mundo? Quais são as principais tendências e desafios que a Veracel está preparada para enfrentar?
Zanardo: O futuro do setor de celulose no Brasil e no mundo é promissor, com uma demanda crescente por produtos sustentáveis e biodegradáveis. As principais tendências incluem a adoção de tecnologias verdes, a integração de práticas de economia circular e o fortalecimento das cadeias de valor sustentáveis. Os desafios incluem a gestão dos impactos ambientais e a adaptação às mudanças climáticas. A Veracel está preparada para enfrentar esses desafios através de inovação contínua, práticas sustentáveis e um compromisso sólido com a excelência operacional e a responsabilidade social.

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