Cristiano Teixeira, CEO da Klabin e recentemente premiado como CEO do Ano na Conferência da Fastmarkets de Produtos Florestais, falou ao portal newspulpaper.com sobre os projetos e estratégias da maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, durante o evento realizado nos dias 13 e 14 de agosto, em São Paulo-SP.
A Klabin, que atingiu a marca de 4,6 milhões de toneladas de capacidade de produção, deve seu sucesso a um ciclo de investimentos de 10 anos, que superou as metas previstas, e a projetos como o Caetê, uma aquisição estratégica das operações florestais da Arauco. Este contrato envolveu mais de 150 mil hectares e 31,5 milhões de toneladas de madeira, antecipando a autossuficiência da empresa em madeira própria no Paraná.
A empresa alcançou a meta conhecida como 3/3, que previu a divisão das operações em três áreas: 1/3 em Torre de Fibras, 1/3 em papéis Kraft Liner de fibra longa e 1/3 na área de embalagens.
Em entrevista, Cristiano Teixeira explicou que as três frentes de crescimento da Klabin estão diretamente relacionadas à produção de celulose, incluindo a produção de celulose de fibra curta na Máquina 25 e de celulose de fibra longa na Máquina 26, dedicada ao produto fluff. Além disso, destacou os negócios relacionados aos papéis, como cartões para líquidos e kraftliner, e a área de embalagens, que inclui papelão ondulado e sacos industriais.
Sobre a aquisição das florestas da Arauco, o CEO mencionou que essas florestas, compostas por fibra longa, abastecem a Máquina 28, a segunda do projeto PUMA 2, que é dedicada à produção de cartões, principalmente para embalagens de líquidos.
Cristiano Teixeira também comentou sobre as inovações em embalagens para líquidos e congelados, destacando os esforços do setor em desenvolver biobarreiras que possam substituir a utilização de matérias-primas fósseis, embora ainda não tenham conseguido criar uma barreira 100% biodegradável de fonte natural, resistente à gordura. “Mas estamos no caminho certo para chegar a este objetivo de lançamento de bioproduto, pois os estudos continuam em andamento”, afirmou.
Quanto aos investimentos futuros, Teixeira informou que, para 2024, não estão previstos desembolsos extraordinários, já que a aquisição da Arauco foi o principal investimento realizado neste ano, restando apenas os investimentos correntes da companhia.