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Fastmarkets 2024: desafios e oportunidades do setor de base florestal

Na conferência Fastmarkets em São Paulo, especialistas e líderes do setor discutiram o impacto do Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento da União Europeia, o papel da inovação tecnológica e as oportunidades a partir das perspectivas de mercado para a América Latina

No dia 13 de agosto, primeiro dia da conferência Fastmarkets de Produtos Florestais, realizada em São Paulo, o setor de celulose e papel e demais integrantes da cadeia produtiva se reuniram para debater o futuro da indústria. Confira a reportagem completa com os indicadores na edição de agosto da O Papel. A sessão de abertura contou com o embaixador José Carlos da Fonseca Jr., presidente da Empapel, e Paulo Hartung, presidente da Indústria Brasileira de Árvores (Iba), que trouxeram suas perspectivas sobre os desafios e as oportunidades para os próximos anos.

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Na ocasião, o presidente da Empapel comentou a mobilização do setor florestal, que realizou missão a Bruxelas e abriu diálogo com a Comissão Europeia e Parlamento Europeu, com objetivo de apontar o impacto da implementação do Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento ou European Union Deforestation-Free Regulation (EUDR) publicado em maio de 2023. Já Paulo Hartung destacou o potencial do setor em investimentos e sua relevância para o mercado brasileiro. “Nos últimos 50 anos, o setor no Brasil evoluiu significativamente, com grande disponibilidade de terra, embora essa vantagem seja limitada. O progresso em produtividade é notável. Atualmente, o Brasil planta mais de 1,8 milhões de árvores por dia, um número impressionante que contribui para as metas do Acordo de Paris, especialmente na restauração de árvores nativas. O setor está alinhado com as metas climáticas, com produtos recicláveis e biodegradáveis, mostrando crescimento robusto. Enquanto o Brasil enfrenta uma desindustrialização, o setor continua a investir fortemente, entregando praticamente uma nova fábrica a cada ano e meio”, disse.

O ponto alto da manhã foi a entrega do Lifetime Achievement Award a Walter Schalka, em reconhecimento ao seu papel transformador na indústria global de celulose. Após receber o prêmio, Schalka e Beto Abreu, o novo CEO da Suzano, compartilharam sua visão sobre as dinâmicas do mercado e os desafios que as empresas do setor devem superar para manter a competitividade em um cenário global em constante mudança.

Outro destaque do dia foi a premiação de Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, como CEO do ano de 2024, reforçando a importância da liderança empresarial para a inovação e sustentabilidade no setor. “É uma satisfação enorme ver que nossos esforços para tornar uma companhia centenária como a Klabin cada vez mais competitiva, eficiente e sustentável são reconhecidos no setor. Estamos avançando no ramp-up dos investimentos realizados nos últimos anos e temos o objetivo de evoluir ainda mais, gerando valor para todos os nossos stakeholders”, afirmou. Em um diálogo com Rafael Barcellos, head de LatAm Metals & Mining, Pulp & Paper e Cement do Bradesco BBI, Teixeira discutiu as inovações da Klabin, que se posiciona como líder na produção de papel e embalagens sustentáveis no Brasil.

A manhã seguiu com um painel com Francisco Ruiz-Tagle, CEO da CMPC, uma empresa global com mais de 100 anos de história, que compartilhou sua abordagem em inovação e sustentabilidade no fornecimento de produtos derivados de fibras naturais. 

A tarde foi marcada por apresentações focadas em temas estratégicos, como o futuro da produção de celulose, as tendências de demanda na China e Europa, e o impacto do aumento da procura por cavacos de madeira na Ásia Oriental. Patrick Cavanagh, economista sênior de celulose da Fastmarkets, trouxe análises sobre o potencial de mercado para a segunda metade de 2024, destacando a importância de adaptação e inovação contínua.

A Bracell, representada por Praveen Singhavi, presidente da empresa, também teve um espaço significativo para apresentar suas operações e o compromisso com a produção sustentável de celulose especial. Hema Kalathingal, economista da Fastmarkets, ofereceu insights sobre o mercado global de celulose solúvel e fluff, explorando as dinâmicas de demanda e oferta.

Um painel sobre as necessidades dos consumidores em produtos de papel tissue contou com a participação de Eduardo Aron, diretor geral de Tissue da Bracell, Stephanie Hsia, economista de Tissue da Fastmarkets, Carlos Gallo, diretor de vendas para a América Latina e tecnologia na Andritz, e Luciano Barboza, diretor geral da Indaial Papel. Eles discutiram as mudanças demográficas e as preferências por sustentabilidade e conveniência, além de estratégias para integrar a produção de celulose com os processos de fabricação.

Marcos Madruga, engenheiro de International Timber Analytics da Fastmarkets, trouxe uma análise sobre os mercados de madeira de papel chileno e as expectativas de aumento de preços, especialmente com o início do projeto Mapa da Arauco, que exigirá um aumento significativo na demanda por cavacos de madeira.

O encerramento do dia ficou por conta de Flavio Deganutti, CEO da Paracel, que apresentou o caso do Paraguai e a estratégia da empresa para se destacar no mercado regional, seguido por Carlos Anibal, vice-presidente executivo de Florestas e Suprimentos da Suzano, que discutiu a abordagem da empresa em relação à sustentabilidade e ao uso de recursos, especialmente madeira.

Papéis e embalagens em foco

O segundo dia do evento trouxe discussões essenciais para o futuro da indústria de produtos florestais, abordando questões macroeconômicas, desafios de sustentabilidade e inovações tecnológicas. O destaque inicial foi a apresentação de Dan Klein, Vice-Presidente Executivo de Análises da Fastmarkets, que explorou as lições que a indústria de produtos florestais pode aprender com outros mercados de commodities. Klein enfatizou o impacto dos fatores macroeconômicos, a crescente importância dos critérios ESG e a competição acirrada por investimentos de capital.

O painel sobre inovações na indústria de celulose e papel na América Latina, com participação de executivos de empresas como Unilever, Henkel e Kenvue, discutiu os avanços tecnológicos que estão transformando o setor. Os especialistas destacaram as tendências de mercado, as dinâmicas de demanda e as estratégias para aumentar a eficiência e a sustentabilidade nas operações.

Outro ponto alto do dia foi a análise das perspectivas para o mercado de papel na América Latina, conduzida por Rafael Barisauskas, Economista Sênior da Fastmarkets. Barisauskas abordou os riscos e oportunidades regionais, com foco nas novas regulamentações e nos investimentos esperados para 2024-2025, além de discutir o impacto da tendência de near-shoring no México.

O evento também reservou espaço para uma discussão aprofundada sobre a legislação EUDR e seu impacto global, especialmente para empresas que mantêm relações com o mercado europeu. Alejandro Mata, Diretor de Embalagens e Papéis Gráficos na Europa pela Fastmarkets, explicou os desafios de implementação e os possíveis custos associados, destacando as preocupações e os riscos envolvidos.

À tarde, o painel “Fastmarkets: Desafios e Oportunidades no Mercado de Papel Kraft” explorou as tendências globais de demanda e os principais motores do mercado, com perspectivas para 2024 e 2025. Camila Jaramillo, Economista da Fastmarkets, destacou as novas oportunidades de inovação de produtos e os desafios regulatórios que o mercado deverá enfrentar.

Em seguida, a sessão “Perspectivas Regionais – Região Andina/Pacífico” trouxe à tona o potencial de crescimento sustentável da região, discutindo como as indústrias de celulose, papel, madeira e embalagens podem alavancar a inovação para atender às demandas crescentes dos consumidores latino-americanos. A discussão abordou também oportunidades de colaboração entre os setores para fortalecer a competitividade da indústria na América Latina.

Já o painel “Otimizando o Futuro” reuniu líderes do setor de conversão de OCC/corrugados na América Latina para explorar estratégias de sustentabilidade e eficiência. Participaram executivos como Fernando Celani, presidente do Cartonificio Valinhos S.A., João Paulo Moura Sanfins, diretor da Resiban (CRB Group), e Fabio Suetugui, gerente da Repapel, que discutiram novas tecnologias e processos para otimizar a coleta e a integração da fibra OCC na produção, além de promover práticas florestais sustentáveis.

O dia foi encerrado com uma mesa redonda de CEOs sobre a revolução no setor de embalagens na América Latina. Entre os participantes estavam Nilton Ferreira Saraiva Junior, CEO da Ibema Papelcartão, Sergio Ribas, CEO da Irani Papel e Embalagem, Douglas Dalmasi, diretor de negócios de embalagem da Klabin, e Daniel Pereira Ternes, diretor estratégico da divisão de celulose e papel da Nalco na América Latina. Eles discutiram como estão se adaptando às necessidades crescentes do e-commerce e às exigências regulatórias, além de explorar as tecnologias e materiais que estão transformando o setor.

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