De janeiro a maio deste ano, o Brasil registrou a importação de 249,7 mil toneladas de papéis de todos os tipos, sendo que 23,2% desembarcaram no mês de abril (58 mil toneladas). O volume mensal se equiparou a agosto de 2022 e atingiu o maior patamar desde maio de 2021 (59,3 mil toneladas). No acumulado deste ano, as importações totais de papéis aumentaram 17,1% sobre as 213,3 mil toneladas dos cinco primeiros meses de 2023.
Os registros são do Portal Comex Stat, sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro do Siscomex, referentes ao Capítulo 48 do Sistema Harmonizado (SH) da classificação de mercadorias, que engloba produtos de papel e cartão divididos em 261 diferentes Nomenclaturas Comum do Mercosul (NCMs). A ANDIPA acompanha regularmente as importações registradas em quinze NCMs, que correspondem aos papéis cartão, couché, cut size, jornal, LWC, MWC e offset. Em alguns destes itens também foram verificados aumentos nas importações em abril, especialmente no grupo de couché, com o risco iminente de elevação do Imposto de Importação.
Os fabricantes nacionais de papéis estão pedindo ao governo federal que aumente a alíquota para sete classificações, sendo três delas referentes aos tipos de couché (4810.19.89, 4810.13.99 e 4810.19.99), além de cartão e MWC (NCMs 4810.92.90 e 4810.29.90).
Em 2023, a importação caiu em 5 dos 7 tipos de papéis que estão com pedidos para elevação de alíquota do imposto, conforme reportagem exclusiva do NewsPaper, publicada na edição 91. Os processos pleiteando a majoração foram protocolados em janeiro deste ano pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que representa as papeleiras. Para a ANDIPA, o aumento nos volumes importados era esperado em função das ações movidas pela Ibá, que estão sendo contestadas pela Associação Nacional da Industria Gráfica. As compras no exterior têm processo de até 90 dias, a depender do produto e do país de origem. Além do trâmite longo, alguns importadores têm enfrentado restrições adicionais no desembaraço das cargas de papéis.
Ainda assim, os desembarques do papel classificado na NCM 4810.29.90, comumente chamado de MWC, continuam com volumes em baixa na comparação com os períodos anteriores. De janeiro a maio de 2024, o sistema de comércio exterior registrou a entrada de 33,2 mil toneladas de MWC, 6,2% abaixo das 35,4 mil toneladas do mesmo período de 2023. A importação em 2024 cresceu quando comparada aos cinco primeiros meses de 2022. No entanto, naquele ano, o volume cresceu no segundo semestre, totalizando 90,7 mil toneladas. No ano de 2023 foram importadas 77,9 mil toneladas de MWC.
O crescimento mais expressivo nos tipos pesquisados para o NewsPaper foi registrado nos papéis offset (NCMs 4802.55.99 e 4802.57.99). Nos cinco meses de 2024, as importações somaram 11,1 mil toneladas, quase quatro vezes mais do que as 2,8 mil toneladas do mesmo período do ano passado. Em 2022, até maio, foram apenas 0,7 mil tonelada.
O grupo de papel couché é composto pelas NCMs 4810.13.89, 4810.13.99, 4810.19.89 e 4810.19.99, conforme o formato e gramatura. As importações destes papéis somaram 16,5 mil toneladas em 2024, o que corresponde a 13,8% de alta sobre as 14,5 mil toneladas dos primeiros cinco meses de 2023. No mesmo período de 2022, foram importadas 15,1 mil toneladas de couché.
Os desembarques de cartão estrangeiro (NCM 4810.92.90) atingiram 37,2 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano, 8,5% a mais do que as 34,3 mil toneladas dos mesmos meses de 2023. O montante é praticamente o dobro do apurado no mesmo período de 2022, de 18,8 mil toneladas.
O portal de comércio exterior aponta ainda que, nos cinco primeiros meses do ano, o desembarque de papel jornal (NCMs 4801.00.30 e 4801.00.90) teve alta de 63,9%, passando de 6,1 mil toneladas em 2023, para 10 mil toneladas em 2024, cerca de 11% acima das 9 mil toneladas de 2022.
Com menor volume entre os tipos pesquisados, o cut size estrangeiro totalizou 2,6 mil toneladas de janeiro a maio deste ano, ante a 2,2 mil toneladas dos meses equivalentes no ano passado.
Leia aqui a edição 92 do NewsPaper da ANDIPA
Fonte: ANDIPA