Os registros de papéis importados recebidos no Brasil revelam crescimentos em comparação com o ano passado. Só no terceiro trimestre deste ano, foram internalizadas 176,7 mil toneladas de papéis para todos os fins. Um aumento de 18,3% sobre o mesmo período de 2023 e de 9% em relação ao segundo trimestre deste ano.
No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2024, os desembarques somaram 480,6 mil toneladas, 19,3% a mais do que as 402,8 mil toneladas dos mesmos meses do ano passado. Nos nove meses de 2022, foram registradas 393,3 mil toneladas de papéis importados. Os dados são do Comex Stat, o sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens, e correspondem aos lançamentos no Capítulo 48 do Sistema Harmonizado da classificação de mercadorias, que engloba produtos de papel e cartão divididos em 261 Nomenclaturas Comum do Mercosul (NCMs).
Também considerando os papéis para todos os fins e aplicações, as exportações brasileiras aumentaram 15,9% em 2024 em comparação com os três trimestres de 2023. Os fabricantes nacionais enviaram 1.853,1 mil toneladas de papéis ao exterior neste ano e 1.595,9 mil toneladas em igual período do ano passado. Com isso, o saldo da balança comercial do papel teve um aumento de 14,7%, passando de 1.196,4 mil toneladas em 2023 para 1.372,5 mil toneladas neste ano.
Em relação ao mesmo período de 2022, a exportação e o saldo deste ano foram menores. Conforme o dado oficial, foram exportadas quase 2 milhões de toneladas, que, descontando as importações, deixaram um saldo de 1.595,9 mil toneladas de papéis.
Sequência de alta na importação de papel
Da cesta de itens acompanhada pela ANDIPA, cinco dos seis subgrupos registraram aumento nas importações deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em três deles (cartão, cuchê e MWC), a alta em 2024 pode ser justificada pela ameaça de aumento da alíquota do Imposto de Importação, em processos que tramitavam na Secretaria de Comércio Exterior*.
No terceiro trimestre deste ano foram importadas 14,9 mil toneladas de cuchê. É o maior volume trimestral desde o quarto período de 2022, quando foram registradas 16,9 mil toneladas de papéis.
Analisando os números coletados no Comex Stat, sistema para consultas e extração de dados do comércio exterior brasileiro, além de superar o acumulado de 2023, os tipos cuchê, jornal e MWC sustentaram o crescimento em cada trimestre deste ano. Confira a seguir os gráficos e comentários de cada tipo de papel.
Pelos dados oficiais, de janeiro a setembro deste ano foram importadas 36,8 mil toneladas de papel revestido (cuchê). Em 2023, nos nove meses, foram anotadas 25,8 mil toneladas. O volume de 2024 supera também a parcial de 2022, com 33,8 mil toneladas. O item cuchê engloba os registros nas NCMs 4810.13.89, 4810.13.99, 4810.19.89 e 4810.19.99.
Até setembro, os recebimentos de MWC importado em 2024 cresceram 12,5% sobre as 58,5 mil toneladas do mesmo período de 2023. Conforme o sistema de comércio exterior, neste ano, 65,8 mil toneladas de papéis foram declaradas na NCM 4810.29.90, que corresponde ao MWC. Com as 24,6 mil toneladas recebidas no terceiro trimestre, o total deste ano ficou mais próximo das 67,4 mil toneladas registradas nos três trimestres de 2022. No dado anual, as importações de MWC caíram de 90,7 mil toneladas em 2022 para 77,9 mil toneladas em 2023.
O fornecimento do papel cartão, classificado exclusivamente na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) 4810.92.90, totalizou 68,6 mil toneladas em 2024, de janeiro a setembro. Isso representa um aumento de 18,7% sobre as 57,8 mil toneladas do mesmo período de 2023 e de 77,3% sobre as 38,7 mil toneladas apuradas nos três trimestres de 2022. No terceiro trimestre deste ano foram recebidas 22,8 mil toneladas de cartão estrangeiro, sendo que 10 mil toneladas foram computadas no mês de julho, com o maior registro mensal da série histórica iniciada em 2018.
Entre os papéis cortados (cut size), enquadrados nas NCMs 4802.56.10 e 4802.56.99, os números são bem menores. No acumulado deste ano, as importações totalizaram 4,9 mil toneladas, 4,3% de alta sobre as 4,7 mil toneladas dos três trimestres de 2023. Quando confrontado com o mesmo período de 2022, o crescimento passa de 36%. O volume de 2024 já é maior do que as 4,6 mil toneladas de cut size importadas nos doze meses de 2022.
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