Em breve, papéis para fax deverão sair do mercado. A previsão também não é diferente para os formulários contínuos, autocopiativos, utilizados para nota fiscal, que hoje foram substituídos pela Nota Fiscal Eletrônica.
Diante desse cenário sobre esses segmentos comerciais de papel, as empresas vivem um novo desafio: encontrar novas formas de se tornarem mais competitivas. A busca pelas respostas levou algumas empresas a adentrarem as portas do segmento de papéis térmicos.
“Hoje, esses papéis estão cada vez mais presentes em nosso dia a dia: no recibo do supermercado, no extrato do banco, na aposta da loteria e até mesmo na conta de água. A demanda pelo produto acompanha o consumo da população que, neste caso, é crescente”, afirmou Marcelino Sacchi, diretor industrial da Oji Papéis durante a coletiva de imprensa organizada pela empresa em 4 de junho passado, seguida de uma visita às instalações da fábrica.
A Oji Papéis, que passou a apoiar este mês o fornecimento do papel miolo das edições da Revista O Papel, assumiu o controle da unidade de Papéis da Fibria em Piracicaba em setembro de 2011. Época que já havia anunciado seu foco comercial no mercado de papéis especiais, especificamente, de papéis térmicos. “Este segmento vem crescendo na casa de dois dígitos por ano, sempre acima de 10%, enquanto o mercado de autocopiativos recuou 20%”, comentou o presidente Julio Piatto, durante a conversa com os jornalistas.
Perspectivas
Com a mudança nos hábitos de consumo aliada às novas tecnologias, Sacchi lembrou ainda que o sistema de cobrança de água ganhou muita agilidade por conta do papel térmico. Isso, porque atualmente, ao se efetuar a medição, o boleto já é emitido e entregue ao morador no ato da leitura do relógio. “Desejamos levar a mesma proposta para as empresas da rede elétrica”, destacou Sacchi sobre as novas oportunidades de negócios.
Além disso, um contrato com a Caixa também tem deixado a empresa bastante confiante sobre investimentos em papéis térmicos. Durante três anos, a Oji Papéis Especiais fornecerá o papel térmico TermoLoto, utilizado como recibo em apostas nas loterias de todo o Brasil, garantindo certa estabilidade nos negócios para a companhia japonesa.
Para atender à demanda, a atual produção de 47 mil toneladas anuais de papéis térmicos foi repensada. Até 2013, o objetivo é alcançar a marca das 60 mil toneladas. Segundo Sacchi, isso será feito através do aumento de capacidade das máquinas e equipamentos, expansão e ainda na qualidade do papel. Estima-se um investimento da ordem de US$ 20 milhões de dólares, que aguarda a aprovação do Grupo Oji Paper. Ainda assim, a empresa vivencia um momento de prosperidade, com previsão de crescimento em torno dos 5%.