Ontem, 21 de agosto, durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o setor das indústrias de papel e celulose anunciou que vai investir R$ 105 bilhões no país até 2028. Os recursos serão aplicados para abertura de novas fábricas, ampliação de plantas já existentes e obras de infraestrutura logística para escoamento da produção.
O Brasil é o maior exportador do mundo de celulose. O setor tem grande importância ambiental e econômica, é altamente gerador de divisas, o sexto maior exportador brasileiro, com importância no PIB brasileiro”
Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
A delegação do setor de árvores cultivadas para fins comerciais contou com cerca de 20 executivos entre CEOs e diretoras e diretores do setor, com a liderança de Antonio Joaquim, presidente do Conselho Deliberativo da Ibá, e Paulo Hartung, presidente da entidade. Para o presidente da Indústria Brasileira de Árvores, Paulo Hartung, o segmento vem num processo de mudança de paradigma diante das exigências do mercado, da sociedade e do planeta. “O setor entendeu que ia precisar de compromisso social, ambiental, rastreabilidade na produção e assim por diante. O setor vive uma diversificação de uso. Antes, era papel e celulose. Hoje é energia”, resumiu.
Hartung enfatizou que, nos primeiros seis meses do ano, a área de celulose cresceu cerca de 19% em relação ao ano passado. “Quando a gente fala em reindustrializar o Brasil, na minha modesta visão, esse setor que tem um pé no agro e um pé na indústria está entregando uma fábrica nova a cada ano e meio no nosso país”, pontuou.
De acordo com informações da IBÁ, que representa 47 empresas do setor e 10 entidades estaduais ligadas a produtos derivados da indústria – painéis de madeira, pisos laminados, celulose, papel, florestas energéticas e biomassa –, os investimentos projetados vão empregar cerca de 36 mil trabalhadores durante as obras e gerar outros 7,3 mil empregos diretos e indiretos quando as unidades entrarem em operação.
“O Brasil é o maior exportador do mundo de celulose. O setor tem grande importância ambiental e econômica, é altamente gerador de divisas, o sexto maior exportador brasileiro, com importância no PIB brasileiro”, listou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O vice-presidente lembrou que a indústria de papel e celulose como um todo gera em torno de 2,6 milhões de vagas diretas e indiretas. O evento no Palácio do Planalto contou ainda com representantes de cerca de 20 empresas do setor, ministros e dirigentes de BNDES, Embrapa e Ibama.
Na ocasião, o Embaixador José Carlos da Fonseca levou o apoio do setor para a aprovação da lei que institui o mercado regulado de carbono, com duas propostas de aperfeiçoamento de texto. Também levantou as questões de interesse do setor relacionadas a aplicação do EUDR, sugerindo que este seria um bom momento para a diplomacia presidencial exercer influencia. A reunião contou com ampla conversa entre os ministros e o setor.
Pelas redes sociais, o presidente Lula celebrou o potencial do anúncio. “Voltamos a governar este país para recuperá-lo e recuperar também o seu potencial industrial de maneira mais sustentável”, disse.
COMPETITIVIDADE — Com 10 milhões de hectares de áreas produtivas plantadas (eucalipto, pinus e outras espécies), o Brasil é o segundo maior produtor mundial de celulose e o maior exportador desse produto, enquanto a produção de papel ocupa o 9º lugar no ranking mundial. Em 2023, a indústria de papel e celulose gerou US$ 10,3 bilhões de divisas para o país, ou 3% de tudo o que o Brasil exportou no último ano. O saldo comercial (exportações menos importações) foi de US$ 9,2 bi.
Fonte: Gov.br e informações da Ibá.