A Klabin realizou hoje (05), sua conferência com analistas. Na ocasião, os executivos abordaram os principais resultados e perspectivas para o próximo trimestre e 2025. Cristiano Teixeira, CEO da companhia, destacou que para o 4T24, a Klabin espera um desempenho sólido, especialmente no mercado de papelão ondulado. “Este segmento está sendo impulsionado pela forte demanda nos setores exportadores, como proteínas e frutas, com expedições diárias que indicam crescimento acima do trimestre anterior”, indicou. Para 2025, a empresa projeta um cenário de crescimento em linha com o PIB. Com a expectativa de crescimento do PIB em cerca de 2%, o mercado de papelão ondulado deverá continuar em expansão, o que pode permitir novos aumentos de preços ao longo da cadeia produtiva.
Já no mercado de celulose e fibra curta, apesar da instabilidade na China e de estoques altos, a Klabin espera uma recuperação gradual, com uma leve queda nos preços no curto prazo e possíveis aumentos de preços em 2025. “Em relação ao quarto trimestre, vemos uma estabilidade de preços, com uma leve queda neste período. A partir do próximo ano, esperamos uma recuperação, mas por enquanto, essa é a perspectiva”, disse o CEO.
Como pontos fortes em seus resultados no 3T24 e que fortalecem a perspectiva positiva da companhia, estão o Projeto Figueira: com duas onduladeiras em operação, a planta em Piracicaba deve gerar economia significativa no custo de conversão, favorecendo a Klabin no contexto de aumento de demanda interna e crescimento do consumo; o desempenho em Papel e Embalagens, uma vez que a empresa obteve bons resultados, impulsionados pelo maior volume de vendas. A margem EBITDA chegou a 36%, refletindo a implementação de ações para otimização de custos e sinergias de projetos anteriores, bem como a gestão de dívida e liquidez.
A dívida líquida alcançou R$ 29,5 bilhões, principalmente pelo pagamento do Projeto Caetê, mas o caixa robusto de R$ 10,2 bilhões assegura liquidez para a empresa. A política de endividamento foi ajustada para uma meta de até 3,9 vezes a dívida líquida sobre o EBITDA em dólares.
Estratégia de alocação de capital e geração de caixa
A Klabin tem enfatizado uma abordagem disciplinada para alocação de capital, com foco na desalavancagem e geração de caixa, reduzindo o teto de alavancagem para maior segurança financeira. Com as adições de capacidade de curto prazo limitadas no mercado global de fibras, a empresa está bem posicionada para capturar ganhos futuros, mesmo sem expansões significativas. A Klabin também avalia opções de recompra de ações, embora não tenha planos imediatos para novos projetos.
Perspectiva de volume e logística global
A empresa prevê um aumento nos volumes de embarques para o próximo trimestre e 2025, aproveitando o retorno operacional de máquinas e o fim de paradas programadas. No entanto, desafios logísticos globais, como atrasos em terminais e limitações nos serviços de contêineres, ainda podem impactar a regularidade das operações. A Klabin está atenta a esses gargalos, que afetam tanto o Brasil quanto o mercado externo, e acompanha as condições para minimizar seus efeitos.
“A despeito dos problemas logísticos e de parada geral a gente conseguiu ter o desempenho de papéis significativamente importantes dentro do ramp up já esperado, mas agora também com uma expectativa realização de preço melhor do que a gente do que a gente vinha fazendo e ainda mais positiva agora para alguns mercados principalmente o de cartões”, pontuou Cristiano.
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Projeto Caeté e Plateau
Projeto Caeté
O Projeto Caeté foi totalmente integrado aos ativos da Klabin, permitindo que a empresa atingisse um novo patamar de custos, antecipadamente ao previsto. A empresa conseguiu sinergias significativas com as florestas já existentes, o que resultou em uma eficiência estrutural no custo operacional, consolidada no terceiro trimestre. Klabin espera que essa redução de custos se mantenha de forma estrutural nos próximos trimestres, beneficiando a competitividade da operação florestal.
Projeto Plateau
No contexto do Projeto Plateau, a Klabin também detalha o cronograma de aquisição de madeira, com foco em maximizar o uso de suas terras após o primeiro ciclo de colheita. O projeto inclui 60 mil hectares de florestas plantadas, e após o ciclo inicial, 39 mil hectares estarão disponíveis para uso produtivo. A estratégia de uso para essas terras ainda será definida, mas o objetivo é manter um mix balanceado entre fibra virgem e reciclada no segmento de papelão ondulado, ajustando a produção de acordo com as condições de mercado e a pressão nos preços dos insumos.
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R$ 425 milhões em JCP
A Klabin anunciou ainda R$ 425 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP). O montante foi aprovado pelo Conselho de Administração e corresponde a 20% do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado. O valor representa cerca de R$ 0,06990882533 por ação ordinária ou preferencial e R$ 0,34954412665 por unit. O pagamento será realizado em 21 de novembro de 2024, considerando a posição acionária de 11 de novembro de 2024.