A Suzano apresentou um desempenho sólido no quarto trimestre de 2024, alcançando um recorde de vendas e reforçando sua posição no setor de celulose. Em call com jornalistas, o CEO da companhia, Beto Abreu, e o CFO, Marcos Assumpção, destacaram os principais avanços da empresa no período, incluindo aumento de capacidade produtiva, eficiência logística e redução do endividamento.
No período, a empresa vendeu 3,284 milhões de toneladas de celulose no trimestre, um aumento de 19% em relação ao 4T23 e 25% em relação ao 3T24. Esse volume de vendas foi impulsionado pela entrada em operação da nova unidade de Ribas do Rio Pardo e pelo aumento da demanda na Ásia e na América do Norte. Além disso, considerando o acumulado do ano, a Suzano atingiu um total de 12,3 milhões de toneladas vendidas em 2024, 7% a mais do que em 2023
Segundo Abreu, a operação da nova unidade de Ribas do Rio Pardo foi um dos grandes destaques do ano, com uma produção de 900 mil toneladas e vendas de 700 mil toneladas, atingindo exatamente as projeções feitas no início do ciclo. “O nome do jogo em 2024 foi foco em execução. Conseguimos entregar nossos processos com eficiência e aumentar nossa competitividade no mercado”, afirmou o executivo.
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No campo financeiro, a companhia alcançou um custo de produção de R$ 807 por tonelada no quarto trimestre, reduzindo sua alavancagem para 2,9 vezes em dólar, ante 3,1 vezes no trimestre anterior. A geração de caixa operacional também se manteve robusta, permitindo uma redução expressiva da dívida líquida. O EBITDA ajustado da Suzano no período foi impulsionado pelo controle de custos e aumento nas exportações.
Outro ponto abordado na coletiva foi o segmento de tissue. A empresa reafirmou sua estratégia de manter e expandir sua presença no mercado brasileiro, sem planos imediatos de segregação contábil desse segmento. Em 2024, a Suzano encerrou o ano com um market share levemente superior ao de 2023, mesmo em um ambiente competitivo mais desafiador. O investimento na nova fábrica de Aracruz segue dentro do cronograma, com previsão de início da operação no quarto trimestre de 2025.
Em relação ao mercado de celulose, a companhia destacou a estabilização dos preços desde novembro, com aumentos recentes na China, Europa e Estados Unidos. A paralisação de um dos principais players do setor na China, a Chenming, que retirou 200 mil toneladas do mercado, contribuiu para um cenário de oferta mais restrito e reforçou a demanda por fibra curta, segmento no qual a Suzano se destaca globalmente.
O impacto cambial também foi tema de discussão. Apesar da desvalorização do real afetar a dívida líquida em dólar, Assumpção explicou que a empresa se beneficia de um câmbio mais alto devido à sua geração de receita predominantemente em moeda estrangeira. “Olhamos sempre para a geração de caixa e EBITDA como indicadores principais da nossa saúde financeira”, reforçou.
Sobre o futuro, a Suzano segue confiante na expansão de suas operações, apostando na integração da recente aquisição da Pactiv Evergreen e no crescimento da produção de celulose para suprir um mercado global aquecido. A companhia também acompanha de perto as discussões sobre possíveis tarifas de importação nos Estados Unidos, mas acredita que o impacto na celulose brasileira deve ser limitado, dado que o país é altamente dependente de importações de fibra curta.
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