Em janeiro de 2025, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,16 bilhões, representando uma queda expressiva de 65,1% em relação ao mesmo período de 2024, conforme resultado anunciados hoje. 7 de fevereiro, pelo governo. O resultado foi impactado pelo recuo de 5,7% nas exportações, que somaram US$ 25,18 bilhões, enquanto as importações cresceram 12,2%, alcançando US$ 23,02 bilhões. A corrente de comércio totalizou US$ 48,20 bilhões, um aumento de 2,1%.
Indústria de Transformação mantém crescimento modesto
Apesar da retração geral nas exportações, a Indústria de Transformação obteve um leve crescimento de 0,1%, totalizando US$ 14,18 bilhões. O setor se destacou em meio ao cenário adverso, impulsionado por produtos estratégicos como a celulose, cujas vendas ao exterior aumentaram 44,2% em relação a janeiro de 2024. Esse crescimento ajudou a amenizar o impacto da queda expressiva nas exportações da agropecuária e da indústria extrativa.
Entre os produtos com melhor desempenho na Indústria de Transformação, além da celulose, destacaram-se a carne de aves e suas miudezas (+21,9%) e a alumina (+147,7%). Por outro lado, itens como açúcares e melaços (-41,5%) e farelos de soja (-35,1%) tiveram quedas acentuadas.
Exportações da Indústria de Transformação em Janeiro/2025 – US$ Milhões – Baixar tabela
2025 | 2024 | Part.(%) – Total Brasil | |||||
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Valor | MD | Valor | MD | Var.% | 2025 | 2024 | |
C – Indústria de Transformação | 14.178,32 | 644,46 | 14.169,70 | 644,07 | 0,06 | 56,30 | 53,06 |
Celulose | 1.019,23 | 46,32 | 707,03 | 32,13 | 44,15 | 4,04 | 2,64 |
Açúcares e melaços | 995,32 | 45,24 | 1.701,12 | 77,32 | -41,49 | 3,95 | 6,37 |
Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) | 921,51 | 41,88 | 1.162,52 | 52,84 | -20,73 | 3,65 | 4,35 |
Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada | 907,57 | 41,25 | 821,47 | 37,33 | 10,48 | 3,60 | 3,07 |
Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas | 753,66 | 34,25 | 618,13 | 28,09 | 21,92 | 2,99 | 2,31 |
Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais | 645,08 | 29,32 | 994,22 | 45,19 | -35,11 | 2,56 | 3,72 |
Alumina (óxido de alumínio), exceto corindo artificial | 568,11 | 25,82 | 229,33 | 10,42 | 147,71 | 2,25 | 0,85 |
Produtos semi-acabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço | 436,51 | 19,84 | 454,29 | 20,64 | -3,91 | 1,73 | 1,70 |
Tabaco, descaulificado ou desnervado | 416,29 | 18,92 | 287,54 | 13,07 | 44,77 | 1,65 | 1,07 |
Ouro, não monetário (excluindo minérios de ouro e seus concentrados) | 404,25 | 18,37 | 290,84 | 13,22 | 38,99 | 1,60 | 1,08 |
Demais produtos não listados | 7.110,75 | 323,21 | 6.903,16 | 313,78 | 3,00 | 28,23 | 25,85 |
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Celulose no cenário internacional
O desempenho do setor de celulose também refletiu as oscilações do mercado global. A demanda externa por produtos florestais tem se mantido estável, com oscilações dependendo dos mercados compradores. A valorização da celulose foi um dos principais motores do crescimento nas exportações da Indústria de Transformação, sinalizando uma recuperação gradual do setor após desafios recentes, como restrições logísticas e oscilações na demanda global.
Os principais parceiros comerciais do Brasil apresentaram desempenhos distintos em janeiro de 2025. A União Europeia ampliou suas importações de produtos brasileiros em 28,3%, totalizando US$ 3,98 bilhões. A Argentina também registrou um aumento significativo de 57,9% nas importações de bens do Brasil, enquanto as exportações para China, Hong Kong e Macau caíram 29,7%.


O crescimento das exportações de celulose reforça a importância estratégica do setor para a balança comercial brasileira. Com a expansão da capacidade produtiva e novos investimentos em inovação e sustentabilidade, o segmento tem potencial para continuar sua trajetória de crescimento, mesmo diante das incertezas econômicas globais. No entanto, o setor segue atento às variações cambiais, custos logísticos e à demanda internacional, fatores determinantes para o desempenho das exportações nos próximos meses.