Há sete décadas na produção de celulose e papel no Meio-Oeste catarinense, a Primo Tedesco S/A, do Grupo Tedesco, expande o mercado de atuação com uma fábrica para a produção de sacos industriais de papel.
A nova unidade recebeu um investimento de R$ 60 milhões e gera mais de 50 empregos diretos na região. Em operação desde março deste ano, a indústria se destaca por possuir uma máquina alemã com tecnologia exclusiva no Brasil, capaz de fabricar 15 milhões de sacos de papel por mês. “Nossa previsão é dobrar a produção até o final de 2013 e, com isso, aumentar em 50% o faturamento atual do grupo e atingir 12% do mercado brasileiro”, afirma o presidente, Julio Tedesco.
Segundo informações da empresa, a demanda é crescente e a produção já abastece mais de 50 clientes em todas as regiões do Brasil, que embalam produtos como cimento, argamassa, cal, ração e sementes. Atualmente, a empresa negocia a exportação para países como Uruguai, Colômbia, Peru e Bolívia.
Tecnologia de ponta
O material foi testado em grandes cimenteiras do país, com 100% de aproveitamento, explica o diretor superintendente, Elton Pigozzi. A resistência também tem sido um diferencial, em que o processo de colagem com reforço no fundo dos sacos permite o suporte dos 50kg de cimento e mais outros 6kg de pressão na hora do envase.
Para produzir os sacos industriais com qualidade e resistência exigidas pelos consumidores, a Primo Tedesco investiu no processo anterior: a fabricação do papel Sack Kraft (extensível). Um refinador de alta consistência foi incluído em uma das etapas da transformação da celulose em papel para permitir um tratamento diferenciado das fibras da madeira. A máquina, que custou R$ 15 milhões, é única na América Latina e possui discos que afinam a massa de celulose sem quebrar as fibras que, mais longas, proporcionam a resistência e porosidade ideais para a fabricação do papel extensível utilizado nos sacos industriais.
Produção verticalizada
Apesar de estar iniciando no mercado de sacos de papel, em que existem grandes produtores consolidados, a Primo Tedesco é uma das seis indústrias do país que domina o processo como um todo. A verticalização da produção passa pela geração de energia própria por meio de pequenas centrais hidrelétricas e queima de biomassa; cultivo de mudas; plantio, desbaste e corte das árvores; fabricação da celulose, que é transformada em papel e, posteriormente, em embalagens de papelão ou sacos industriais. Todo o processo segue um rígido controle de preservação do meio ambiente, com reaproveitamento de água e dos rejeitos dispensados durante cada etapa.
Julio Tedesco reforça que a alta qualidade do produto, aliada à excelência do serviço prestado ao cliente e à preocupação com as questões ambientais, são diferenciais da fábrica. “O fato de a nossa produção ser verticalizada é uma segurança muito importante para os clientes, pois não sofremos com a vulnerabilidade do mercado. Se houver uma crise energética ou oscilações de preços pelos fornecedores de matérias-primas, nossa produção não é afetada, pois somos autossuficientes”, conclui o presidente.